Palmeiras
e Flamengo disputaram uma das partidas da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com a vitória por 4 x 2, o Verdão conseguiu terminar com a sequência de
derrotas e venceu pela primeira vez um jogo às 11 horas da manhã. Do outro lado
da partida, o Flamengo segue sem conseguir embalar com o comando de Cristóvão
Borges. Para esta vitória alviverde, ambas as equipes iniciaram no 4-2-3-1 no
Allianz Parque:
No
início do jogo, tanto o Palmeiras quanto o Flamengo começaram no 4-2-3-1.
Com a intenção de terminar com o drama das 11 horas, o time de Marcelo
Oliveira começou ditando o ritmo do jogo. O Palmeiras pressionou, atuou em alta
intensidade e realizou o seu gol, aos 5 do primeiro tempo. De pouco adiantava
as linhas defensivas rubro-negras próximas uma das outras –assim como é
mostrada adiante-, pois o Verdão empurrava o Mengão, e os jogadores do Flamengo
não conseguiam retirar a bola do mandante da partida.
Apesar
das linhas próximas, assim como estão ilustradas acima, o Palmeiras pressionou
e fez o seu primeiro gol rapidamente.
Após
um ritmo inicial tão forte, o Verdão diminuiu o seu ímpeto em campo. No
entanto, o Flamengo não conseguiu aproveitar essa diminuição alviverde. Como o
modo de marcação do Palmeiras foi através de encaixes de marcação e com
perseguições, durante a transição ofensiva e ao adentrar no terço ofensivo, o
Mengão conseguia, através das movimentações e trocas de posições dos seus três
meias, espaços generosos nas costas dos laterais do time de Marcelo Oliveira.
Devido ao recuo de um dos meias e a aproximação do quarteto ofensivo
rubro-negro na faixa central do campo, aconteceram jogadas como a seguinte:
Como
os jogadores do Flamengo pouco conseguiam chegar até a meta de Fernando Prass,
por causa da alta intensidade defensiva e da noção de cobertura do encaixe de
marcação de Arouca e Andrei Girotto, o Fla não realizou gol na primeira etapa.
No entanto, como o Palmeiras estava só reagindo e fazendo contra-ataques muito
velozes, nos quais os seus próprios laterais não conseguiam chegar ao campo
ofensivo para participar da jogada ofensiva, o placar se manteve inalterado no
primeiro tempo por ambos os times.
Para
segunda etapa da partida, Cristóvão Borges realizou mudanças em sua equipe:
entrou Éderson no lugar de Jonas e alterou o esquema do 4-2-3-1 para o 4-4-2.
Com essas trocas, o quarteto ofensivo rubro-negro passou a não trocar tanto
mais de posição, mas o volume ofensivo e as movimentações inteligentes diante
do modo de marcação do Palmeiras foram fundamentais para o domínio flamenguista
no início do segundo tempo.
Do
4-2-3-1 para o 4-4-2: Cristóvão recuou Alan Patrick e fez com que os seus meias
abertos partissem dos lados para o centro e Sheik saísse do lado de Guerrero
para atuar nas costas dos volantes do Palmeiras. Todas surtiram efeito
rapidamente.
Com
essas movimentações acontecendo simultaneamente, os encaixes no setor do
Palmeiras eram facilmente quebrados. Arouca e Andrei Girotto não sabiam quem
marcava e como marcava Émerson Sheik que aparecia do “nada” livre para receber
a bola. Devido a estas movimentações e alterações e, também, pela a alta
intensidade e volume ofensivo realizados nos primeiros 10 minutos de segundo
tempo, o Flamengo conseguiu fazer dois gols e, momentaneamente, virar o placar.
Por
esta imagem, note onde Alan Patrick está posicionado durante a ação ofensiva do
seu time: ele passou a ter a função de ser opção de retorno, se posicionar
afastada da linha do meio-de-campo do Palmeiras e sempre olhar de frente o
jogo. Alan Patrick passou a ser o “armador” do Flamengo!
Já
neste frame, percebe-se novamente Alan Patrick de frente para o jogo e, devido
a sua visão de jogo, ele conseguiu achar Émerson Sheik usufruindo do
meso-espaço cedido por Rafael Marques. Pelo flagrante, nota-se como a linha do
meio-de-campo alviverde sofre uma longa distância entre Andrei Girotto e Rafael
Marques, e como Sheik partiu da linha defensiva do Palmeiras para receber neste
espaço cedido. Só dava Flamengo.
Com
o segundo gol do Verdão feito aos 12 da segunda etapa e com a entrada de
Cleiton Xavier, o Palmeiras parou o ímpeto do Flamengo. E da mesma maneira que
a equipe alviverde marcava, a rubro-negra também fazia: era encaixe de marcação
no setor. Devido a isto, Dudu conseguiu tirar Jorge do setor referente a ele na
linha defensiva rubro-negra e realizou o gol de desempate do Verdão.
Por
essa imagem, nota-se Jorge indo acompanhar Dudu e abandonando o setor esquerdo
da linha defensiva rubro-negra. Como Alecsandro estava realizando a
profundidade ofensiva e conseguiu realizar o passe no setor gerado pela
movimentação de Dudu, o camisa 7 alviverde avançou no espaço vazio e realizou o
terceiro gol do Palmeiras.
Com
o placar novamente ao seu favor, o Palmeiras deixou de atacar simultaneamente
com os seus laterais, com as entradas nas diagonais dos seus meias abertos e a
alternância de avanço dos seus volantes. Além dessas mudanças em relação à
composição do sistema ofensivo, o Verdão passou a atuar reativamente: o bloco
passou a ser baixo e com compactação curta atrás dos volantes do Flamengo, e,
assim, atenuou os espaços cedidos pelos seus volantes durante a ação ofensiva
do Mengão.
Na
imagem, nota-se Cleiton Xavier e Alecsandro atrás de Alan Patrick e Márcio
Araújo e a composição da linha 4 do meio do sistema defensivo alviverde. Na
composição desta linha, percebe-se Zé Roberto nela. Deste modo, apesar da
mudança da altura do bloco de marcação, o modo como o Palmeiras marcava se
manteve o mesmo, e por isso que Zé Roberto perseguiu Éderson até o fim do terço
central do campo.
Como
o Flamengo não conseguia penetrar na curta compactação em bloco baixo que o
Palmeiras passou a realizar, o lado rubro-negro no placar se manteve inalterado
até o fim da partida. Já o Verdão, que para cada minuto que passava, o Mengão
aumentava a sua ânsia de fazer o gol de empate e a desconcentração tática do
quarteto ofensivo rubro-negro, realizou o seu quarto gol e decretou a vitória
alviverde no jogo.
Fim
de jogo: Palmeiras no 4-2-3-1 e Flamengo no 4-4-2.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)