Um esquema que é pouco
utilizado no Brasil, mas que fora é muito requisitado é o 4-4-2 em linha.
Entretanto e contrariando mais uma tendência futebolística brasileira, o atual
técnico do Atlético-PR só usou este esquema em todas as três partidas do seu
time neste ano. Ontem foi a terceira vez.
Com a continuação de seu
trabalho, a movimentação dos jogadores do Atlético-PR está sendo modificada aos
poucos. No primeiro jogo do ano, os 4 defensores se posicionaram tão adiantados
e em linha que fizeram os atleticanos sofrerem. Já na segunda partida, os
defensores passaram a alternar o posicionamento de acordo com a necessidade em
campo, mas os wingers pouco centralizando enquanto o time atacava. Agora contra
o The Strongest, Miguel Ángel Portugal novamente utilizou o 4-4-2 em linha,
manteve a alternância de posicionamento de seus defensores e os wingers
passaram a participar ainda mais do ataque ao centralizarem. Vejam pelo
flagrante a seguir, o posicionamento dos wingers, Fran Mérida e Paulinho Dias,
que se repetiu enquanto a equipe rubro-negra atacava:
"No flagrante, o The Strongest havia acabado de recuperar a bola e feito um lançamento a frente. Por isso os wingers ainda estão centralizados, mesmo tendo a bola já em campo defensivo." |
Do mesmo modo que o
Atlético-PR jogou no 4-4-2 em linha, o The Strongest também utilizou do mesmo
esquema tático. Assim sendo, a distribuição no início da partida foi a
seguinte:
"Atlético-PR e The Strongest no 4-4-2 em linha." |
Com o péssimo estado do
gramado da Vila Capanema, o Furacão só passou a mostrar quem era o mandante da
partida a partir dos 18 do primeiro tempo. A sequência de duas chances muito
boas simbolizou todo o esforço que a equipe rubro-negra estava demonstrando em
campo. O time realizava marcação pressão desde a saída de bola; muita
intensidade ofensiva e defensiva; a busca de superioridade no setor, tanto
ofensivamente quanto defensivamente, foi uma constante; havia troca rápida de
ação de jogo; a marcação tinha a bola como referência; as jogadas pelos lados
aconteciam muito mais do que pelo centro; e, por fim, os atacantes e os wingers
trocavam de lado. Tanto que o gol, aos 23 da primeira etapa, foi através de um
cruzamento pela direita no qual Paulinho Dias finalizou na esquerda, enquanto
que sua posição “original” era pela direita.
Já o The Strongest iniciara
a partida no 4-4-2 em linha e compactando a equipe nas intermediárias, mas
realizando pouca intensidade com os seus jogadores de frente. Entretanto, após
o gol sofrido, a equipe boliviana aumentou a intensidade de marcação de seus
atacantes e wingers, e passou a incomodar o time brasileiro. Porém como o The
Strongest não tem tanta qualidade técnica e nem tanta variação tática, o Atlético
terminou o primeiro tempo com o placar de 1 a 0 a seu favor.
"Flagrante do The Strongest se defendendo no 4-4-2 em linha." |
No intervalo, nenhum dos
técnicos acabaram realizando substituições. Porém Miguel Portugal, técnico do
Atlético-PR, mostrou uma face que ainda não havia mostrado. Com a vantagem no
placar, o Furacão jogou todo o segundo tempo com baixa intensidade de marcação
e de ataque, e, assim, perdendo uma das melhores características desta equipe.
Além de diminuir a intensidade, o que pareceu ser estrategicamente pensado para
abrir campo para os contra-ataques rubro-negros, o time manteve, em momentos
defensivos, a aproximação somente das linhas dos defensores e dos
meio-campistas.
Com o Furacão recuando, o
The Strongest passou a pressionar no segundo tempo. O time boliviano manteve a
pressão desde a saída de bola atleticana, realizava constante pressão no
adversário com a bola, mas pecou muito no desenvolvimento das jogadas ofensivas
e nas várias tentativas falhas de lançamentos.
Agora com o The Strongest
melhorando na partida e o Atlético-PR marcando mal, Miguel Portugal realizou
duas substituições: entraram o atacante Bruno Mendes e o meia Mirabaje nos
lugares de Mosquito e Fran Mérida. Estas alterações e também as do The
Strongest (Reynoso e Melgare entraram nos lugares de Soliz e Ríos) não
alteraram os esquemas táticos de suas equipes e também não modificaram o
andamento da partida. Mas a substituição que muitos aguardavam aconteceu:
Adriano Imperador entrou em campo.
Depois de longos 22 meses
sem entrar em campo profissionalmente, o atacante jogou 8 minutos pelo
Atlético-PR. Ele não tocou na bola e não alterou o esquema tático, mas
modificou os ânimos dos torcedores do Atlético-PR para a Libertadores.
"Distribuição dos jogadores ao fim do jogo." |
Por Caio Gondo