quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Com hat-trick de Patric, Sport bate o Santos na Arena Pernambuco!


Na vitória por 3 a 1 diante do Santos, o Sport voltou a ter novamente a compactação defensiva que é pilar desse time comandado por Eduardo Baptista, que desta vez, escalou a equipe sem um centroavante fixo no 4-2-3-1, deixando Neto Baiano no banco e utilizando Felipe Azevedo mais à frente, saindo bastante da área para gerar espaços, procurando as jogadas pelos lados e oferecendo linha de passe curta ao portador da bola na ponta. No heatmap acima, pode-se observar a movimentação de Azevedo, se deslocando preferencialmente para o flanco esquerdo do ataque.


Sem a bola, o Sport marcava num 4-4-2, com Ibson e Felipe Azevedo pressionando os volantes e zagueiros na saída de bola santista mais ao centro, iniciando a marcação em bloco médio-alto, subindo os encaixes dos wingers em cima dos laterais adversários quando o Santos tentava abrir o jogo em campo defensivo ou buscar a saída pelos lados. A marcação rubro-negra caracterizava-se pela compactação curta entre as linhas de defesa e meio, balanceamento das mesmas em função da movimentação da bola e de acordo com a progressão adversária na intermediária defensiva leonina, recolhia suas linhas e colocava 8 jogadores atrás da linha da bola, deixando Felipe Azevedo e Ibson mais à frente, sem auxiliar tanto na compactação da equipe em campo defensivo, apesar de que Ibson também ajudava nas recuperações/retomadas de bola após as perdas da pelota ainda em campo ofensivo, cortando algumas possibilidades de transição ofensiva adversária.

O Santos se portava num 4-1-4-1, marcando em duas linhas e com bola, Arouca tendo liberdade de transitar entre as intermediárias, chegando mais à frente, subindo pelo lado esquerdo do ataque por vezes, puxando a transição defesa-ataque pela faixa central e dando o passe mais na frente; Lucas Lima indo de fora pra dentro, recuando e encostando nos volantes para receber mais atrás na intermediária ofensiva, procurando o arranque vertical e a movimentação entre as linhas de meio e ataque. O lado direito, o mais forte do ataque santista, que costuma ter as ultrapassagens de Cicinho por fora e por dentro, também buscando a tabela na diagonal pro meio foi anulado pelo técnico Eduardo Baptista que usou Danilo(jogador de muita força, preparo físico e velocidade) para acompanhar Cicinho no setor e bloquear a saída com o mesmo. O Alvi-Negro Praiano tinha dificuldades para propor o jogo e encaixar o passe vertical entre-linhas diante das compactas linhas pernambucanas, limitando-se muitas vezes a trocar passes lateralmente em campo defensivo ou nos trechos iniciais do campo ofensivo, sem movimentações de maior destaque para tentar criar espaços na defesa adversária. Só conseguia chegar com maior perigo nos contra-ataques e foi em um destes que saiu na frente, com  Arouca dando o passe de ruptura e acionando Thiago Ribeiro pelo lado esquerdo da área nas costas de Patric, conseguindo a vitória pessoal pra cima do zagueiro da cobertura(Ferron) e tocando na saída de Magrão. 

Inicialmente, o Leão da Ilha tentava atacar preferencialmente pelos flancos, porém, apresentava dificuldades para manter posse de bola e circulação da mesma no campo de ataque e os erros de passe/tomada de decisão nas jogadas, também dificultavam a ruptura na defesa adversária. Até que Patric deixou tudo igual no placar em inteligente movimentação. Intensidade, mobilidade e ocupação de espaços são características essenciais de Patric. 

Sport rouba a bola ainda em campo ofensivo com Durval. Danilo carrega e tem a opção do passe em profundidade para Renê, que se projeta paralelamente em direção à linha de fundo. Porém, o camisa 14 opta pelo cruzamento. 4 jogadores leoninos se apresentam, igualando numericamente com a quantidade de defensores santistas. Patric infiltra de trás, atacando o espaço entre dois jogadores e cabeceando sem chances de defesa para o goleiro Aranha. 


Para a segunda etapa, Eduardo Baptista sacou Erico Junior para a entrada de Vitor, que atuou mais recuado(na lateral-direita), avançando Patric para atuar como winger no 4-2-3-1 e forçar pra cima do lateral-esquerdo Zé Carlos, que se mostrava vulnerável defensivamente. E a estratégia deu certo. Em outra movimentação inteligente, Patric virou o jogo para o Leão.

Em cobrança de falta ainda em campo defensivo, Durval(que é muito forte nesse recurso de ligação direta) fez um ótimo lançamento diagonal para Patric, que infiltrou no facão em diagonal, penetrando entre Zé Carlos(lateral do extremo oposto ao do lançamento que basculou com a linha defensiva no lance) e David Braz para finalizar para as redes. Essa jogada já tinha dado certo contra o Atlético-MG, onde o winger do flanco direito/oposto(no jogo em questão era Felipe Azevedo) fez movimento semelhante para receber e marcar. Aliás, já tinha sido testada até mesmo contra o Botafogo com lançamento de Durval pra Erico Junior, porém, sem o mesmo êxito. 


Com o gol adversário, Enderson Moreira saiu do 4-1-4-1 e mudou para o 4-2-3-1, com a entrada de Gabriel na vaga de Alan Santos. Gabigol passou a atuar mais aberto pela direita, "empurrando" Lucas Lima para a faixa central do campo, com o intuito de dar mais liberdade para o mesmo. Também tentava forçar pela esquerda com as arrancadas de Rildo pra cima de Vitor. O Sport reforçou proposta reativa/contragolpista, buscando se compactar na intermediária, com entrega total de seus jogadores na marcação e sair em velocidade no contra-ataque. Passou a ter um poder transicional maior, encontrando mais espaços na defesa santista. Ficou visível que sem um centroavante fixo, o time fica mais leve, móvel, rápido e mais efetivo nos contra-ataques, o que é ideal para quando se precisa jogar em velocidade e no erro adversário. Depois do sufoco com dois gols santistas anulados e ainda situações perigosas criadas pelo adversário na bola aérea ofensiva, o Sport matou o jogo nos minutos finais, com mais um de Patric, em rápida puxada de contra-golpe. 

Danilo carrega pela direita e aciona Patric em profundidade nas costas da defesa. Arouca se desloca para acompanhar o camisa 12 rubro-negro e abre o espaço para a infiltração de Felipe Azevedo, livre de marcação pelo meio da área, dando opção de cruzamento/passe rasteiro, pois estava bem posicionado para possivelmente concluir. Azevedo, além da mobilidade, também buscava dar opção de passe vertical nos contragolpes e se projetar nas costas da marcação. No lance, Patric conseguiu se desvencilhar da marcação de Arouca e finalizar cruzado, no canto direito do goleiro Aranha.