Já antes do jogo já podia se prever que o panorama tático do jogo entre São Paulo e Ceará no Morumbi fosse o time da casa com a proposta de controlar o jogo mantendo a posse de bola e o Ceará retraído em seu campo de defesa, defendendo-se num 5-4-1 compacto que buscava sair nos contragolpes a procura do resultado. Numa dessas saídas rápidas surgiu o escanteio de onde veio o primeiro gol de Rafael Costa.
O São Paulo mostrou dificuldades para jogar pelo chão contra times bem compactos em seu 4-3-3 que tinha Ganso e Michel Bastos como interiores, e Carlinhos aberto pelo lado esquerdo (mais tarde ele trocou de lado com Pato ainda no primeiro tempo), e por isso durante o jogo ele teve de usar o recurso de lançar bolas pelo alto, uma vez que seus jogadores não conseguiam entrar com a bola na área defendida por João Carlos, goleiro do Ceará que esteve em noite maravilhosa.
Atrás do resultado, o São Paulo seguiu tentando propor sem sucesso, e numa outra saída rápida de contra-ataque o Ceará conseguiu a penalidade máxima que foi convertida por Rafael Costa, dando uma boa vantagem para o Vozão.
Osório continuou com Carlinhos na ponta-direita, e o São Paulo passou a apostar cada vez mais nas jogadas pelo alto, com cruzamentos vindos da direita procurando na maioria das vezes Alexandre Pato para concluir, como no gol marcado pelo camisa onze. O Tricolor teve várias chances que não foram aproveitadas, ou por incompetência, desespero e desorganização que a equipe passou a demonstrar no segundo tempo, ou pela noite inspirada de João Carlos e do time inteiro do Ceará.
Mais do que problemas políticos, rodízio ou hipotéticas panelinhas contra o seu treinador, o São Paulo precisa ser um time mais intenso e que saiba se portar diante de times fechados, com movimentação e vontade de ganhar. Osório tem que permanecer sim, mas o treinador também precisa encontrar soluções imediatas dentro de suas filosofias para que o projeto de um trabalho a médio-longo prazo seja mantido.
Por Diogo Ribeiro