terça-feira, 1 de abril de 2014

Especial Palmeiras 1999 - Montagem do Elenco

2014, ano do centenário de um dos maiores clubes de futebol do Brasil. Ano do centenário da Sociedade Esportiva Palmeiras. Fundado em 26 de agosto de 1914, o Palestra Itália, nome do Palmeiras no início de sua história, logo venceu o seu primeiro jogo oficial por 2 a 0 os Campeonatos Paulistas de 1920, 1926 e 1927. Em 1942, devido à Segunda Guerra Mundial e a pressão do governo brasileiro, o Palestra Itália passou a ser conhecido por Sociedade Esportiva Palmeiras. No seu primeiro jogo oficial com o novo nome, o Verdão venceu o Campeonato Paulista em cima do São Paulo. Desde então, a Sociedade Esportiva Palmeiras vem colecionando grandes títulos. Entre estes diversos títulos, o maior deles é da Copa Libertadores da América de 1999.

No ano de 1999, o Palmeiras estava sendo comandado por Luiz Felipe Scolari, e muitos jogadores do elenco daquele ano não saem da cabeça de muitos palmeirenses. Jogadores como o jovem Marcos, o capitão César Sampaio, o inteligente Zinho e o endiabrado Paulo Nunes. Por ser o ano do maior título da Sociedade Esportiva Palmeiras, o portal Prancheta Tática vai escrever 5 posts tático sobre o ano de 1999 do Verdão.

Parte 1 ─ Montagem do Elenco:

Felipão, em sua primeira passagem no comando do Palmeiras, começou no ano de 1997. Este técnico entrou no lugar de Márcio Araújo (interino de Telê Santana para o Verdão), que havia entrado no lugar do histórico time de 1996 de Vanderlei Luxemburgo. O técnico gaúcho chegara em terras paulistas credenciado após trabalhos bem sucedidos no Criciúma em 1991 e no Grêmio de 1993 a 1996. Luiz Felipe Scolari era peça fundamental para o projeto “conquista da Copa Libertadores da América” que a Parmalat tanto desejava no Porco.


Para que o projeto saísse do papel, Felipão, desde a sua chegada, começou a organizar a equipe à sua maneira. O Palmeiras a partir de 2 de junho de 1997 ainda jogava com resquícios do 4-2-2-2 do incrível time de 1996 de Vanderlei Luxemburgo, mas este esquema começou a sofrer mudanças com o novo comandante.

Palmeiras de 97 antes da chegada de Felipão: 3-5-2 de Sebastião Lapola que perdeu por 2 a 0 para o Corinthians. Esquema este parecido com o 4-2-2-2 de Vanderlei Luxemburgo no ano anterior.
Com Luiz Felipe Scolari, o esquema tático, que foi “inventado” e difundido por Zagallo durante a Copa de 1998, foi o escolhido. No 4-3-1-2 já em 1997, Felipão começava a desenhar e organizar o time que iria ser campeão da Libertadores de 1999.

Estreia de Felipão no Palmeiras contra o Bahia em 1 de Julho. 2 a 2: estreia com time alternativo e já esboçando o 4-3-1-2 que iria se perpetuar durante toda a sua 1ª passagem pelo verdão.
Porém diferentemente da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1998, o 4-3-1-2 de Scolari no Palmeiras buscava as jogadas pelos lados para realizar cruzamentos frequentemente.

Para que estas bolas aéreas tivessem maior eficiência no time que estava montando, Felipão começou as buscas para tal. Já em seu primeiro ano no clube paulista, o técnico efetivou como titular as então promessas Rogério, Roque Júnior e Pimentel (somente o último não vingou no clube paulista); contratou os dois destaques do futebol paranaense na época: o atacante Oséas e o meia Alex; e chamou de volta do Japão a experiência que o time estava precisando no meio de campo, Zinho estava de volta em terras palestrinas.

Apesar tantas mudanças e formulação do elenco do modo em que queria, Luiz Felipe Scolari acabou conseguindo o Vice-Campeonato Brasileiro de 1997. Este campeonato foi vencido pelo Vasco de Edmundo.


Palmeiras vice-campeão brasileiro de 97: esquema já no 4-3-1-2 e com a base do meio de campo já estruturada até 99.

Com um início de trabalho promissor, Felipão declarou à Folha de São Paulo de 23 de dezembro de 1997: “O Palmeiras promete disputar várias finais em 1998 e ganhar algumas. Todas nós não vamos conseguir”. E não é que o técnico estava certo?

Para o próximo ano, Scolari já iniciou contratando um trio de confiança dos tempos do Grêmio de 1995. De uma só vez, Paulo Nunes, Arce e Arilson chegaram no Palmeiras. Com a base competitiva de 97 e mais Arce e Paulo Nunes para melhorar ainda mais o aproveitamento das bolas aéreas, o Verdão acabou conquistando a Copa do Brasil daquele ano.


Com a base de 97 e mais o trio de confiança de Felipão nos tempos de Grêmio,  o Palmeiras venceu a Copa do Brasil de 98 já com muitas peças semelhantes ao time base de 99.
Para o segundo semestre de 98, Luiz Felipe foi atrás do zagueiro que acabara de disputar uma Copa do Mundo pelo Brasil. O Palmeiras conseguira contratar Júnior Baiano. Com muito vigor e boa noção de posicionamento em bolas aéreas, o arsenal “voador” alviverde de Felipão estava aumentando. Nos últimos seis meses daquele ano e com a vaga para a Copa Libertadores da América de 1999 garantida, o Porco acabou priorizando a Mercosul.

Este torneio era um torneio continental, onde os 20 clubes que mais atraíssem ibope na televisão eram convidados à participar. Como a premiação do campeão era altíssima para época, Luiz Felipe Scolari preferiu disputar este torneio continental como preparação do elenco para a Libertadores do ano que vem e, ainda, trazer ainda mais caixa para o clube no fim do ano. E todo o planejamento deu certo. Fim do ano: Palmeiras campeão da Mercosul de 1998.


Com somente a entrada de Júnior Baiano no lugar de Roque Júnior, o Verdão se tornou campeão da Mercosul de 1998. Ou seja, em seu segundo ano, Felipão já mostrou a sua especialidade: vencer torneios curtos de caráter eliminatório. Pois os únicos campeonatos do ano de caráter somente eliminatório, o comandante venceu.

Em 1999 e ano da consagração do comando de Felipão no comando alviverde, a torcida palmeirense recebeu sete reforços, mas dois tiveram um gosto especial para os adeptos. As voltas de César Sampaio e Evair fizeram os torcedores do Palmeiras ficarem ainda mais esperançosos para aquele ano. Porém o início do torneio continental não foi dos melhores.

Nos 5 primeiros jogos, o Verdão havia feito somente 7 pontos e havia perdido duas vezes. Na última derrota, o primeiro sinal de como seriam os jogos a partir dali. Nesta vitória do Corinthians, o goleiro titular Veloso se machucara na véspera da partida. No entanto, o seu reserva de imediato, o goleiro Sérgio também estava lesionado. Então, o terceiro goleiro do elenco alviverde teria que jogar o clássico paulista em situação crítica para o Palmeiras. Entrara em ação São Marcos do Palestra Itália. Figura tão emblemática para o ano de 1999 quanto ao do Luiz Felipe Scolari. 

Por Caio Gondo (@Caio Gondo)