2014
chegou, ano de eleições, ano de segunda divisão. Após a tristeza do ano
anterior, um primeiro jogo logo no meio de janeiro, possibilitando que o time
somente pudesse ter dez dias de pré-temporada. Pouco para qualquer equipe que
queira ter o mínimo de competitividade, mas como o calendário não nos permite
isso, não há jeito.
Logo
de cara, o Vasco pega o Boavista, time que sempre deu trabalho para os grandes
nos Estaduais. Jogo em São Januário espera-se vitória clara. Não foi isso que
ocorreu, mas para podermos começar a criticar, temos que analisar os fatores.
Fico com a parte tática, como sempre:
Adilson
havia deixado bem claro antes da partida que os jogadores não estariam em seus
100%:
“- Vocês
acompanharam os treinamentos e viram a formação que vai ser utilizada. Tenho
que ter cuidados para não iniciar o jogo já pensando nas substituições. Nem
todos estão aptos na parte física. Uns voltaram das férias com déficit, outros
com sobrepeso... É normal.”
Como se pôde
perceber, ele escolheu os jogadores usando como critério o fator físico. Por
isso optou por uma formação que já antes da partida fora um tanto criticada.
Vejamos:
Adilson
posicionou o Vasco num 4-3-3 com um meio campo constituído por Abuda
centralizado, Guinazu mais contido pela esquerda e Bastos mais solto pela
direita. Na frente, Edmilson como referencia, Barbio pela direita e Reginaldo
pela esquerda.
A
escolha dos jogadores já nos mostrava que teríamos um problema grave: a falta
de um meio campista com qualidade de chegada na frente para encostar nos
atacantes, de acelerar o jogo quando necessario e precisão no passe final. Não
deu outra. Vimos um time lento, com muitos erros de passe e um Edmilson muito
isolado na frente. Bastos, o jogador designado para isso, até não fazia má
partida, mas não encaixava para a função que se precisava ali. No elenco,
Aranda pode ser uma boa opção para dar o dinamismo que esse meio precisava.
O
time até tentou propor o jogo no início, apostando muito nas corridas dos
pontas nas costas dos laterais adversários. O primeiro lance de perigo foi com
Barbio, que após bola escorada por Edmilson na direita tentou centrar a bola
para Reginaldo que fechava em diagonal, porem não teve êxito.
Diagonal
essa que foi de extrema importância para o gol vascaíno na partida. No lance,
Marlon aparece com liberdade para cruzar. Por que? Observe abaixo que
Reginaldo, o ponta que deveria estar por ali, está no infiltrado no meio
(movimentação em laranja), abrindo o seu espaço original para a subida do
lateral (espaço retangular), que cruzou, contou com a falha do zagueiro do
Boavista para marcar. Movimentação treinada por Adilson!
Marlon que, por sinal, fez ótima estreia com a camisa do Vasco. Lateral que aparentou se impor bem fisicamente nas subidas e ser muito veloz. Não deu espaços as suas costas e soube apoiar nos momentos certos, dando muito trabalho ao lateral direito adversário. Já o desconhecido André Rocha se mostrou bem tímido na estreia, porém mostrando ter eficiência na marcação.
Marlon que, por sinal, fez ótima estreia com a camisa do Vasco. Lateral que aparentou se impor bem fisicamente nas subidas e ser muito veloz. Não deu espaços as suas costas e soube apoiar nos momentos certos, dando muito trabalho ao lateral direito adversário. Já o desconhecido André Rocha se mostrou bem tímido na estreia, porém mostrando ter eficiência na marcação.
Após
o gol, o time teve a natural relaxada que o Vasco tem quando joga em São
Januario. Recolheu as linhas e passou a apostar em contra-ataques. Muitas bolas
alçadas para o pivô de Edmilson, que saía muito da área para buscar jogo e
tentativas diretas nos pontas, diversas vezes resultando em bolas perdidas.
Na
defesa, o time possuía dois comportamentos interessantes. Marcando em zona e
deixando o adversário chegar até o meio de campo, onde começavam a pressionar,
o time, dependendo de onde a bola se situava, podia (observem os desenhos):
-
Se fechar num 4-1-4-1, com Abuda entre as linhas de 4 e pontas voltando para
marcar a subida dos laterais adversários.
-
Se fechar num 4-4-2, com o ponta do lado que a bola está sendo atacada saindo
da segunda linha de 4 para pressionar mais a frente e o volante do lado abrindo.
Abuda entrava nesse espaço desse volante.
Vasco
começou a perder o domínio do jogo, o que todo Vascaíno sabe que é sinal de
problema. Boavista chegava com facilidade, muito devido ao pouco “pressing”
(ação de pressionar o adversário fechando seu espaço de ação e diminuindo seu
tempo de pensar) que os Vascaínos exerciam. A entrada do bom meia Cascata
(aquele mesmo), deu muito trabalho aos volantes.
Fim
de primeiro tempo, Vasco na frente com vantagem. Esperava-se uma mudança de
postura, para matar o jogo e ter tranquilidade. Não foi o que ocorreu. Chega
segundo tempo e a mesma postura recuada do primeiro, até que Cascata conduz a
bola na intermediária com espaço, arremata e faz o gol de empate. Observe como
a movimentação dos jogadores do Boavista abriu o clarão que permitiu o chute:
Até
surtiu certo efeito, como no lance do pênalti desperdiçado por Bastos em que
Montoya driblou o goleiro e foi derrubado. Mas não foi o suficiente para tirar
o empate do placar. Para um primeiro jogo, nada muito fora do esperado; time
lento, botando a culpa no físico, ritmo de pelada, etc. Os novatos até que
deram conta do recado, com destaque para Rodrigo e Marlon. Será que eles nos
surpreenderão? Esperemos os próximos jogos! Abraços e até a próxima!
Por: Gabriel Daiha
Por: Gabriel Daiha