Para que esta vitória em
cima do Rio Branco por 2 a 0 viesse, o Coritiba atuou dando liberdade para o
seu melhor jogador do elenco: Alex. O camisa 10 alviverde não tinha função
alguma defensiva e, com o seu time com a posse da bola, fez a diferença para o
Coxa. Os dois gols da partida foram de Alex.
Com o seu melhor jogador não
tendo função defensiva, o time alviverde jogou no 4-1-4-1 sem a bola, e
transitava para o 4-3-1-2 com a bola. Esta transição ofensiva acontecia devido
à movimentação para trás de Alex, já que ele foi a referência ofensiva quando a
equipe não estava com a posse da bola. O camisa 10 alviverde jogou como um
“falso 9”. Já o Rio Branco iniciou a partida no 4-2-2-2.
Coritiba no 4-1-4-1 e Rio Branco no 4-2-2-2-. |
Flagrante tático do 4-1-4-1 compactado do Coritiba (Reprodução: SporTV/PFC) |
O meio de campo do time do
interior paranaense marcou de maneira individual por setor. Deste modo, o
jogador do Coritiba que um jogador do Rio Branco encostasse para marcar seria
marcado até o fim da jogada. Assim sendo, o desenho de 2-2 da meia cancha do Leão
da Estradinha frequentemente mudava para 3-1 ou -1-3, pois dependia da
movimentação dos jogadores de meio do Coxa. Consequentemente, os laterais do
time alviverde só sofriam marcação dos laterais alvirrubros. Aqui morou um
grande problema para o Rio Branco.
Com os laterais livres,
Victor Ferraz e Carlinhos avançaram frequentemente. Apesar da alternância de
subida, estes jogadores foram constantemente ativados por todo primeiro tempo.
Com Júlio César e Roni entrando na diagonal -devido ao espaço que Alex deixava
ao atrair a atenção de um zagueiro adversário- os laterais do Rio Branco não
sabiam se acompanhavam os atacantes do Coxa ou partiam para marcar os laterais
que subiam. No flagrante a seguir do primeiro gol, Victor Ferraz tem a
aproximação de Fabinho, assim abrindo espaço para que Júlio César atraísse a
marcação de A.Rosa. Com Rosa marcando Júlio César e Cris marcando Roni, Alex
entrou bem entre os dois zagueiros para cabecear e fazer o seu primeiro gol na
partida.
Além desta movimentação
ofensiva do Coritiba, os volantes também apresentaram movimentações para se
destacar. Germano, Robinho e Gil, assim como os meio-campistas do Rio Branco,
marcaram individualmente por setor. E da mesma maneira do que seu adversário, o
meio de campo alviverde alterou frequentemente o desenho tático. O triângulo de
base alta e o triângulo de base baixa foram os mais constantes.
Como a marcação do time
alviverde iniciava na intermediária ofensiva, a compactação do time em cerca de
um terço foi constante e o 4-1-4-1 privilegiando Alex foi realizada
frequentemente, o Coritiba dominou todo o primeiro tempo. O Rio Branco pouco
pôde fazer para parar o sistema ofensivo alviverde regido por Alex.
Flagrante do Coxa iniciando a marcação na intermediária ofensiva, no primeiro tempo. (Reprodução: SporTV/PFC) |
No intervalo, Dado
Cavalcanti, técnico do Coritiba, tapou o único setor onde o Rio Branco
conseguiu fazer as principais jogadas da primeira etapa. O comandante
coxa-branca colocou o lateral esquerdo Diogo no lugar de Carlinhos. Já que o
titular sofreu muitos ataques em suas costas nos primeiros 45 minutos de jogo.
Com o time alviverde reforçado defensivamente e com o segundo gol de Alex, aos
2 da segunda etapa, o Coritiba passou a recuar em campo. A partir deste
momento, o time da capital passou a iniciar a sua marcação atrás do meio de
campo e a entrada do velocista Norberto no lugar de Júlio César, os
contragolpes iniciados por Alex passaram a ser muito utilizados.
Na imagem, percebe-se novamente o 4-1-4-1 compactado do Coxa, e com Alex exatamente no meio de campo para ser propulsor dos contragolpes alviverdes. (Reprodução: SporTV/PFC) |
Precisando de um placar mais
favorável, o Rio Branco passou a se defender e atacar melhor na segunda etapa.
Para a última metade da partida, a equipe alvirrubra passou a jogar no 4-2-3-1
e o seu sistema defensivo passou a jogar com duas linhas de quatro.
Flagrante de uma parte do 4-2-3-1 que o Rio Branco passou a jogar no segundo tempo. (Reprodução: SporTV/PFC) |
O sistema defensivo do Rio Branco formado por 2 linhas de quatro, após o intervalo. (Reprodução: SporTV/PFC) |
Apesar de estar melhor
organizado em campo, o time do interior paranaense pouco conseguiu ameaçar a
meta de Vanderlei, já que a organização tática e a boa compactação coxa-branca
se mantiveram por toda partida. Pois mesmo quando a marcação coxa-branca
adiantava, a sua linha defensiva procurou manter o pequeno distanciamento em
relação ao jogador mais ofensivo. Assim como mostra o flagrante adiante:
Distribuição dos jogadores depois de todas as substituições já terem sido realizadas. |
Por Caio Gondo (@CaioGondo)