quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Com dificuldades no meio-de-campo, Inter perde para o Vitória no Barradão

O Vitória fez mais uma vítima gaúcha no Brasileirão. Depois de vencer o Grêmio no Barradão no primeiro turno - por sinal, a única vitória da equipe baiana em casa na competição - desta vez, foi o Inter que caiu diante do rubro-negro. Esta foi a 5a derrota do Colorado nos últimos 7 jogos disputados pela equipe, fato que está colocando grande pressão sobre os ombros do técnico Abel Braga.

1o tempo: lanterna Vitória surpreende o postulante ao título

Parecia que era o Vitória que corria pelo título do Brasileiro e o Inter que tentava sair do rebaixamento, tal a disparidade entre as duas equipes, mostrada desde os minutos iniciais da partida. Abel Braga sucumbiu ao apelo da torcida, tirando Rafael Moura do time e escalando Wellington Paulista. A imagem abaixo mostra a movimentação do WP9, que realmente trouxe mais mobilidade ao ataque Colorado - ele flutuou muito pelo lado direito e procurou sair da área para tabelar com os companheiros, diferentemente de Moura, que ficava preso ao lado esquerdo do gramado. Apesar disso, o setor de criação do Inter não funcionou, e assim como Moura, Paulista foi pouco acionado ao longo dos 90 minutos.

Heatmap de WP9: movimentação no lado direito de ataque

Abel mais uma vez mexeu muito na escalação da equipe. O 4-3-3 foi mais uma vez utilizado, mas desta vez com dois volantes alinhados - Wellington e Ygor - e Dale mais a frente, compondo a linha de meio, e não a de ataque. Detalhe: na frente, sobretudo aberto pelo lado direito, Dale vinha sendo destaque do time no Brasileirão. No meio, o argentino ficou refém da forte marcação imposta pelos volantes adversários e teve a sua pior atuação no campeonato.

Heatmap de Dale: argentino penetrou menos na área do que em outras oportunidades

A linha ofensiva do Inter foi composta por Eduardo Sasha na direita, WP9 centralizado e Jorge Henrique aberto pelo lado esquerdo. Os dois pontas voltavam para cobrir a subida dos laterais adversários. No Vitória, Ney Franco armou um 4-4-1-1 com duas linhas compactadas, colocando Rycharlyson e Adriano (Neto Coruja saiu lesionado logo aos 10 minutos) por dentro e Cáceres na direita, com o intuito de impedir a progressão de D'Alessandro por aquele setor. Marcinho ficava solto, com liberdade para dar o combate nos zagueiros adversários, mas atuou na maior parte do tempo na faixa da direita, pressionando Fabrício. A movimentação de Marcinho, que sempre atrapalhava a saída de bola Colorada, fez com que o Inter errasse passes e a bola não chegasse no setor de ataque.

Além disso, por ter sempre pelo menos 4 homens no meio, o Vitória sempre levava vantagem numérica no setor em relação ao Inter, que não contava com a subida dos laterais nem o recuo dos pontas para preencher o setor em alguns momentos. Essa falha Colorada pode ser comprovada ao se analisar os números de posse de bola - no final da partida, o Vitória tinha 53% de posse contra 47% do Inter, mesmo com a blitz Colorada nos minutos finais.

O gol cedo também ajudou o Vitória. Rycharlyson marcou logo aos 7, após uma falha do goleiro Dida. O primeiro tempo foi equilibrado, com chances para ambos os lados, mas a defensiva Colorada apresentava muitos problemas na bola aérea defensiva, o que fez com que o rubro-negro baiano estivesse mais perto da marcação de mais um gol ainda na primeira etapa.


Inter e Vitória no 1o tempo: preenchimento de meio de Ney Franco fez a diferença

2o tempo: Vitória segue melhor, Inter segue perdido

O segundo tempo iniciou sem mudanças em ambas as equipes, e também não mudou o panorama da partida. O Inter tentava na base do esforço, mas seguia sem qualidade na saída de bola e com inferioridade numérica no meio. O Vitória seguia mais compactado e se sobrepondo ao Colorado na bola aérea. Se no primeiro tempo a equipe baiana havia precisado de apenas 7 minutos para inaugurar o placar, na segunda etapa 11 minutos foram o suficiente para que o score fosse ampliado. As imagens abaixo mostram a falha da defesa do Inter. Perceba nos frames que haviam três jogadores de defesa do Inter na área contra apenas um atacante do Vitória - Marcinho, que mesmo assim subiu sozinho para marcar o gol dos baianos.


Movimentação no lance do gol: três defensores do Inter não conseguiram parar
o atacante do Vitória

Mesmo após sofrer o segundo gol, Abel Braga ainda demorou 10 minutos para mexer na equipe. Ele fez a sua primeira alteração somente aos 24 da primeira etapa, e não corrigiu o seu grande erro na partida: a entrada de Valdívia no lugar do Ygor até foi benéfica no quesito ofensivo, mas não ajudou o Inter a crescer no quesito posse de bola e tampouco no preenchimento dos espaços no setor do meio de campo. Leandro, que entrou pouco depois, aberto pelo lado esquerdo, foi quem mais ajudou o Inter a tentar descontar o placar. Entretanto, a desorganizada blitz nos 10 minutos finais não foi suficiente para apagar mais um resultado adverso do Colorado.

Final do jogo: blitz Colorada não supera boa marcação dos baianos