Todas as prévias do jogo apontavam um abundante equilíbrio. Muitas delas ressaltavam o trabalho tático de Diego Simeone a frente do Atlético de Madrid, em campanha histórica. Um time sem imensos investimentos, nem craques. Mas com uma funcionalidade tática enorme. Muito por causa disso ocupa hoje a posição mais alta da tabela, junto ao Barça de Martino. Que mesmo com a liderança e vitória numerosas contra times de baixo nível técnico e tático, ainda não mostrou sua real cara. Em três confrontos com o Atlético no ano, três empates, dois deles sendo o coadjuvante no jogo.
O Barça começou sem Neymar e Messi, o que a primeira vista, pela importância do jogo, causava estranheza. Mas pensando com coerência, mostrou-se a decisão mais correta. Neymar havia atuado 10 minutos nos últimos três jogos e Messi voltava de uma lesão que afastou dos gramados por alguns meses. Já o Atlético do “Cholo” Simeone, começou a frente, a marcação compacta e o bode preciso proporcionavam ao time o contra-ataque.
Em cinco minutos, uma finalização de Arda e uma de Diego Costa. Nada que assustasse a meta de Valdés, mas algo que mostrava a proposta colchonera. Martino armou um time paciente, mas que não teve o domínio do jogo no primeiro tempo. Alexis e Pedro, abertos, foram muito bem marcados por Filipe Luís e Juanfran, sem as diagonais e com forte marcação iniciada por Arda e Koke e reforçada por Thiago e Gabi sobre Xavi e Iniesta, Fàbregas se viu obrigado a recuar para armar o jogo. Algo natural de um falso nove. Diego Costa fazia o cerco a Busquets, homem do primeiro passe.
Em um primeiro tempo de 3 a 1 para o Barça em finalizações ao gol, faltou alguém que conseguisse se livrar da forte marcação. Se é que há formula para sair da marcação armada por Simeone. Muito competente.
As linhas compactas do Atlético negaram qualquer espaço ao Barça, que resolveu arriscar de longe. |
Messi voltou junto com o Barça para o segundo tempo, Iniesta saiu contundido. Fàbregas foi recuado para o meio e Messi avançado como falso nove. Com o Argentino e depois com Neymar na vaga de Pedro, o Barcelona teve mais volume de jogo. Mais presença ofensiva, espremendo ainda mais o Atlético contra a parede. Atlético que dependia de Arda para puxar os contra-ataques, mas seguia impecável e impenetrável lá atrás.
A pulga levou perigo duas vezes, uma vez na cabeçada em chegada com Alba pela esquerda e a outra invadindo e fazendo Courtois trabalhar. Mostrou que aos poucos esta voltando a ser aquilo que é e foi. Com Sergi Roberto, Messi e Neymar foram abertos e Fàbregas chegava por trás. Enquanto Sergi e Xavi apareciam as costas dos volantes rojiblancos, quando possível.
Entraram Cristian Rodriguez e Raul García na tentativa de acelerar o contra-ataque e levar mais perigo. Chegou vez ou outra, mas nada que mudasse o placar. O empate foi o resultado mais justo dentro do contexto do jogo.
Simeone mostrou que o Atlético pode ser, ou já é, tão forte como Real Madrid e Barcelona e brigará até o final pela Liga. Já Martino segue com trabalho pela frente, seu Barcelona perdeu a essência daquele time que foi o melhor do mundo a alguns anos atrás.
Abraços,
Rai Monteiro.