Através
das rápidas transições ataque-defesa e defesa-ataque do Atlético-PR que saíram
os dois gols do Furacão contra o São Paulo. Além delas serem velozes, o
Tricolor Paulista não conseguiu impor o seu lento ritmo de jogo e suas
transições ataque-defesa prejudicaram um melhor resultado para si. Para mais um
movimentado Atlético-PR e São Paulo, o time paranaense iniciou no 4-2-2-2 e o
paulista no 4-2-3-1.
Atlético-PR
no 4-2-2-2 e São Paulo no 4-2-3-1.
O São Paulo começou a partida buscando a compactação entre as
intermediárias, se defendendo no 4-4-1-1 e tendo alta intensidade de marcação a
partir dos seus meio-campistas. Ou seja, deste modo e diferentemente do que
normalmente o Atlético-PR, a equipe paranaense saiu jogando curto desde o seu
goleiro. Além desta facilidade adversária, o meia Marcos Guilherme ainda se
desalinhava de Bady para buscar jogo perto de seus volantes. Com estes
aspectos, o Furacão permaneceu com a bola tranquilamente em todo o seu campo
defensivo, assim como mostra o heatmap da equipe:
Pelo
mapa de calor, percebe-se o Atlético tendo posse em seu campo defensivo e,
também, pelos lados do campo.
Pelo heatmap acima, também percebe-se que o Furacão teve muita posse de
bola nos dois lados do seu campo. Esta manutenção da bola nestes setores foi
devida à falta de intensidade de marcação de Alexandre Pato e da falta de
cobertura defensiva no setor atrás de Osvaldo e à frente de Reinaldo. Já que
Pato, durante os 45 minutos em que esteve em campo, não realizou nenhum desarme
e só interceptou uma bola. E pelo lado esquerdo defensivo tricolor, o primeiro
gol do Atlético saiu por este setor e outras jogadas rubro-negras, assim como
no segundo flagrante:
Este
flagrante é da movimentação defensiva paulista no primeiro gol do Atlético-PR.
Nela, percebe-se Osvaldo não estando próximo de Sueliton. Desta maneira, este
lateral-direito do Furacão partiu com Marcos Guilherme para um 2x1 contra
Reinaldo, e o meia realizou o cruzamento do gol (Reprodução: Rede Globo).
Já
neste flagrante, nota-se a indecisão de quem vai dar combate no lateral-direito
adversário. Com Osvaldo já fora da jogada, nem Denilson e nem Reinaldo partiu
para pressionar Sueliton. Depois de tanto demorar para alguém se aproximar,
Reinaldo partiu para dar combate no adversário mesmo tendo que deixar a linha
defensiva com número igual de atacantes adversários (Reprodução: Bandeirantes).
Do
mesmo modo que defensivamente o São Paulo não estava tão ajustado e organizado
para confrontar o sistema ofensivo atleticano, ofensivamente, o Tricolor também
não teve das melhores atuações. Pato, Luis Fabiano e Ganso não apresentaram a
intensidade e o volume ofensivo do qual uma partida necessita. Deste modo,
Reinaldo e Douglas não conseguiam ter tempo para apoiar o ataque. Já o destaque
tricolor ofensivo foi Osvaldo.
Este
jogador foi o único que tentava fazer a composição defensiva –mesmo que não
tenha sido da melhores, assim como os flagrantes anteriores mostraram- e foi o
único que foi agudo pelo time paulista. Aos 30 minutos do primeiro tempo –momento
do qual o Atlético-PR fez o seu primeiro gol-, o Furacão passou a jogar no
4-2-3-1, em vez do 4-2-2-2 e suas compensações defensivas para se marcar o lado
do campo. Principalmente para ajudar a marcação do setor de Sueliton.
No
4-2-2-2, o Atlético-PR combatia o lateral adversário que subiu ao ataque com o
lateral rubro-negro daquele lado. Para que este lateral pudesse subir para
defender, os dois volantes recuavam e ficavam próximos da linha defensiva
atleticana, e a marcação pelo meio passava a ser realizada pelos meias. Mas
mantinha um aberto e próximo do adversário com a bola, e o outro ficava
centralizado. No flagrante adiante, há imagem desta movimentação defensiva do
Atlético-PR no 4-2-2-2:
Enquanto
o Furacão atuou no 4-2-2-2, na imagem, Léo Pereira e Natanael trocaram de
posição, mas manteve o combate no adversário com bola. Para que isso pudesse
acontecer, Otávio e Deivid ficaram próximos da linha defensiva para que a
cobertura pudesse ser feita rapidamente. Já Marcos Guilherme se aproximou do
adversário com a bola, enquanto que Bady deixou o seu lado do campo e
centralizou (Reprodução: Rede Globo).
Imagem
do 4-2-3-1 que o Atlético-PR passou a jogar, após ter feito o seu primeiro gol
(Reprodução: Bandeirantes).
Com
o Atlético-PR organizado de maneira mais fácil para se defender e mantendo as
suas velozes transições de jogo, o São Paulo foi para o intervalo perdendo de 1
x 0. Neste período, Muricy Ramalho colocou Boschilia no lugar de Alexandre
Pato. Através desta substituição, o sistema ofensivo tricolor ganhou em
movimentação e volume. Deste modo, o Tricolor Paulista “empurrou” o Furacão
para o seu campo defensivo e, assim, a sua marcação passou a iniciar no meio do
campo. Como o Atlético-PR ainda estava atuando em um esquema que pouco atuou
neste ano, o 4-2-3-1, a falta de entrosamento nele ocasionava na falta de
marcação no volante do São Paulo que subia ao ataque. Por isso que João Paulo
entrou em campo, aos 14 do segundo tempo. Com o camisa 8 do Furacão em campo, o
time passou a jogar no 4-3-3 e, assim, conseguindo neutralizar as subidas de
Hudson, que havia entrado no lugar de Denilson, e da marcação pelos lados tendo
Douglas Coutinho e Marcos Guilherme.
Imagem
do 4-3-3 que o Atlético-PR passou a jogar depois da entrada de João Paulo
(Reprodução: Bandeirantes).
Imagem
do 4-1-4-1 rubro-negro que passou a ser utilizado como posicionamento defensivo
do 4-3-3 (Reprodução: Bandeirantes).
O
gol de empate do São Paulo marcado aos 30 minutos do segundo tempo fez o jogo
ter outra intensidade. Com o empate no placar, Leandro Ávila colocou o atacante
Cléo e o meia Nathan nos lugares de Éderson e de Douglas Coutinho. Como as duas
equipes passaram a atacar insanamente, os dois times perderam a organização e a
compactação em campo. Através desse longo afastamento, que o Atlético-PR fez o
seu segundo gol, aos 44. Já o São Paulo conseguiu empatar, aos 46, com Luis
Fabiano.
Fim
de jogo com o Atlético-PR no 4-3-3 e São Paulo no 4-2-3-1.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)