A partida entre Corinthians
e Paulista, válida pela segunda rodada do Campeonato Paulista de 2014, terminou
com vitória alvinegra por 1 a 0. Enquanto o Paulista jogou no 4-3-1-2, o
Corinthians jogou no 4-2-3-1 com os seus meias centralizados (esquema tático
que o próprio Mano Menezes reluta em dizer que o time não joga nele, mas, ao
longo deste post, será mostrado que o time joga sim no 4-2-3-1):
"No
4-2-3-1 de Mano Menezes, nenhum dos meias participam frequentemente das
situações defensivas. Porém, ofensivamente, os três centralizam e trocam de
posição."
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O modo de jogar do
Corinthians de 2014 é diferente do Corinthians da Era Tite. As peças não
mudaram, mas alguns aspectos de jogo sim. Enquanto que com Tite, o esquema de
jogo era o 4-2-3-1 com dois meias abertos e tendo muita função defensiva, com
Mano Menezes, o esquema é o mesmo, mas com diferenças. No 4-2-3-1 de Mano
Menezes, estes meias jogam centralizados e pouco ajuda o sistema defensivo.
Além dessa diferença dos meias dos lados do campo, o meia central foi quem sofreu
a maior mudança de função.
"Flagrante dos meias corintianos pouco participando do momentos defensivos do time. Danilo que está bem recuado em relação a Rodriguinho, pouco retornou até este ponto durante o jogo inteiro." |
Assim como no jogo anterior,
Romarinho foi quem exerceu a função do “meia central”. As aspas são porque nem
o próprio técnico alvinegro considera o posicionamento deste jogador como um
meia, mas sim como um atacante. Esta afirmação é devida a não composição
defensiva dele com os dois meias do time e porque ele não é aquele meia
criativo centralizado, assim como joga na maioria dos times no Brasil. Os
meias, para Mano Menezes, organizadores de jogada do time estão pelos lados e o
jogador do centro é atacante, incisivo e veloz. Assim como o flagrante abaixo:
Romarinho apresentou
movimentação completamente diferente que realizou em 2013. No ano passado, este
jogador fazia a função do meia aberto do 4-2-3-1. Já em 2014, ele é o meia do
centro, porém é nele que o time ainda realiza as transições velozes ofensivas.
Em 2014, sem a bola, Romarinho se posiciona ao lado de Guerrero (assim como
mostrou o flagrante anterior). Já quando a bola se aproxima dele, o jogador vai
em direção à jogada para receber às costas do volante adversário e para esperar
a aproximação dos outros dois meias. Mas não foi só o meia central que sofreu
drásticas mudanças.
O sistema ofensivo também sofreu
alterações com a mudança de técnicos. Com Tite e enquanto Paulinho ainda estava
no Corinthians, o 2° volante subia frequentemente ao ataque. Já com Mano
Menezes, Guilherme ocupa a posição, mas realiza função diferente. Com este novo
titular na posição, o sistema ofensivo deixou de atacar com o 2° volante, mas
ganhou um jogador que realiza passes profundos e longos. Tanto que o gol da
vitória alvinegra foi iniciada à partir de um lançamento de Guilherme para
Émerson Sheik.
Assim como a mudança da
tendência de centralização dos meias abertos do atual Corinthians, os laterais
do Time do Povo ganharam mais liberdade para subirem ao ataque. Com Tite, os
laterais pouco faziam jogadas de linha de fundo, já com Mano, eles sobem
frequentemente até o fim do campo adversário. Entretanto, a alternância de
subida ainda se mantém. No flagrante do gol do Corinthians, se tem todos os
aspectos citados que alteraram com a mudança dos técnicos:
Agora em relação à
compactação e a aproximação das linhas dos setores, o Corinthians pouco
alterou, pois já estava em bom nível. A compactação se manteve próxima de um
terço do campo e a aproximação da linha defensiva com a do meio do campo
continua próxima. Mas as pequenas alterações foram: o volante oposto da jogada
adversária centraliza, e somente os meias de Mano Menezes recuam para deixarem
o meia central receber e ter vários sentidos para realizar a transição veloz ao
ataque. O flagrante a seguir mostra os meias pouco ajudando e Ralf, recuando
entre os zagueiros enquanto a jogada adversária se desenvolvia pela esquerda:
Já o Paulista, que jogou no
4-3-1-2, apresentou longa compactação, o setor de meio de campo longe dos
atacantes e buscou frequentemente o contra-ataque. Diante do meio de campo longe de David e
Patrick, o Paulista frequentemente buscou ligar o ataque através de lançamentos
e chutões para eles. Já que o meia central, Dinélson, não conseguiu fazer com
que chegassem muitas bolas para os seus dois atacantes.