sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Especial Atlético Paranaense 2013 - Parte 1: O início e a transição Drubscky-Mancini

O ano de 2013 começou conturbado no Clube Atlético Paranaense. Depois de ter conseguido o acesso para a primeira divisão, devido à terceira posição na Série B de 2012, o presidente, Mario Celso Petraglia, rejeitou a cota de transmissão da televisão referente ao Campeonato Paranaense. Com esta rejeição, a comissão técnica do elenco principal do clube nada pôde fazer ao não ser relacionar os jogadores do sub-23 para o campeonato estadual e prolongar a pré-temporada para o principal.

Durante a longa pré-temporada, o então técnico, Ricardo Drubscky, realizou diversos jogos treinos e a Marbella Cup (um torneio amistoso, na Espanha, que continha o Ludogorets- BUL, Dínamo Kiev- UCR e Dínamo Bucareste- ROM). Nestas partidas, Drubscky manteve o 4-2-3-1 do trabalho de 2012, e os jogadores mais utilizados foram os seguintes:



Este time apresentava uma grande intensidade ofensiva, realizava alternância de subidas de seus laterais e volantes, os zagueiros e laterais se posicionavam em linha alta, havia constante movimentação do seu quarteto ofensivo, haviam velozes transições ofensivas e defensivas, a equipe buscava a compactação em campo ofensivo e a marcação pressão desde a saída de bola adversária estava se aprimorando a cada jogo.



A marcação pressão na saída de bola, que já estava sendo realizada na reta final da Série B de 2012, foi ainda mais intensificada e constante a partir da Marbella Cup. Nesta copa, Deivid passou a desalinhar de João Paulo e a dar combate já em campo ofensivo.


Além destas características próprias, esta equipe do Atlético, durante a sua pré-temporada pela Espanha, apresentou duas movimentações já tradicionais do 4-2-3-1: a transição defensiva para o 4-4-2 em linha e a entrada na diagonal do meia oposto à jogada.



Flagrante dos jogadores atleticanos se defendendo com duas linhas de quatro.
Movimentação na diagonal de Felipe flagrada enquanto a jogada acontecia pela direita.


Entretanto nem tudo foram flores nesta longa pré-temporada do Furacão. Em meados de fevereiro e após o elenco ter retornado da Espanha, os jogadores, assim como a comissão técnica, realizaram algumas manifestações com intuito de quererem jogar partidas oficias. Esta insatisfação estava sendo representada pelos últimos jogos-treinos que a equipe realizou. Empates e derrotas passaram a aparecer frequentemente e derrotas decepcionantes, como contra os reservas do Cruzeiro e do Atlético Goianiense, foram marcantes nesses 90 dias de pré-temporada. Mas enfim, a temporada 2013 começara para o Atlético-PR. A partida de estreia foi contra o Brasil de Pelotas, pela Copa do Brasil.

Apesar de Drubscky ter conseguido eliminar o Brasil de Pelotas e o América-RN, pela Copa do Brasil, o técnico não conseguia fazer com que a equipe rendesse o mesmo no Campeonato Brasileiro. No campeonato nacional, o Atlético-PR não conseguia fazer com que a equipe realizasse a constante marcação pressão nos adversários em campo ofensivo.

Este lance contra o Fluminense, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, foi símbolo da linha alta defensiva e a falta de combate de algum atleticano no jogadores adversário. Neste lance, Diguinho, com muito espaço ao seu redor, lança Rafael Sóbis, para que este último sofresse o penâlti do gol da vitória da equipe carioca.



Apesar de Ricardo Drubscky ter iniciado o processo de utilização do 4-2-2-2 no time, o técnico não aguentou o aproveitamento de 22,22% no Campeonato Brasileiro. Em seu lugar, Vagner Mancini foi contratado.


Flagrante tático da movimentação ofensiva do 4-2-2-2, que estava sendo utilizado por Drubscky. No flagrante, os meias Éverton e Fran Mérida se posicionam alinhados de acordo com o lado que a jogada se desenvolve, enquanto os atacantes, Marcão e Douglas Coutinho, se posicionam à frentes dos meias e, também, alinhados.



O 4-3-1-2 utilizado na estreia de Vagner Mancini no Campeonato Brasileiro. Este jogo foi contra o Corinthians e terminou em 1 a 1.
Assim como ocorreu a mudança de esquema tático base, a equipe passou a apresentar mudanças em seu comportamento coletivo. Deste modo, o time passou a buscar a compactação sem bola no terço central do campo, a ter maior intensidade defensiva com seus volantes e zagueiros e os atacantes passaram a ter mais funções táticas. Como o time passou a se compactar no terço central do campo, os dois atacantes, enquanto o Atlético não estava com a posse da bola, começaram a se posicionar na intermediária ofensiva e a acompanhar o lateral adversário mais próximo até cerca do meio de campo.


Neste flagrante tático, percebe-se Marcelo e Marcão na intermediária ofensiva e próximos do lateral adversário mais próximo.
Já neste flagrante, observa-se Marcelo e Paulo Baier (este com posição trocada com Éderson, assim como será explicada mais adiante) próximos do meio de campo enquanto que o time era atacado.
Mas assim como a equipe já jogava anteriormente, a constante movimentação dos jogadores de frente, os defensores passaram a ter a opção de subir a sua linha, a alternância de subidas dos laterais e as velozes transições ofensivas e defensivas se mantiveram.