Não foi a primeira vez e não
será a última, na qual uma alteração que Gilson Kleina fez mudar o andamento do jogo para melhor à favor do Palmeiras. Nesta última quinta-feira, as principais
mudanças não foram através de uma substituição, mas sim ao mudar o
posicionamento de seu time no intervalo da partida e no segundo tempo.
Contra a Portuguesa, que
iniciou o jogo no 4-3-1-2, o Palmeiras de Gilson Kleina começou no 4-2-3-1.
Palmeiras no seu tradicional 4-2-3-1 e Portuguesa no 4-3-1-2. |
Por ter maior conhecimento
de seu elenco e pelo mesmo estar mais entrosado em campo do que o seu
adversário, o time do Palmeiras começou o jogo ocupando por mais tempo o campo
ofensivo do que a Portuguesa, o seu.
Com o time compactando entre
as duas intermediárias, com maior intensidade de marcação nas suas duas linhas
de 4, com a linha defensiva alternando o posicionamento de acordo com a
necessidade e marcação individual por setor em todo o campo, o Porco frequentou
por mais tempo o campo de defesa portuguesa. No fim da partida, o Palmeiras
terminou com 58,50% da posse da bola, com 4 finalizações certas e 15 erradas.
Flagrante tático das 2 linhas de 4 do Palmeiras |
Porém as melhores chances
foram do lado da Lusa. A Portuguesa, que iniciava a marcação próxima do meio de
campo; os seus três volantes balançavam defensivamente de acordo com o lado da
bola; o time marcava por zona o campo inteiro e os seus três jogadores de
frente pouco colaboravam defensivamente; ameaçava. Já que estes três jogadores de
frente realizavam os velozes contra-ataques lusitanos.
Flagrante da organização defensiva da Portuguesa, com os 3 volantes balançando para a esquerda, e com os 3 jogadores da frente nem sequer aparecendo na imagem. |
Vendo que a sua equipe pouco
chegava com perigo na meta adversária, Gilson Kleina mudou no intervalo. Para o
segundo tempo, o Palmeiras voltou jogando no 4-3-3 invés do 4-2-3-1. A
diferença pode ser sutil, mas Kleina foi muito inteligente.
Ao perceber que a Portuguesa
se defendia com uma linha de 4 e outra de 3, o técnico do time alviverde
avançou ainda mais os seus laterais, descentralizou um pouco Wesley e Mendieta
e o time passou a realizar muitas jogadas pelos lados. Já que pelos lados, o
Palmeiras tinha sempre 3 jogadores contra 2 da Portuguesa. Veja no exemplo:
Através deste heatmap, as ações de Mendieta mostram como o meia atuou muito pelo lado direito. Zona de atuação que confirma que o paraguaio não atuou tão centralizado como joga o titular da posição. |
Com a desvantagem no placar,
a Portuguesa foi mudando paulatinamente o seu modo de jogar. Devido à pressão
que o Palmeiras continuava fazendo mesmo com um gol ao seu favor, Argel Fucks,
técnico da Lusa, alterou a sua equipe. As entradas dos meias Coutinho e Gabriel
Xavier, a Lusa passou a jogar no 4-2-3-1. E assim como a alteração de esquema
de Gilson Kleina, a de Fucks também foi pensada.
Uma vez que o Palmeiras passou
a se defender com duas linhas de 4 com Eguren entre elas e de que o placar o
favorecia, a Portuguesa passou a avançar simultaneamente os dois laterais e
deixar no 1x1 quase todos os jogadores do Palmeiras. Devido à necessidade de
correr atrás do placar, os jogadores da Lusa empurraram os do Porco para o seu
campo defensivo, mantiveram a bola em campo ofensivo, realizaram boas chances de
gol e passaram pressionar desde a saída de bola alviverde. Era pressão
Lusitana.
Com o seu time novamente
pedindo alteração, Gilson Kleina a realizou. A entrada de Rodolfo fez o time
voltar a atuar no 4-2-3-1 e a reequilibrar as ações do jogo. O Palmeiras passou
a não sofrer mais tanta pressão da Portuguesa e conseguiu
controlar os ímpetos lusitanos até o fim da partida.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)