Assim como exposto
anteriormente, o modo de jogar como um todo do time de Vagner Mancini não tão era
diferente ao de Ricardo Drubscky. Porém, neste post irá dissecar o sistema
defensivo rubro-negros em 2013, pois foi ele que mais sofreu alteração com o
trabalho de Mancini no Atlético e contribuiu com que o clube alcance mais uma
vaga na Taça Libertadores da América.
A busca pela compactação sem
bola no terço central foi constante, já que os dois atacantes se iniciavam a
primeira onda de marcação na intermediária ofensiva e a linha defensiva se
afastava da área de Weverton. Porém, assim que a bola ultrapassava a linha dos
dois atacantes, o atacante mais próximo se posicionava próximo do meio de campo
e às costas do lateral adversário que subiu.
O meio de campo do esquema
4-3-1-2 rubro-negro de 2013 se apresentava com quatro jogadores no meio de
campo, sendo que três deles realizavam funções defensivas semelhantes e um deles,
geralmente Paulo Baier, com pouca responsabilidade defensiva. Tanto que foi
constante a visualização desse meia central fora da região onde a jogada
adversária se desenvolvia, mas buscando um melhor posicionamento para realizar
os contragolpes do Furacão.
Já os três jogadores atrás deste meia flutuavam alinhados de acordo com o lado da jogada adversária. Assim como foi flagrado no jogo contra o Cruzeiro, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro:
Uma vez que eram somente
três jogadores que flutuavam de acordo com o lado que estava sendo atacado, se
o time adversário conseguisse inverter o lado da jogada rapidamente, a bola
chegaria livre para o jogador do lado oposto. Já que não havia nenhum jogador
do meio-de-campo do Atlético do lado contrário da jogada.
Esta pequena falha foi
notada já no fim da arrancada de 13 jogos de invencibilidade do Furacão no
Campeonato Brasileiro. Notada e muito explorada nos jogos contra o Santos, o
Vasco e o Fluminense. Porém foi ajustada e amenizada com as variações dos
desenhos do meio-de-campo atleticano que alteravam com o decorrer da partida,
devido à “bagunça organizada” que os jogadores de frente realizavam. Esta
bagunça foi classificada como organizada, pois quando um dos atacantes
acompanhavam até o fim o lateral adversário mais próximo, rapidamente um dos 3
jogadores de meio-de-campo abria para cobrir o lado oposto da jogada. Sendo
assim, formando uma linha de meio-campistas que cobria todos os corredores do
campo mais facilmente.
"No caso deste jogo, a bagunça organizada fez com que o time se posicionasse no 4-2-3-1, mas mantendo os lados de Dellatorre e Éverton." |
Enquanto que o meio-de-campo
rubro-negro se ajustava, a linha defensiva se apresentava à nível ótimo desde a
chegada de Vagner Mancini. Mancini, ao perceber que a sua última linha
conseguia deixar frequentemente o adversário em posição irregular com o antigo
técnico, fez com que este recurso não desaparecesse. Mas não deixou como o
principal recurso da defesa. Uma vez que o time passou a se compactar no terço
central do campo e se organizava no 4-3-1-2 com os seus atacante próximos aos
laterais adversários, os zagueiros e algum volante do time adversário
frequentemente estavam livres para poderem fazer lançamentos. Deste modo, a
linha defensiva atleticana, regida pelo experiente Luiz Alberto e o ótimo
zagueiro Manoel, escolhia a melhor opção para o momento. Ora a defesa deixava o
ataque adversário em posição irregular, ora recuavam para retirar a bola do
adversário.
"Flagra
da linha defensiva bem adiantada no jogo contra o Atlético-MG."
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Para melhorar ainda mais o
sistema defensivo do Furacão em 2013, os efeitos da longa pré-temporada
começaram a surtir efeito neste início de trabalho de Vagner Mancini no clube.
Além do técnico ter alterado boa parte do sistema defensivo, a maioria dos jogadores
do seu elenco realizavam marcação individual no setor e apresentava troca
rápida de ação de jogo. Tanto da defensiva para a ofensiva, quanto da ofensiva
para a defensiva. Com os jogadores realizando troca rápida de ação de jogo e o
pressing rapidamente, frequentemente era maior o número de atleticanos ao redor
da bola do que em relação ao número de adversários.
Além destes aspectos do
sistema defensivo de cada setor da equipe de Vagner Mancini, a equipe como um
todo conseguiu apresentar uma variação no modo de marcação nas quartas-de-final
da Copa do Brasil: a marcação mista. Para que este tipo de marcação possa
acontecer, um ou mais jogador do Furacão marcava individualmente um jogador
adversário enquanto todos os outros rubro-negros marcavam por encaixe da zona.