quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva Brasileirão 2015

O Brasileirão 2015 foi um campeonato em que houve elevação de nível técnico-tático em relação ao de 2014. Neste texto, abordaremos como foi o ano de cada time do Brasileirão, desde o campeão Corinthians ao lanterna Joinville.

Melhor ataque, melhor defesa, quem mais venceu e quem menos perdeu. Apenas esses quatro pontos apresentados em que a equipe foi melhor que as outras já poderia, de maneira bem resumida, explicar o porquê do Corinthians ter batido campeão brasileiro ao final do campeonato. Mas não foi só isso. O Corinthians não foi campeão brasileiro só por conta dos números, mas sim por conta da regularidade que a equipe mostrava em suas atuações, apresentando intensidade, organização e velocidade em todas as fases de jogo, independentemente se buscava ser reativa(boa parte do primeiro turno) ou se buscava propor mais o jogo(todo o segundo turno, quando a equipe apresentou seu melhor futebol, sabendo alternar reação e proposição).

Com bola, amplitude, profundidade, busca por jogo entrelinhas, triangulação e movimentação: Renato e Elias alternam o recuo para fazer a saída de bola para, em seguida, apresentarem-se mais a frente, Jadson centraliza, Malcom faz a diagonal, laterais ultrapassam e Love se movimenta, com Ralf(ele mesmo) ficando mais recuado como opção de retorno. Sem bola...mantém o sistema, alternando a altura do bloco de marcação conforme a necessidade, mas sempre mantendo as características básicas: compactação de todos os homens da equipe, marcação zonal, balanceamento da linhas conforme o lado da bola e muita intensidade.

O 4-1-4-1 do timão campeão brasileiro: Laterais avançando, Renato e Elias alternando na saída de bola e Jadson centralizando, sempre eficiente no último passe(Líder do campeonato em assistência para gols, 12, e de assistências para finalizações, 91)(Reprodução: Tactical Pad)

O Atlético Mineiro se caracterizou nesse ano como um time ofensivo, intenso e veloz em suas transições e letal no jogo aéreo, principalmente dentro do Horto, jogava com suas linhas avançadas, o que deixava a sua retaguarda bastante exposta, o que custou muitos resultados como a eliminação na Libertadores para o Internacional ou maus resultados no Brasileirão que custaram a briga pelo título no segundo turno, com o Corinthians voando.

Rafael Carioca armava o jogo de trás, Leandro Donizete ficava mais, os laterais avançavam ao mesmo tempo e o quarteto ofensivo do 4-2-3-1 do Galo, muitas vezes Luan-G.Augusto-T.Ribeiro (ou Dátolo) se movimentava, e com isso a bola chegava para Lucas Pratto marcar os gols.



O intenso 4-2-3-1 do Galo de Levir Culpi em 2015. (Reprodução: TacticalPad)


O sistema tático-base do Grêmio, terceiro colocado do Brasileirão, foi o 4-2-3-1, geralmente com Walace e Maicon (que se lesionou durante a competição) à frente da defesa e por trás de uma linha intermediária formada geralmente por Giuliano pela direita, Douglas pela faixa central e Pedro Rocha à esquerda, com Luan - o falso 9 - mais à frente.


Com a posse: ataques posicionais com ótimo jogo de apoios (desde a fase de construção/saída de bola até o terço final) ao companheiro com a bola - formando triângulos e facilitando as trocas rápidas de passes curtos pra romper as linhas rivais, já que a equipe sempre tem rupturas após os apoios -, saída de três ou lavolpiana, muita mobilidade, amplitude simultânea com os laterais, profundidade, criação de espaços (utilizando as rodas de bobinho dos treinos em campo), sempre gerando homem livre, jogo entrelinhas, compactação (atacou em bloco/unidade) - que oferece coberturas ofensivas ao companheiro com a bola, quase sempre com superioridade numérica (príncipio geral) na região da bola (centro do jogo). Trabalho coletivo forte.


Quando perdeu a bola, pressionou imediatamente o adversário com ela, buscando recuperá-la e contra-atacar e/ou parar ou atrasar o contra-ataque adversário. Quando a recuperava, fugiu muito bem da zona de pressão, com apoios em progressão ao companheiro com a bola e muita velocidade e inteligência para contra-atacar - sabia jogar como poucos no campeonato na base da reação ao adversário -, com opções de rupturas em ambos os lados e vários entrando na área. Como no que para este que escreve foi o gol mais bonito (coletivamente) do Brasileirão, contra o Atlético-MG, no Mineirão: https://www.youtube.com/watch?v=RURksn__rtU

Sem a posse: marcação por zona (referência é o espaço e a bola, não o jogador) , intensa, com contenções rápidas no adversário com a bola, sempre com coberturas e equilibro do espaço, pressão intensa na saída rival, compactação nessa subida e quando marcou a partir da linha divisória (defendeu junto, em bloco/unidade), balanços defensivos - movimentação das linhas conforme a circulação da bola rival - e flutuações defensivas (buscando criar pressão e vantagens) - muito bem executados, sempre buscando direcionar os rivais para os lados. Trabalho coletivo forte.


A principal diferença entre o Grêmio de Felipão e o de Roger Machado é na metodologia de treinamento. Desde que Roger chegou a equipe, as sessões de treinos são curtas, intensas e modernas. Se a equipe treina bem, joga bem. Se treina intensamente, joga intensamente. Se comprende a ideia do técnico - Roger transmite muito bem as suas ideias para os jogadores -, aplica no jogo. Ou seja, tudo que o Grêmio faz em campo, foi pensado e treinado por Roger, que estudou e buscou conhecimento, mesmo sendo ex-jogador. Está de parabéns!

Tudo isso com a ajuda fundamental do Departamento de Análise de Desempenho, um dos melhores do Brasil. Atualmente, é a equipe com mais conceitos modernos do futebol brasileiro, apesar da queda no segundo turno - que pode ser explicada por desfalques que são muito importantes para o coletivo e a falta de um elenco mais nivelado - e o Corinthians campeão de Tite. Isso com tempo, pode dá títulos. 

O ano de 2015 para o São Paulo foi de altos e baixos, marcado por 4 trocas de técnicos que resultaram em formações táticas e filosofias diferentes, mas em um time que se via as mesmas coisas, valorização da posse de bola, time que toca muito a bola mas que psicologicamente é frágil, e que se desespera muito, além da falta de movimentação e profundidade que muito se viu.

Com Muricy Ramalho a equipe não conseguiu repetir as boas atuações do segundo semestre de 2014. Com o treinador tetra-campeão brasileiro o São Paulo se portou ora no 4-4-2 com duas linhas de quatro, ora no 4-2-3-1 com Ganso centralizado e muita apatia, com um dos volantes recuando para fazer a saída lavolpiana.

Os problemas de saúde fizeram com que Muricy saísse junto do mau desempenho do time. Milton Cruz assumiu e pôs um time no 4-4-2 britânico (que venceu o Corinthians no Morumbi na Libertadores) com Hudson aberto pela direita protegendo esse flanco, e apostando num Ganso mais próximo do gol.

Logo chegou Juan Carlos Osório, trazendo ideias e filosofias que foi implantando, como o rodízio e um time com vocação ofensiva, que muitas vezes se defendia com apenas cinco jogadores para deixar os jogadores de ataque posicionados para contra-atacar. Em números de sistemas táticos podemos dizer que o time com o treinador colombiano se portou em momentos no 4-3-3, como na sua estreia, ou no 3-4-3 como na derrota para o Galo no Mineirão, mas que mesmo assim se portou bom, com marcação avançada e trocas rápidas de passes, mas que esbarrou em falhas da defesa e em gols perdidos. O treinador foi atrapalhado por problemas políticos e financeiros que fizeram com que muitos jogadores importantes, como Souza, fossem vendidos.


Mas o time com Osório teve também seus momentos de apatia em campo, como na goleada sofrida pelo Palmeiras no Allianz Park, ou na derrota para o Ceará em pleno Morumbi. Com o desejo de disputar uma Copa do Mundo, e os problemas políticos, Osório saiu e entrou Doriva, escolhido devido o seu retrospecto "positivo" contra o Santos.

O último ato de Osório no São Paulo, contra o CAP no Morumbi. 4-3-3 com Ganso como interior, Thiago Mendes se desdobrando em campo e Pato na ponta, um dos achados do treinador que fizeram o camisa 11 se destacar em campo. (Reprodução: TacticalPad)


Doriva veio propondo um 4-2-3-1 que também buscava ter a posse de bola e apostar em Michel Bastos para armar o jogo, procurando por um time mais "compacto", mas o que se viu foi um time espaçado na maioria dos jogos, apático em momentos decisivos e com uma ou outra boa atuação como contra o Sport no Morumbi. O fato de Doriva ter sido escolha do ex-presidente Aidar, e a eliminação para o Santos na Copa do Brasil pesaram na sua demissão com poucos jogos no comando do São Paulo.


Com Ganso de segundo volante, retaguarda exposta e um time inexistente coletivamente o São Paulo foi eliminado da Copa Brasil jogando no 4-2-3-1. (Reprodução: TacticalPad)

Milton Cruz novamente assumiu a equipe, a disputa pela vaga do quarto colocado para a Libertadores se tornou a meta do São Paulo, e mesmo com a goleada sofrida pelo rival em Itaquera que escancarou ainda mais um time apático e acomodado em muitos momentos, contou com os maus resultados dos times que brigavam pelo G-4, e com o "simples bem feito" que fizeram o São Paulo se classificar para Libertadores em sua pior temporada. 

O Internacional iniciou o Brasileirão colocando time reserva em muitos jogos. Predominantemente, Diego Aguirre usava um 4-2-3-1 com muita intensidade, velocidade nas transições e agressividade. Porém, com os maus resultados no Brasileirão e a eliminação na Libertadores, o uruguaio foi demitido. 

Argel Fucks chegou ao Beira-Rio vindo do Figueirense e conseguiu colocar o time nos eixos em termos resultadistas, porém, com um futebol pobre coletivamente, com muitas dificuldades de propor o jogo e apostando muito em intensidade de jogo, agressividade na marcação, transições velozes e meio-campo mais denso. No final, o time brigou firme pelo G-4, mas terminou na quinta colocação. 

O Sport iniciou o ano com Eduardo Baptista dando continuidade ao 4-1-4-1 que havia engrenado na reta final do Brasileirão 2014. Time forte transicionalmente, chegando com muitos homens à frente na transição ofensiva e nos ataques posicionais, Rithely recuava ao centro e afundava entre os zagueiros para a “saída lavolpiana”, enquanto que os dois interiores passavam da linha da bola e procuravam atacar espaços no entrelinhas adversário, projetando-se para pegar a segunda bola na intermediária ofensiva e também fazendo diagonal de dentro pra fora para desbordar do espaço pelos lados do campo e formar a sociedade triangular no setor. 

Quanto aos wingers, geralmente se tinha Diego Souza(que por vezes foi escalado como “falso 9”, flutuando no entrelinhas adversário pra fazer parede e procurando buscar com os volantes pra construir, enquanto os pontas afunilavam em diagonal no ataque) mais fixo na esquerda(por vezes exigindo compensação espacial, pois só acompanhava o lateral adversário até o trecho inicial da intermediária defensiva, depois “largando-o” e deixando o auxílio à Renê por conta do interior-esquerdo(geralmente Danilo ou Wendel) procurando cortes curtos pra dentro pra lançar, virar o jogo, procurar tabela diagonal, enquanto que no flanco oposto geralmente se tinha alguém com características mais velozes(Elber, Mike ou Samuel) e na frente, alternância entre Samuel e Joelinton, tendo o primeiro mais características velocistas e procurando movimentos pra ruptura da última linha adversária e o segundo se deslocando mais na entrelinha para trabalho de pivô. 

O Leão sofreu alguns problemas que costumam ser bem característicos do 4-1-4-1 aqui no Brasil: Compactação de 50 metros e distância considerável entre linhas defensiva e média(ficou mais visível na partida contra o Fortaleza na Copa do Nordeste, onde o time cearense dominou o jogo com transições velozes/agressivas e infiltrações nos espaços entre as duas linhas rubro-negras, e nos momentos em que os interiores pressionavam alto, apesar de que inicialmente se tinha maior proximidade entre essas linhas, com a defesa em linha bem alta nos momentos de pressão mais avançada). 

Muito espaço para ser gerenciado pelo volante entrelinhas(Rithely) defensivamente; Ausência de linhas de passe curtas na saída de bola, pois mesmo que Rithely viesse buscar, organizasse o jogo de trás com muita qualidade e sempre desse opção de retorno em campo ofensivo, muitas vezes se tinha poucas opções de passe curto, forçando a verticalização, isso pelo espetamento dos laterais em fase ofensiva e os interiores se juntando aos wingers(por vezes com trocas de posição entre eles) para buscar movimentação sem bola no entrelinhas adversário, ou seja, muitos jogadores à frente da linha da bola e poucos próximos ao homem da bola. A sorte do Sport muitas vezes era a qualidade de Rithely pra fazer o passe vertical entrelinhas e quebrar a linha média adversária.

Depois do jogo contra o Fortaleza, Eduardo Baptista passou a adotar o 4-2-3-1/4-4-1-1, num modelo de transições rápidas e compactação curta com balanceamento defensivo sendo feito razoavelmente a princípio. De certo modo, talvez “inspirando-se” um pouco na ideia de jogo e posicionamento de Marcelo Chamusca no time cearense, depois de ter levado “nó tático”. Porém, o time ainda sofria em contexto de jogo em que precisava criar espaços e furar linhas. Com as eliminações diante de Bahia e Salgueiro na Copa do Nordeste e Campeonato Pernambucano, respectivamente, o Sport iniciou o Brasileirão sob desconfiança, porém, os ótimos resultados nas primeiras rodadas jogaram essa desconfiança pra bem longe da Ilha do Retiro. Ainda assim, o 4-2-3-1 leonino apresentou alguns problemas defensivamente nas duas primeiras rodadas. Com Diego Souza e Samuel/Mike abertos e tendo Elber por dentro, ocorria o seguinte: Diego Souza só marcava o lateral e apenas dava o primeiro combate ao lateral, mas não o acompanhava em sua projeção posterior, exigindo que um dos volantes(Wendel) abrisse para auxiliar Renê e com Rithely balanceando pro lado da bola e o winger oposto sempre se fixando no lateral adversário, abriam-se verdadeiras crateras nos mesoespaços direito e esquerdo do sistema defensivo leonino, pois Eduardo Baptista optava por deixar Elber por dentro para ter velocidade de puxada na transição ofensiva pelo centro, ao invés de fazê-lo recompor à esquerda, minimizando os problemas defensivos leoninos por ali. 

Dentre os pontos elogiáveis, cabe citar a constante troca de posição entre Elber e Diego Souza na fase de ataque organizado, com o primeiro caindo em diagonal, saindo do entrelinhas adversário para cair nas costas dos laterais ou criar linha de passe diagonal curta para o portador da bola pelo lado, e o segundo buscando progressão de fora pra dentro; E uma “saída de 3” diferente(ficou mais visível entre a 1ª e a 3ª rodada), talvez um pouco “torta”, com Wendel afundando à esquerda, Durval centralizando e Matheus Ferraz abrindo à direita, enquanto que Rithely permanecia como linha de passe por dentro, e desta forma, Renê ganhava mais liberdade de chegada de fora pra dentro com e sem bola.

O modelo de jogo foi se consolidando, junto com os resultados(o Sport ficou invicto até a 12ª rodada e chegando a ocupar a liderança do Brasileirão em várias oportunidades) e o time evoluiu ainda mais com as chegadas de Marlone, Maikon Leite e André. Compactação bem curtinha em bloco baixo, com os dois homens mais avançados(Diego Souza e André) participando da compactação atrás da linha da bola, marcação zonal, com a linha média realizando corretamente o basculação defensiva(winger oposto sempre fechando corretamente por dentro) e a equipe passou a ter maior equilíbrio entre as fases do jogo e entre as posturas de reação e proposição. Na fase inicial de construção de jogo, os dois volantes alternando no aprofundamento de posicionamento para a “saída de 3” e o melhor: Homens mais avançados procurando constantes desmarques posicionais para a criação de linhas de passe que possibilitassem a transição da bola entre os setores com qualidade. 

Outro conceito muito utilizado era o do “lateral interior”, com os wingers predominantemente ficando bem abertos para dar amplitude e liberar a condução de bola em diagonal de fora pra dentro por parte de Samuel Xavier e Renê, que procuravam as tabelas diagonais com André e Diego Souza, que sempre se deslocavam para criar linhas de passe e trabalhar nos pivôs centrais. Ambos flutuando no entrelinhas adversário e caindo pros lados para a formação de sociedades triangulares, e Diego Souza muitas vezes também vindo buscar com os volantes para posteriormente verticalizar, virando o jogo ou procurando um lançamento para municiar uma movimentação de tentativa de ruptura da última linha, além de quase sempre fechar na área pra ser opção de conclusão junto a André. Porém, um dos problemas era a falta de mobilidade dos wingers, que ficavam muito presos aos seus respectivos lados do campo, muitas vezes deixando de atacar espaços vazios em deslocamento por causa disso. 

Outro era a falta de agressividade na marcação em bloco baixo, o que já se refletia no início do campeonato e também veio a se refletir na reta final do campeonato(em outro contexto que será abordado aqui). O adversário conseguia fazer a troca de lado com facilidade e rapidez, seja com virada longa ou de “pé em pé”(lateral/winger toca pro volante, que vira no lateral/winger oposto), pois mesmo que o Sport balanceasse suas linhas em função da movimentação da bola pra proteger o lado atacado, não pressionava tal setor da bola, sem se esforçar tanto para evitar que a bola chegasse ao “lado fraco”(que sempre fica um pouco exposto quando se faz essa “gangorra”). Quando o Leão conseguia balançar suas linhas com rapidez após a virada, esse problema era minimizado, de certo modo.

Com as oscilações, o Sport foi caindo na tabela de classificação e chegando até a sair do grupo dos 10 primeiros colocados. E com a saída de Eduardo Baptista, que aceitou convite para treinar o Fluminense, chegou Paulo Roberto Falcão, uma grande aposta da diretoria rubro-negra. Falcão manteve a ideia de 4-2-3-1, apesar das tentativas isoladas de uma espécie de 5-3-2 contra o Avaí e de 4-3-2-1 contra o Cruzeiro. Em aspectos ofensivos, deu maior mobilidade aos wingers(que buscam mais incursões por dentro visando aproximações e participação da construção, até por ser de característica deles), mas mantendo o conceito de “lateral interior”, muitas vezes até com Elber e Samuel Xavier afunilando simultaneamente em diagonal curta no ataque, assim como Renê e Marlone fazem na esquerda por vezes, apesar de na maiorias das vezes ser sempre um por fora e o outro por dentro(com certa alternância), com boas combinações entre si, apesar de menor agressividade. Outro ponto destacável é que o Sport se tornou mais vertical com a bola no pé. Com Eduardo Baptista, se tinha circulação de bola com qualidade e com bem mais paciência para rodar e procurar os espaços pra tentar fazer o jogo fluir. 

Por vezes, paciência demasiada, e de certo modo, dependia do passe vertical de Rithely ou Durval para quebrar as linhas adversárias. Falcão não faz “saída de 3”, mas os dois volantes participam ativamente da construção, vindo buscar “no pé” dos zagueiros, laterais mais recuados e dando opção ainda em campo defensivo para a saída, além dos desmarques da linha de frente, que ajudam o Sport a ter uma saída de bola “limpa”, de qualidade e sem a bola sair do chão. O Leão passou a jogar um futebol ainda mais vistoso e mais objetivo ofensivamente. 

Defensivamente, algumas coisas mudaram. Antes, os dois homens mais avançados eram mais participativos na compactação atrás da linha da bola, voltando e fechando as linhas de passe/retorno com os volantes adversários. Hoje, eles são mais ativos na pressão inicial aos zagueiros, enquanto que os volantes leoninos “batem de frente” com os volantes adversários muitas vezes. E o time chegou a sofrer com isso em alguns jogos onde o meia-central explorava bem as costas dos volantes leoninos pra jogar e receber com liberdade de progressão na entrelinha. Isso ocorria também porque algumas vezes, a linha defensiva não subia o suficiente quando a altura do bloco médio aumentava para subir pressão ou demorava a subir em campo defensivo. 

E nessa fase de defesa organizada, já em bloco baixo, os dois homens mais avançados até participam, compactam, ocupam espaço, porém, por vezes, acabam “sumindo” de acordo com a progressão adversária. Como ponto em comum, assim como na era Eduardo, a basculação defensiva é feita corretamente, apesar da falta de agressividade e pressão na bola em bloco baixo, porém, o Leão evoluiu significativamente em certos pontos defensivos citados acima e é bem eficiente nos momentos de pressão médio-alta, principalmente dentro de casa, por ter a imposição de estilo de jogo como característica essencial.

No final, mesmo com as oscilações e os problemas enfrentados por Falcão, o time entrou nos eixos, voltando à briga por uma vaga na Taça Libertadores da América, e apesar de não ter conseguido entrar no G-4, a 6ª posição foi a prova de uma campanha mais do que honrosa nesse Brasileirão. Um trabalho fantástico iniciado por Eduardo Baptista e a continuidade vem sendo muito bem dada por Falcão, introduzindo seus conceitos e aproveitando as bases teóricas de seu antecessor. 

Mesmo com o desmanche e a saída de alguns jogadores importantes, as expectativas para 2016 são boas a princípio. Méritos também para a diretoria do clube, que bancou Eduardo Baptista nos momentos de turbulência, fez contrato longo com Falcão e trabalhou muito bem no planejamento para o Brasileirão, apesar de ter pego muitos jogadores por empréstimo. O ideal para 2016 seria montar um elenco com jogadores que predominantemente venham em definitivo(principalmente do meio pra frente) e possam participar de um planejamento para os próximos anos. 



Após título estadual e manutenção de Marcelo Fernandes, o Santos começou mal na Série A. Luta na parte baixa da tabela e futebol pouco coletivo. Transições lentas, espaçamento enorme entre os setores e foco da marcação individual. Com o retorno de Dorival Jr. ao comando técnico do Peixe, na 13ª rodada, o time mudou completamente.

Base foi o 4-2-3-1, com Renato e Thiago Maia à frente da defesa, Gabriel e Marquinhos Gabriel (Geuvânio) abertos, Lucas Lima pelo centro e Ricardo Oliveira, artilheiro do campeonato com 20 gols em 32 jogos, na frente. 

Pressão alta com intuito de forçar erro do oponente na saída, compactação defensiva em um 4-4-1-1 com Lucas Lima e Oliveira próximos da segunda linha, busca por superioridade numérica no setor da bola e pelo fechamento das linhas de passe do rival. Marcação com foco no espaço e na bola, não mais no jogador adversário. Transições rápidas com trocas de passes curtos e objetivos, iniciadas pelos volantes Renato e Thiago Maia, que têm qualidade no passe e visão de jogo.

Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira foram os principais destaques individuais. O primeiro, com dinamismo impressionante, recebia dos volantes, pensava o jogo, o acelerava e dava sequência com qualidade absurda. Gabriel, outrora tido como individualista, jogava coletivamente, tendo seu papel na recomposição da equipe e se movimentando para dar opção movimentação, pivô e abertura de espaços para infiltração de seus companheiros. Além do poder de finalização e da profundidade que proporcionava à equipe.

Principal mérito de Dorival foi transformar a qualidade individual dos atletas em de passe - ou servir - aos companheiros. Saía da ponta direita para o centro, buscando espaços e definindo no terço final com muita qualidade. Ricardo, artilheiro do Paulista e do Brasileiro, foi peça importantíssima. Apesar dos 35 anos, foi quem mais atuou pelo Santos no nacional. 

O Cruzeiro iniciou o ano com elenco significativamente modificado em relação ao time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014, sob o comando de Marcelo Oliveira. Utilizava predominantemente o mesmo 4-2-3-1, porém, com algumas mudanças de características ofensivamente, se tornando ainda mais intenso, explosivo e transicional por natureza. Com a eliminação nas semi-finais do Campeonato Mineiro, na Libertadores e o início ruim no Brasileirão, Marcelo foi demitido dando lugar ao veterano Vanderlei Luxemburgo. 

Luxemburgo adotou um 4-1-4-1 essencialmente reativo/transicional, buscando a compactação curta e posicionado predominantemente em bloco baixo na fase defensiva. Ofensivamente, muitas dificuldades para criar espaços e furar linhas nos momentos possessivos pela característica do time ser mais de contragolpe. Com os maus resultados, Luxemburgo saiu e deu lugar a Mano Menezes, que repaginou a equipe, com um 4-2-3-1 bem equilibrado entre as fases do jogo e os momentos de reação e proposição, com intensidade, transições rápidas, mobilidade na linha de 3, Willian de "9 móvel" circulando bastante entrelinhas e buscando aproximações constantes para criar linhas de passe, Willians chegando de trás nos momentos conclusivos e atacando espaço pelos flancos e defensivamente, caracterizando-se pela compactação curta com o correto balanceamento defensivo para o lado da bola. O time entrou nos eixos, engrenou e até flertou com o G-4, mas terminou na 8ª colocação, que no final das contas, acabou ficando de bom tamanho por tudo que ocorreu com o clube na temporada. 


Vice-campeão paulista e de elenco recém formado, o Palmeiras começou com resultados abaixo do desejado no Brasileirão. Oswaldo de Oliveira, sempre mantendo seu estilo de propor o jogo com organização e saída de três, não conseguia conduzir o time às vitórias. Dificuldade comovente em ataques posicionais e intensidade baixa para recuperação da bola, o que facilitava contra-ataques dos rivais.

Marcelo Oliveira chegou e o time melhorou bastante. Jogo reativo, muito vertical e eficiente. Gabriel era peça essencial, roubando e acionando os pontas que davam velocidade. Sem a bola time negava espaços muito bem (algo que vinha desde Oswaldo) e transições eram muito bem feitas. Porém, com a lesão de Gabriel e o passar do tempo, nível de atuação caiu bruscamente. Resultados idem.

Espaçamento entre os setores, excesso de cruzamentos para a área e marcação repleta de encaixes individuais. Já no fim do segundo semestre, time resolveu priorizar a Copa do Brasil, usando em muitas vezes times mistos ou até completamente reservas no Brasileirão. Com isso, chance de vaga na Libertadores via-brasileiro se anularam com o tempo. Mas estratégia deu certo. Palmeiras campeão da Copa do Brasil e classificado para a Libertadores 2016. Mesmo com nível de atuação pífio em grande parte da "Era Marcelo Oliveira". 4-2-3-1 foi o sistema tático utilizado, tanto com Oswaldo quanto com Marcelo. No geral, um Brasileirão decepcionante do Alviverde.

Para o Brasileirão, o Atlético-PR começou com a moral abaixo do normal, pois no Campeonato Paranaense, o Furacão havia disputado o torneio final para ver quem seria rebaixado. Foi o famoso torneio da morte. Como Milton Mendes, o técnico que iria comando o Rubro-negro paranaense por boa parte do Campeonato Brasileiro, só havia assumido a equipe na penúltima rodada desse torneio, havia esperanças de mudanças. E houve.

O esquema tático do Atlético-PR não mudou desde o começo do ano, mesmo apesar de janeiro de 2015 até o início do Brasileirão, o clube tivesse tido Claudinei Oliveira e Enderson Moreira como técnico. O 4-2-3-1 foi a estrutura tática utilizada por Milton Mendes já em sua estreia no Campeonato Brasileiro.

O 4-2-3-1 da estreia de Milton Mendes no Campeonato Brasileiro contra o Internacional.

Embora tivesse a mesma estrutura do que os outros técnicos que passaram pelo Furacão em 2015, a maneira como o time se portava foi diferente das equipes de Claudinei Oliveira e Enderson Moreira. O Rubro-negro de Milton Mendes priorizava as trocas rápidas de ação de jogo, linhas próximas defensivas em ação defensiva e o ataque posicional.

Ao perder a bola, o time de Milton Mendes rapidamente pressionava o adversário (no caso Ytalo e Felipe), enquanto que os demais fechavam as linhas de passe mais fáceis para o portador da bola adversário (no caso Otávio, Hernani e Eduardo).

Uma vez que o time pressionou rapidamente o adversário com a bola, o sistema defensivo teve tempo de se posicionar de maneira aproximada como na imagem acima: com as duas linhas de quatro e o meia central bem próximos, e o centroavante lá perto do meio do campo. Esse centroavante era rapidamente acionado para o contra-ataque veloz de Milton Mendes.

Já quando o time não conseguia contra-atacar, o ataque posicional era realizado como no flagrante anterior.

Além dessas situações evidentes em cada fase de jogo, a equipe de Milton Mendes apresentava duas situações bem peculiares na saída de bola: uma era pelo tiro-de-meta e outra por Otávio.

Para cobrar o tiro-de-meta, os jogadores do Atlético-PR se posicionavam rapidamente da maneira acima, pois assim o goleiro teria opções de passes curtos (no caso Vilches e Kadu) e médios (no caso Matheus Ribeiro e Sidcley) e, assim, evitava com que a bola fosse lançada à frente para uma disputa aérea.

Milton Mendes, Otávio era constantemente acionado para que o time chegasse ao campo ofensivo. Para tal, Hernani avançava e abria espaço para qualquer jogador se aproximar de Otávio e, dessa maneira, manter a saída através de passes curtos (no caso Marcos Guilherme e Barrientos).

Após 33 jogos (15 vitórias, cinco empates e 13 derrotas, sendo quatro delas nos últimos quatro jogos), Milton Mendes foi mandado embora do Atlético-PR. Após alguns jogos, Cristóvão Borges foi contratado pela diretoria rubro-negra.

Com Cristóvão Borges, o time mudou em diversas situações táticas, mas apesar de tantas mudanças, o esquema tático base continuou o mesmo: o 4-2-3-1.

 Desde a sua estreia até o último jogo (que é o caso da imagem acima), Cristóvão utilizou o 4-2-3-1 como esquema tático base.

Agora com o novo técnico, o Atlético-PR, ao perder a bola, se posiciona entre intermediárias; o sistema defensivo tem passado por mudanças desde a sua estreia; a chegada ao campo ofensivo, preferencialmente, está sendo pelos lados; e o ataque tem um padrão ofensivo de posicionamento.

Ao perder a bola, o Furacão de Cristóvão Borges tem se posicionado entre intermediárias e atrás dos volantes adversários.

Em suas primeiras partidas, Cristóvão Borges fez com que o time marcasse através de encaixes individuais no setor com perseguições médias e curtas. Vide na imagem acima em que estão todos os jogadores do Atlético-PR: não há um posicionamento defensivo organizado, pois todos estão já encaixados marcando o seu.

Aos poucos, Cristóvão está fazendo com que a equipe passa a marcar por zona e/ou mista, como é o caso do flagrante anterior.

No começo da sua passagem pelo Atlético-PR, Cristóvão Borges fazia com que o time só saísse pelos lados do campo, como no flagrante acima: saída típica realizada até os anos 2000.

Com o passar do tempo, tanto Barrientos quanto Otávio, volantes do Furacão, está conseguindo achar o espaço para que a equipe também chegue ao campo ofensivo pela faixa central.

E desde a sua estreia pelo Atlético-PR, Cristóvão Borges apresenta esse padrão de posicionamento ofensivo: dois jogadores para retorno, dois abertos, três à frente na faixa central e um atrás destes. Com o passar do tempo, os jogadores estão conseguindo trocar de posição nesta fase de jogo, mas o posicionamento é sempre o mesmo.

A Ponte Preta fez uma campanha estável e regular, chegando a brigar no bloco de cima da tabela de classificação em várias ocasiões e terminando entre os 10 primeiros colocados. A Macaca iniciou o Brasileirão sob comando de Guto Ferreira, num 4-3-1-2 com dois atacantes rápidos e móveis na frente, Fernando Bob vindo buscar para fazer a "saída de 3" e sempre dando opção de retorno nos ataques posicionais e Renato Cajá bastante participativo e movimentando-se para a construção de jogo e manutenção da qualidade de circulação da pelota na intermediária ofensiva. Na linha de ataque, o balanceamento ofensivo era bem feito. O atacante do lado da bola abria pra trabalhar jogada com o lateral do setor e o do lado oposto fechava por dentro pra ser opção na área.

Defensivamente, contava com o alinhamento de Renato Cajá com os dois homens mais avançados nos momentos de pressão à saída de bola adversária, mas na fase de defesa organizada, marcava com apenas 7 jogadores tendo participação ativa(linha defensiva+tripé de meio fazendo a "gangorra" em função da movimentação da bola para tentar proteger o setor atacado). Era uma equipe que se caracterizava pelo equilíbrio entre as fases do jogo. Forte transicionalmente com os dois homens de frente realizando ótimas diagonais constantemente e com qualidade de circulação de bola nos momentos possessivos, apesar. Seus ataques posicionais não eram dos melhores, mas tinham seu valor. 

Ainda com Guto, a Ponte também usou um 4-2-3-1, que se caracterizava por transições rápidas, compactação curta em bloco baixo defensivamente e Renato Cajá movimentando-se por todo o campo ofensivamente. Abrindo pra formar sociedades triangulares, procurando desmarques posicionais para criar linha de passe próxima ao portador da bola e também procurando a movimentação entrelinhas para receber nas costas dos volantes adversários.

Na frente, Diego Oliveira na referência, procurando deslocamentos curtos pra dar opção de passe vertical, fazendo a parede e abrindo espaços para a ruptura da última linha adversária. Saída limpa pelo chão, com Fernando Bob bastante participativo, vindo buscar com os zagueiros a todo instante, verticalizando bem o jogo e organizando de trás; Time compacto ofensivamente, com intensas movimentações e deslocamentos visando aproximação para aumentar a fluidez e facilitar a progressão; Jogadores "correndo certo" e sabendo o que fazer com e sem a bola. 

Com as oscilações(principalmente após a saída de Renato Cajá), Guto Ferreira foi demitido e quem assumiu foi Doriva, que deu continuidade ao 4-2-3-1, procurando manter o equilíbrio entre proposição e reação, porém, tendendo mais para o jogo reativo.

Defensivamente, alternância de bloco médio para baixo, balanceamento defensivo sendo realizado corretamente na maioria das vezes e compactação curta inicialmente, porém, por vezes sendo alongada de acordo com a progressão adversária na intermediária defensiva da equipe de Campinas(o meia-central voltava à frente da linha média, acompanhando um volante adversário quando este aparecia nas proximidades do último terço, enquanto que o centroavante mantinha-se bem mais à frente, sem participar da compactação da equipe atrás da linha da bola).

Ofensivamente, time trabalhando com amplitude(os dois laterais por vezes apoiando simultaneamente por seus respectivos corredores, apesar de chegarem por dentro com certa constância) e profundidade(Borges/Diego Oliveira “prendendo” a linha defensiva e movimentando sem bola com deslocamentos curtos na entrelinha adversária e abrindo espaço para um homem da linha de 3 atacar e chegar na referência do ataque).

O winger do lado da bola auxiliava o lateral no setor, dando opção no mesoespaço ou saindo em diagonal curta do mesoespaço pro corredor e o do lado oposto afunilava um pouco, afastando-se da beirada para que o lateral aparecesse bem aberto por ali, dando opção de virada longa(ou centralização de bola+virada, já que Fernando Bob aparecia constantemente por dentro dando opção de centralização de jogo nos espaços entre as linhas média e avançada adversárias). O meia-central movimentava bastante entre as duas linhas de quatro adversárias, participando da construção de diversas formas, mas também chegando de trás e aparecendo na área com certa constância para ser opção junto ao centroavante. 

Mesmo com a saída de Doriva, que aceitou convite para comandar o São Paulo, a forma de jogar da Ponte foi preservada por Felipe Moreira, então auxiliar técnico do clube, que foi efetivado até o final do campeonato. Jogadores como Elton, Renato Chaves, Cristian e Cleyson cresceram do meio para a reta final do Brasileirão e foram alguns dos destaques da equipe, assim como o fantástico volante Fernando Bob, que se transferiu para o Internacional e Biro-Biro, que foi vendido pelo Fluminense ao futebol chinês.

Entre um 4-3-3 e um 4-2-3-1, o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo começou 2015 sendo uma equipe de ataques nada prolongados, retendo a pelota por pouco tempo e tendo suas investidas cortadas por erros em inúmeros momentos. Quando a bola parava nos pés cariocas e era necessário pensar mais para gerar jogadas, sim, os minutos de posse aumentavam - porém, com algo estéril devido à falta de movimentos e opções de passe para o atleta detentor da redonda. Portanto, sobretudo no fim da "era Luxa", foi possível observar os flamenguistas trocando vários passes laterais até algum lance de imprecisão, ou aproximando-se dos 'bicos' área rival e cruzando contra uma defesa posicionada por pura falta de ideias ofensivas. Marcelo Cirino como '9' móvel, buscando os flancos e abrindo o centro a infiltrações, até foi um esboço disto contra adversários mais fracos.

Na fase defensiva, reinaram os acompanhamentos um tanto prolongados, onde os rubro-negros perseguiam oponentes por muitos metros de gramado. Assim, não foi tão comum ver linhas de marcação fixas, bem desenhadas - as perseguições desmontavam isso. Cristóvão Borges deixou o Fla quando já encontrava seu melhor time, tendo Márcio Araújo por fora e Alan Patrick como volante. Enquanto Alan dava a qualidade de saída e circulação de bola que faltou todo o ano, Márcio partia da direita para buscar o centro, somar algo por aí/puxar um marcador e permitir os avanços do lateral. Antes, contudo, houve um 4-3-3 talhado a contra-ataques que até atingiu os objetivos por certo tempo, mas pecou na construção e deu exemplo disto na derrota para o Corinthians, por 3 a 0.

A fase Oswaldo de Oliveira foi, sem dúvidas, a melhor dos cariocas em 2015. Adepto da saída lavolpiana, Oswaldo implantou o movimento de saída de bola e transformou um conjunto até então predominantemente reativo em algo propositivo, opressor e controlador. A posse ganhou fluidez, argumentos, as vitórias vieram, a equipe venceu cinco seguidas e se meteu no G-4 do Brasileirão. Até o sonho morrer, o nível de concentração cair e tornar o padrão lento e previsível, era assim: Márcio Araújo recuava entre os zagueiros, que abriam e empurravam os laterais à frente; os extremos saíam dos lados ao meio afim de gerar opções de passe verticais; um volante e Alan Patrick, que recuava (4-2-3-1), davam ordem ao ganho de terreno e aos caminhos a seguir. Tudo coordenadamente.

Dinâmica ofensiva do Fla de Oswaldo

O Fluminense teve quatro treinadores no ano. Cristóvão Borges e Ricardo Drubscky(com quem iniciou o Brasileirão). Depois do início ruim no Brasileiro em termos resultadistas, Drubscky foi demitido e chegou Enderson Moreira, com quem o Flu conseguiu resultados melhores. Enderson usava um 4-2-3-1 simples, reativo, buscando manutenção de curta distância entre as linhas defensiva e média, além de contragolpes eficientes, porém, com dificuldades visíveis de proposição de jogo. Chegou a flertar com o G-4, mas com a queda de rendimento e a saída definitiva do grupo dos 10 primeiros colocados, Enderson Moreira foi demitido. 

Quem chegou foi Eduardo Baptista, vindo do Sport. Eduardo foi oscilante em resultados, apesar do bom início, mas conseguiu ajustar problemas de compactação defensiva das duas linhas de quatro, tendo seu início de trabalho no Tricolor das Laranjeiras caracterizado por compactação curta, marcação zonal e melhor construção de jogo com Cícero na volância. Time mais equilibrado e mais organizado. O trabalho de Eduardo no Flu para 2016 pode ser promissor, porém, o clube necessita de ter maior planejamento com relação a treinadores. É essencial!

A Chapecoense conseguiu mais uma campanha estável e de manutenção visando se estabelecer de vez na elite do futebol brasileiro. Chegou a brigar na parte de cima nas primeiras rodadas, mas depois foi se estabelecendo no meio da tabela e terminou o Brasileirão sem correr muitos riscos, apesar de ter flertado com a zona de rebaixamento em alguns poucos momentos. 

Iniciou o Brasileirão no mesmo 4-2-3-1 utilizado por Vinicius Eutrópio no Campeonato Catarinense, onde a Chape voou na maior parte da competição, apesar de não ter conseguido chegar às finais. Estilo de jogo predominantemente reativo, com transições rápidas e agressivas, mobilidade e trocas de posição na linha de 3, Gil chegando de trás pra triangular pelos lados e atacar espaços e Roger/Bruno Rangel procurando movimentação entrelinhas ou saindo pros lados pra participar da posse e fazer a parede. Sem a bola, formava duas linhas de quatro(4-4-2) e compactava predominantemente em bloco baixo. A forma de jogar do time catarinense se caracterizava muito por essência reativa fora de casa e um jogo de transições com maior intensidade e imposição quando atuava dentro de seus domínios, sabendo usar bem do "fator casa" e aliá-lo com sua notável organização tática dentro das quatro linhas. 

A partir de certo trecho do Campeonato, com mudanças, contratações e saídas, a Chape passou a variar mais taticamente entre 4-2-3-1, 4-1-4-1 e 4-4-2/4-4-1-1 com a entrada de Cleber Santana pra fazer a faixa central. Buscava sempre participação na posse, vindo buscar constantemente com os volantes e muitas vezes se alinhando com eles na faixa central. Com as oscilações e quedas nos resultados, Vinicius Eutrópio foi demitido, dando lugar a Guto Ferreira, que havia iniciado o Brasileirão muito bem pela Ponte Preta. Ele deu continuidade ao trabalho que vinha sendo feito e introduzindo algumas características próprias, porém, a intensidade, o jogo de transições e o "toma lá dá cá" continuaram sendo marcas da Chape. O time do interior catarinense passou a usar mais das ligações diretas procurando Bruno Rangel ou Tulio de Melo para escorar a primeira bola pra chegada dos volantes pra dar continuidade à posse em campo ofensivo ou meter a "casquinha" pra entrada de um dos pontas no facão pra romper a última linha adversária e sair na cara do gol. 

Este ano, a quantidade de técnicos que a Chape teve, diminuiu muito. Porém, é preciso ter mais convicção com relação aos treinadores. É isso que falta pra diretoria do Verdão do Oeste, que vem realizando um trabalho fantástico nos últimos anos com montagem de elenco e já mostrou, de certo modo, essa convicção, quando realizou um baita trabalho de médio/longo prazo com Gilmar Dal Pozzo, apesar de este que vos fala suspeitar que a longevidade talvez estivesse mais atrelada aos resultados do que à convicção, neste caso. 

O Coritiba sofreu uma reformulação quase completa durante o Campeonato Brasileiro de 2015. Jogadores contestados perderam espaço, e reforços chegaram para tentar evitar um novo rebaixamento. Como comparação: dos 11 jogadores escalados na estreia (a derrota por 2 a 1 para a Chapecoense, fora), apenas o lateral-esquerdo Carlinhos, o volante João Paulo e o atacante Negueba sobreviveram às mudanças e terminaram o ano como titulares. Peças-chaves como Wilson, Kléber e Henrique Almeida chegaram durante a competição. Com isso, o esquema tático também mudou bastante, passando pelo 4-2-3-1, pelo 4-4-2 e até por um 3-6-1.

O técnico Ney Franco só conseguiu encontrar a formação ideal (dentro das possibilidades, claro) na virada do turno. A partir daí, o time cresceu de produção e conquistou os pontos suficientes para garantir a permanência na elite. A equipe titular passou a ter Wilson; Leandro Silva, Walisson Maia, Juninho e Carlinhos; João Paulo e Alan Santos; Negueba, Lucio Flavio e Kléber; Henrique Almeida. Um 4-2-3-1, com Negueba pela direita, Lucio Flavio centralizado, Kléber pela esquerda e Henrique Almeida na frente. Este, inclusive, foi o time na importantíssima vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo no Mané Garrincha, pela 26ª rodada.

A partir daí, Ney Franco (que seria demitido a cinco rodadas do final) e Pachequinho promoveram apenas mudanças pontuais. Alan Santos e Lucio Flavio perderam espaço; Cáceres e Juan herdaram as vagas. Improvisado no meio-campo, o lateral-esquerdo deu maior mobilidade ao time e um novo gás ao setor ofensivo. Os maiores destaques, porém, acabaram sendo Wilson, que fechou o gol em várias partidas, João Paulo, principal responsável pela saída de bola, e Henrique Almeida, que viveu a melhor fase da sua carreira e terminou como artilheiro alviverde com 12 gols. O Coxa deve perder alguns titulares (a saída de Henrique é certa), mas termina o ano com uma base montada para um 2016 mais glorioso - ou menos traumático.

O Figueirense variou taticamente entre 4-3-1-2, 4-4-2 em linhas e 4-2-3-1 com Argel Fucks. Time sofreu com a zona de rebaixamento em boa parte do campeonato e lutou arduamente para sair de lá, apesar de alguns momentos menos intranquilos na proximidade de meio de tabela. Com a saída de Argel pro Inter, chegou Renê Simões, que apostou num 4-3-1-2, buscando intensidade, agressividade sem a bola no pé, com momentos de pressão alta, e proposição de jogo, com triangulações pelos lados, balanceamento ofensivo bem feito entre os dois homens avançados e movimentação intensa do meia-central jogando entrelinhas, abrindo pra participar da posse pelo lado da bola e criando linhas de passe. Renê tentou a mudança em determinados aspectos da filosofia de trabalho do seu antecessor, porém, teve dificuldades de introdução e acabou sendo demitido. Com a efetivação do interino Hudson Coutinho até o fim do campeonato, o Figueira teve dificuldades, mas conseguiu escapar da zona da degola. 

O Avaí iniciou o ano com o veterano Geninho no comando, porém, após péssima campanha no Campeonato Catarinense, Geninho deu lugar para Gilson Kleina, que durante o Brasileirão, utilizou predominantemente o 4-3-1-2, com bom jogo coletivo ofensivamente, força transicional e velocidade pelos lados do campo. Na maior parte da competição, alternou entre momentos de meio de tabela e aproximação com a zona de rebaixamento, que se tornou mais intensa nas rodadas finais. A diretoria do time catarinense bancou Gilson Kleina na maior parte do campeonato, porém, acabou demitindo-o do meio pro final do Brasileirão e colocando o interino Raul Cabral até a última rodada. O Leão tentou, lutou muito, mas não conseguiu escapar da queda para a Série B. 

O Vasco iniciou o Brasileirão sob o comando de Doriva, num 4-2-3-1, mantendo a base do time campeão carioca. Time essencialmente reativo e com dificuldades de propor. Os resultados iniciais foram horríveis e geraram a demissão de Doriva, após derrota para o Sport. O Gigante da Colina amargava a lanterna e não conseguia reagir. A situação não mudou com Celso Roth, que deu um verdadeiro show de conceitos arcaicos e futebol ultrapassado. Por último, veio Jorginho, que com o tempo, conseguiu fazer um grande trabalho para a realidade do elenco que tinha em mãos e para o contexto que o Vasco vivia na tabela de classificação. Apesar da engrenagem e de luta extremamente árdua, o rebaixamento foi inevitável. Fruto do péssimo planejamento para o Brasileirão, com confiança excessiva na base campeã carioca, sem preocupações com reforçar o elenco qualitativamente e fruto também das decisões tomadas com o campeonato em curso. 

2015 foi um ano complicado para o Goiás. Campeão goiano sem convencer, já com dois treinadores diferentes, eliminado na terceira fase da Copa do Brasil, na primeira fase da Copa Sul-Americana, o clube, especialmente, decepcionou no Campeonato Brasileiro. 19o colocado, foi a segunda equipe que mais perdeu na competição e venceu apenas dez vezes em 38 rodadas.


Um dos motivos para tamanha queda se deve ao mau planejamento para o ano. Peças importantes do time de 2014, incluindo o treinador Ricardo Drubscky, saíram e o elenco ficou enfraquecido. As contratações para a disputa do Brasileirão não vieram, assim como a direção foi confusa, contratando quatro treinadores, de estilos diferentes, ainda contando com três interinos, funcionários do clube. Ou seja, sete treinadores em 12 meses.


Nos dois bons anos que teve após retornar à primeira divisão, o Goiás pareceu ter uma identidade. Apesar de diferentes em gestão e personalidade, Enderson Moreira e Ricardo Drubscky eram semelhantes no planejamento tático. Na verdade, Drubscky é referência para Enderson, com quem trabalhou como atleta e assistente.


Tanto em 2013, 6o colocado e à dois pontos do G4, quanto em 2014, 12o colocado e em boa fase até perder fôlego no final, o time esmeraldino ficou identificado pelo sistema defensivo sólido, tendo sempre um dos melhores números de gols sofridos e partidas sem sofrer gols. Também era um time que, apesar de não ser tanto técnico, tinha em David seu organizador e tratava bem a bola, com boa eficiência em ataques rápidos, utilizando o campo de grandes dimensões do Serra Dourada, e bola parada, através de faltas e escanteios.


Em 2015, até pela grande mudança no time titular, a defesa não esteve tão forte, apesar de ainda ter tido um número relativamente bom de gols sofridos e partidas sem sofrer gols. O goleiro Renan ainda foi o protagonista, contra o desempenho ruim dos defensores, exceto o zagueiro Fred, que também se destacou pelos gols de falta, um dos poucos argumentos ofensivos - na bola parada ofensiva - de um time confuso, sem identidade e planejamento em boa parte do campeonato.


Depois de Wagner Lopes, que dirigiu por quase todo o Campeonato Goiano, o veterano Hélio dos Anjos assumiu nas finais, superando a Aparecidense, e treinou o time até 23 de junho, na 8a rodada. Augusto César, treinador do sub-20, foi interino por quatro rodadas até Julinho Camargo ser contratado, em 7 de julho, a partir da 13a rodada, após fracasso na negociação com Paulo Roberto Falcão, quem recomendou o então novo treinador. O gaúcho, porém, foi demitido em 17 de setembro, na 26a rodada.


Wanderley Filho, auxiliar permanente da comissão técnica, assumiu por uma rodada antes de Arthur Neto, velho conhecido do clube, rebaixado em 2010 e vice-campeão da Copa Sul-Americana, contratado um dia depois da demissão de Julinho. Arthur durou ainda menos do que os outros, e pediu demissão após perder em todas as quatro partidas que comandou, em 18 de outubro. Danny Sérgio, preparador físico do clube, assumiu a partir da 32a rodada e permaneceu até o final, findando o segundo rebaixamento do esmeraldino na década.

Sete treinadores, seis durante o Brasileirão… Difícil caracterizar o futebol do Goiás em 2015, que perdeu a identidade marcada desde 2012. Com Enderson e Drubscky, além do sistema defensivo sólido, ambos os times jogavam no 4-2-3-1, e apesar de jogadores diferente, manteve características parecidas. Sempre com Renan no gol, teve zagueiros técnicos, com boa saída e que defendiam bem a área, não se antecipando muito, laterais ofensivos, que constantemente ultrapassavam e utilizavam bem a largura do Serra Dourada.


Também uma dupla de volantes completa, com um organizador, David, liderando o time posicionalmente, executando a saída de bola, girando o jogo e lançando os desmarques dos laterais e atacantes. Ao seu lado, um jogador mais dinâmico, agressivo na marcação e nos movimentos, indo de uma área a outra, facilitando o jogo. Os pontas, meio-campistas ou atacantes, completavam um time trabalhador, operário, sempre compacto, garantindo proteção aos laterais e com boa movimentação ofensiva, e de acordo com sua característica, com desmarques de apoio e infiltração na área (atacantes) ou circulando no último terço e rodando a bola (meias) - quase sempre se jogava com um atacante e um meia nos lados.


A maior diferença ficou entre o meia-atacante e o centroavante. Com Enderson, meias-atacantes mais físicos, de presença, sempre entrando na área para ser referência em cruzamentos e bolas longas, combinando com um centroavante único no futebol brasileiro, Walter, que concentrava o jogo na frente com seu físico e desequilibrava assim, aproveitando também sua precisão em chutes de longa distância e cruzamentos, bolas longas e enfiadas de bola.


Com Drubscky, dois jogadores mais leves, como Esquerdinha e Erik. Esquerdinha, habilidoso e de bom passe, desequilibrava com dribles e enfiadas de bola - como sempre, aproveitando bem o campo do Serra Dourada -, além de boa movimentação, rodando por todo o campo, ajudando David na construção das jogadas e finalizando-as com passes. Já Erik, o centroavante, também não era muito comum. De baixa estatura e pouca força física, apareceu com bons desmarques de ruptura às costas da defesa adversária e movimentos diagonais e verticais interessantes. Também habilidoso, conseguia concentrar o jogo e desequilibrar com um drible ou finta até o apoio de um colega.


Em 2015, isso se perdeu, justamente pelas várias mudanças de treinadores. Até Renan, ainda um dos melhores goleiros do campeonato, esteve mais irregular. Os zagueiros já não defendiam tão bem a área e saíam mais para o bote, deixando espaços, e os laterais não tiveram o protagonismo de antes, com poucas ultrapassagens. David sofreu com lesões e não teve regularidade, enquanto os outros volantes também não tiveram continuidade em uma função, pela constante mudança de sistemas e estratégias, como Rodrigo e Patrick, que se saíram melhor em meio a toda mudança, se destacando mais quando liberdade de movimentação, apoiando os laterais e chegando ao último terço.


Os meias-atacantes e atacantes também foram vários e sem regularidade, tendo que se adaptar a diferentes funções e posicionamentos entre o 4-3-1-2 e 4-2-2-2 de Hélio dos Anjos, sempre espaçado e desordenado, muito baseado na intuição dos jogadores. O 4-2-2-2 e 4-2-3-1 de Augusto César, que deu espaços para os jovens e liberdade ofensiva, jogando com mais posse de bola e presença no campo adversário.


O 4-3-1-2 e 4-2-3-1 equilibrado de Julinho Camargo, resgatando um pouco do time dos últimos anos, no período que o Goiás melhor jogou futebol e pareceu realmente treinado, com plano de jogo, recuperando a boa defesa e tendo eficiência e objetividade nos ataques, mantido por Wanderley Filho no único jogo que comandou.


O confuso time de Arthur Neto, com quatro formações e sistemas diferentes em quatro jogos, sem qualquer organização; ou o 4-2-3-1, 4-3-3 e 4-3-1-2 do preparador físico Danny Sérgio, totalmente intuitivo, tentando sobreviver no campeonato com os gols de falta de Fred, uma melhora discreta de Erik, bastante irregular, e o bom desempenho da surpresa Bruno Henrique, o melhor argumento ofensivo do time, por sua força física, com muita velocidade nos desmarques e presença aérea.


Assim, confuso e com poucos destaques positivos, o Goiás fez a segunda pior campanha do campeonato e foi rebaixado novamente. Para 2016, com novo gestor de futebol, Felipe Ximenes, e o retorno de Enderson Moreira, além da esperança de maior investimento e reformulação do elenco, o esmeraldino espera recuperar o bom futebol e fazer uma Série B ao mesmo tempo tranquila e eficiente. Claro, com organização e planejamento, essenciais no futebol moderno, que cada vez dá menos chances para a improvisação e o “jeitinho”.

O Joinville iniciou o ano com Hemerson Maria, que já vinha há muito tempo no clube, num planejamento de médio/longo prazo, porém, foi demitido com o início ruim de campeonato. Depois, veio Adilson Batista, que até apresentou alguns pontos positivos taticamente, mas os resultados também não favoreceram. O melhor momento do Joinville talvez tenha sido com Paulo César Gusmão, que armou um 4-1-4-1 reativo, muito guerreiro, com intensidade e muita transpiração e pouca inspiração. O JEC passou TODAS as rodadas do Brasileirão na zona de rebaixamento. Queda inevitável.


Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)
Lucas Martins(@0MartinsLucas) 
Diogo Ribeiro Martins(@diogorm013) 
Andrey Hugo(@Andrey_Hugo) 
Gabriel Guedes(@G_Guedes19) 
José Victor(@josevitor83) 
Caio Gondo(@CaioGondo) 
Fernando Freire(@freire88) 
Arthur Barcelos(@arthurbarcelosz)

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