2014, ano do centenário de
um dos maiores clubes de futebol do Brasil. Ano do centenário da Sociedade
Esportiva Palmeiras. Fundado em 26 de agosto de 1914, o Palestra Itália, nome
do Palmeiras no início de sua história, logo venceu o seu primeiro jogo oficial
por 2 a 0 os Campeonatos Paulistas de 1920, 1926 e 1927. Em 1942, devido à
Segunda Guerra Mundial e a pressão do governo brasileiro, o Palestra Itália
passou a ser conhecido por Sociedade Esportiva Palmeiras. No seu primeiro jogo
oficial com o novo nome, o Verdão venceu o Campeonato Paulista em cima do São
Paulo. Desde então, a Sociedade Esportiva Palmeiras vem colecionando grandes
títulos. Entre estes diversos títulos, o maior deles é da Copa Libertadores da
América de 1999.
No ano de 1999, o Palmeiras
estava sendo comandado por Luiz Felipe Scolari, e muitos jogadores do elenco
daquele ano não saem da cabeça de muitos palmeirenses. Jogadores como o jovem
Marcos, o capitão César Sampaio, o inteligente Zinho e o endiabrado Paulo
Nunes. Por ser o ano do maior título da Sociedade Esportiva Palmeiras, o portal
Prancheta Tática vai escrever 5 posts tático sobre o ano de 1999 do Verdão.
Parte
1 ─ Montagem do Elenco:
Felipão, em sua primeira
passagem no comando do Palmeiras, começou no ano de 1997. Este técnico entrou
no lugar de Márcio Araújo (interino de Telê Santana para o Verdão), que havia
entrado no lugar do histórico time de 1996 de Vanderlei Luxemburgo. O técnico
gaúcho chegara em terras paulistas credenciado após trabalhos bem sucedidos no
Criciúma em 1991 e no Grêmio de 1993 a 1996. Luiz Felipe Scolari era peça
fundamental para o projeto “conquista da Copa Libertadores da América” que a
Parmalat tanto desejava no Porco.
Para que o projeto saísse do
papel, Felipão, desde a sua chegada, começou a organizar a equipe à sua
maneira. O Palmeiras a partir de 2 de junho de 1997 ainda jogava com resquícios
do 4-2-2-2 do incrível time de 1996 de Vanderlei Luxemburgo, mas este esquema
começou a sofrer mudanças com o novo comandante.
Palmeiras de 97 antes da chegada de Felipão: 3-5-2 de Sebastião Lapola que perdeu por 2 a 0 para o Corinthians. Esquema este parecido com o 4-2-2-2 de Vanderlei Luxemburgo no ano anterior. |
Com Luiz Felipe Scolari, o
esquema tático, que foi “inventado” e difundido por Zagallo durante a Copa de
1998, foi o escolhido. No 4-3-1-2 já em 1997, Felipão começava a desenhar e
organizar o time que iria ser campeão da Libertadores de 1999.
Estreia de Felipão no Palmeiras contra o Bahia em 1 de Julho. 2 a 2: estreia com time alternativo e já esboçando o 4-3-1-2 que iria se perpetuar durante toda a sua 1ª passagem pelo verdão. |
Porém diferentemente da
Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998, o 4-3-1-2 de Scolari no Palmeiras
buscava as jogadas pelos lados para realizar cruzamentos frequentemente.
Para que estas bolas aéreas
tivessem maior eficiência no time que estava montando, Felipão começou as
buscas para tal. Já em seu primeiro ano no clube paulista, o técnico efetivou
como titular as então promessas Rogério, Roque Júnior e Pimentel (somente o
último não vingou no clube paulista); contratou os dois destaques do futebol
paranaense na época: o atacante Oséas e o meia Alex; e chamou de volta do Japão
a experiência que o time estava precisando no meio de campo, Zinho estava de
volta em terras palestrinas.
Apesar tantas mudanças e
formulação do elenco do modo em que queria, Luiz Felipe Scolari acabou
conseguindo o Vice-Campeonato Brasileiro de 1997. Este campeonato foi vencido
pelo Vasco de Edmundo.
Palmeiras vice-campeão brasileiro de 97: esquema já no 4-3-1-2 e com a base do meio de campo já estruturada até 99. |
Com um início de trabalho
promissor, Felipão declarou à Folha de São Paulo de 23 de dezembro de 1997: “O
Palmeiras promete disputar várias finais em 1998 e ganhar algumas. Todas nós não
vamos conseguir”. E não é que o técnico estava certo?
Para o próximo ano, Scolari
já iniciou contratando um trio de confiança dos tempos do Grêmio de 1995. De
uma só vez, Paulo Nunes, Arce e Arilson chegaram no Palmeiras. Com a base
competitiva de 97 e mais Arce e Paulo Nunes para melhorar ainda mais o
aproveitamento das bolas aéreas, o Verdão acabou conquistando a Copa do Brasil
daquele ano.
Com a base de 97 e mais o trio de confiança de Felipão nos tempos de Grêmio, o Palmeiras venceu a Copa do Brasil de 98 já com muitas peças semelhantes ao time base de 99. |
Para o segundo semestre de
98, Luiz Felipe foi atrás do zagueiro que acabara de disputar uma Copa do Mundo
pelo Brasil. O Palmeiras conseguira contratar Júnior Baiano. Com muito vigor e boa
noção de posicionamento em bolas aéreas, o arsenal “voador” alviverde de
Felipão estava aumentando. Nos últimos seis meses daquele ano e com a vaga para
a Copa Libertadores da América de 1999 garantida, o Porco acabou priorizando a
Mercosul.
Este torneio era um torneio
continental, onde os 20 clubes que mais atraíssem ibope na televisão eram
convidados à participar. Como a premiação do campeão era altíssima para época,
Luiz Felipe Scolari preferiu disputar este torneio continental como preparação
do elenco para a Libertadores do ano que vem e, ainda, trazer ainda mais caixa
para o clube no fim do ano. E todo o planejamento deu certo. Fim do ano:
Palmeiras campeão da Mercosul de 1998.
Em 1999 e ano da consagração
do comando de Felipão no comando alviverde, a torcida palmeirense recebeu sete
reforços, mas dois tiveram um gosto especial para os adeptos. As voltas de
César Sampaio e Evair fizeram os torcedores do Palmeiras ficarem ainda mais esperançosos
para aquele ano. Porém o início do torneio continental não foi dos melhores.
Nos 5 primeiros jogos, o
Verdão havia feito somente 7 pontos e havia perdido duas vezes. Na última
derrota, o primeiro sinal de como seriam os jogos a partir dali. Nesta vitória
do Corinthians, o goleiro titular Veloso se machucara na véspera da partida. No
entanto, o seu reserva de imediato, o goleiro Sérgio também estava lesionado.
Então, o terceiro goleiro do elenco alviverde teria que jogar o clássico
paulista em situação crítica para o Palmeiras. Entrara em ação São Marcos do
Palestra Itália. Figura tão emblemática para o ano de 1999 quanto ao do Luiz
Felipe Scolari.
Por Caio Gondo (@Caio Gondo)