Para
comemorar o aniversário de 100 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras, a
Prancheta Tática buscou 10 dos maiores times de toda história alviverde. As
escolhas foram difíceis, mas esperamos que esteja no mesmo nível do que todo
passado palestrino. Palmeirenses e não-palmeirenses, vocês estão convidados a
conhecer um pouco mais da história do mais recente clube brasileiro centenário.
Confira:
Palmeiras tri-campeão
paulista de 1932/33/34
De
1932 a 1934, o Palmeiras venceu três Campeonatos Paulistas seguidos e um
torneio Rio-São Paulo. Na época, o esquema tático da “moda” era o 2-3-5
piramidal (esquema ofensivo, mas mais equilibrado do que o 1-1-8 que estava
entrando em desuso na época), e no Palmeiras não poderia ser diferente. Através
desta forma de jogar que, na época, o Palestra Itália encantou o futebol
brasileiro e que fez duas das maiores goleadas em cima de dois rivais
históricos do clube: Palestra Itália 8 x 0 Santos, em 1932, e Palestra Itália 8
x 0 Corinthians, em 1933.
Através
deste 2-3-5 piramidal (perceba que a distribuição do time forma uma pirâmide),
o Palestra Itália goleou por 8 x 0 o Corinthians e de que o filme brasileiro “O
Casamento de Romeu e Julieta” tem como jogo de fundo da história. Imparato, que
apareceu no filme, fez três gols nesta partida.
“O Palestra morre invicto e
o Palmeiras nasce campeão” (1942)
Em
1942, devido a Segunda Mundial, o Palestra Itália foi obrigado a mudar de nome.
No dia 18 de setembro de 1942, dirigentes palestrinos decidiram que a cor
vermelha não iria mais integrar as cores do clube e de que a palavra “Palestra”
também não seria mais usada. Graças ao conselheiro Mário Minervino, o nome
“Sociedade Esportiva Palmeiras” foi o escolhido.
Dois
dias depois, o time titular do, agora, Palmeiras entrara para o seu primeiro
jogo carregando a bandeira do Brasil. Esta ação fez a maioria dos torcedores
presentes, no Pacaembú, aplaudirem a equipe palmeirense de pé e, assim, iniciou
a vitória do título paulista de 1942 para a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Já
no WM (esquema que apareceu após a mudança da regra do impedimento, em 1925), o
Palmeiras venceu o São Paulo por 3 x 0, consagrou campeão paulista em 1942 e
manteve a mesma base tática no título paulista de 1944. Pelo desenho acima,
percebe-se como as letras WM eram formadas e por isso, este era o nome do
esquema tático.
Palmeiras campeão da Copa
Rio de 51
Para
os palestrinos da época, a Copa-Rio foi um título mundial para a história do
Palmeiras. Tanto que, recentemente, a FIFA o considerou como tal. Discussão a
parte, o time do Palmeiras de 1951 venceu o Olympique de Marseille, Juventus e
Vasco (time base da Seleção Brasileira de 1950). Sim, na final, o Alviverde Imponente
empatou por 2 x 2 contra a Juventus, mas o título foi para o Palmeiras, devido
ao regulamento do torneio.
Na
Copa Rio, Palmeiras jogava no WM e destaque para Jair da Rosa Pinto, um dos
maiores meia da história do clube até então. Disputou 5 das 6 partidas pela
Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950.
A Primeira Academia
De
1963 a 1967, o Palmeiras encantou o Brasil. O único time que batia de frente no
Santos de Pelé, conquistando dois Campeonatos Paulistas, um Torneio Rio-São
Paulo, uma Taça Brasil e um torneio Roberto Gomes Barbosa. O estilo de jogo da
Primeira Academia era de através do jogo cadenciado, toque de bola refinado e
com ataque envolvente. Ou seja, no mesmo ritmo e modo no qual o futuro maior jogador do
Palmeiras estava iniciando a jogar no clube. Ademir da Guia regia toda
orquestra palestrina.
No
papel da imprensa da época, o Palmeiras jogava no 4-2-4. Porém o sistema
defensivo se comportava no 4-3-3, com Servílio recuando até quase alinhar a
Ademir da Guia no meio-de-campo.
A Segunda Academia
Com
desgaste natural da Primeira Academia, em 1968, o Palmeiras passou a se
reestruturar para voltar a vencer. Em 1969, o clube venceria o seu segundo
Robertão, mas somente a partir de 1972, que o Alviverde Imponente voltaria a
encantar o Brasil. De 1972 a 1976, o clube venceu três Campeonatos Paulistas e
dois Campeonatos Brasileiros. Era a Segunda Academia palestrina em ação!
Já
a Segunda Academia atuou no legítimo 4-2-4: Ademir da Guia era o meia armador,
Leivinha como ponta-de-lança e Edu e Nei como pontas.
O início da Era Parmalat
A
Era Parmalat no Palmeiras iniciara em 1992, mas começou a dar os frutos somente
em 1993. Depois de 19 anos sem um título sequer, o Alviverde Imponente voltou a
ser campeão, no dia 12 de junho de 1993. Após este título paulista e nos anos
de 1993 e 1994, o Palmeiras venceu um Campeonato Paulista, um Torneio Rio-São
Paulo e dois Campeonatos Brasileiros. Nesta época, Vanderlei Luxemburgo deu as
suas primeiras orientações no CT da Barra Funda.
No
papel, o trio “EEE” formava um trio de atacantes, porém, em campo, Evair
recuava para armas as jogadas ofensivas junto com Zinho. O 4-3-1-2 era o
esquema camuflado utilizado.
O ataque dos 100 gols
Em
1995, Vanderlei Luxemburgo voltara para o Palmeiras para iniciar o ataque dos
100 gols no ano seguinte. Em 1996, o Palmeiras, em 30 jogos do Campeonato
Paulista, fez 102 gols. Tendo, assim, uma incrível média de 3,4 gols por
partida! Teoricamente, o quarteto ofensivo formado por Rivaldo, Muller,
Djalminha e Luizão era sustentado por Cafú, Sandro, Cléber, Júnior e dois volantes
que sequer passavam a linha do meio do campo: Amaral e Galeano. Já na prática,
foi um pouco diferente.
No ataque dos 100,
Rivaldo voltava compondo o trio do meio-de-campo com Galeano e Amaral. Com este
recuo, o camisa 11 partia de frente para a defesa adversária e se movimentava
por onde Muller abria espaço.
A América é verde
O
auge da Era Parmalat aconteceu em 1999. Para chegar até o apogeu, a
multinacional contratou Luiz Felipe Scolari, no 2° semestre de 1997. O
vice-campeonato Brasileiro daquele ano já demonstrava sinais dos bons tempos
que iriam surgir no clube. De 1998 a 2000, o Palmeiras conquistou uma Copa dos
Campeões, uma Mercosul, um Torneio Rio-São Paulo, uma Copa do Brasil e, por
fim, uma Taça Libertadores da América.
O
4-3-1-2 do título da Libertadores: o time todo se movimentava para que os
cruzamentos na área acontecesse, pois Rogério e Zinho freqüentemente formavam
dupla no lado do campo com Arce e Júnior, respectivamente.
Um passo para trás para dar
dois para frente
A
queda em 2002 fez o Palmeiras voltar mais forte nos três próximos anos. Em
2004, 2005 e 2006 e com a base formada durante a Série B de 2003, o Alviverde
Imponente classificou três vezes seguidas para a Taça Libertadores da América,
feito que não voltou a acontecer desde então. O ano de 2003 não foi dos
melhores para nenhum palmeirense, mas serviu para o clube dar um passo para
trás para dar dois para frente de 2004 a 2006.
Em
2003, no papel era 4-1-3-2, mas na prática Marcinho Guerreiro recuava até os
dois zagueiros para que Baiano, Lúcio, Magrão e Diego Souza formassem o fatal
contra-ataque tão característicos daquela campanha na Segunda Divisão. Os,
então, jovens Edmilson e Vágner Love fizeram a diferença na finalização dos
contra-golpes alviverdes.
Depois de 8 anos, um título
de Série A
Desde
o título da Copa dos Campeões de 2000, o Palmeiras não conquistava um título de
Série A. Em 2008, Vanderlei Luxemburgo fez o clube sair de outra fila. Em 2008
e com a parceria da Traffic, o Alviverde Imponente formara outro elenco cheio
de estrelas da época: Henrique, Diego Souza, Valdivia, Kléber Gladiador e Alex
Mineiro. Estes jogadores, junto com o time organizado no 4-3-1-2 que Luxemburgo
havia montado, conquistaram o Campeonato Paulista de 2008.
O
4-3-1-2 do Palmeiras campeão paulista de 2008. A partir deste time, o clube se
baseou para formar o time da boa campanha do Campeonato Brasileiro de 2009.
Marcos, Pierre e Diego Souza formaram a base da equipe até o ano seguinte.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)