O Brasileirão 2015 foi um campeonato em que houve elevação de nível técnico-tático em relação ao de 2014. Neste texto, abordaremos como foi o ano de cada time do Brasileirão, desde o campeão Corinthians ao lanterna Joinville.
Melhor
ataque, melhor defesa, quem mais venceu e quem menos perdeu. Apenas esses
quatro pontos apresentados em que a equipe foi melhor que as outras já poderia,
de maneira bem resumida, explicar o porquê do Corinthians ter batido campeão
brasileiro ao final do campeonato. Mas não foi só isso. O Corinthians não foi
campeão brasileiro só por conta dos números, mas sim por conta da regularidade
que a equipe mostrava em suas atuações, apresentando intensidade, organização e
velocidade em todas as fases de jogo, independentemente se buscava ser
reativa(boa parte do primeiro turno) ou se buscava propor mais o jogo(todo o
segundo turno, quando a equipe apresentou seu melhor futebol, sabendo alternar
reação e proposição).
Com
bola, amplitude, profundidade, busca por jogo entrelinhas, triangulação e
movimentação: Renato e Elias alternam o recuo para fazer a saída de bola para,
em seguida, apresentarem-se mais a frente, Jadson centraliza, Malcom faz a
diagonal, laterais ultrapassam e Love se movimenta, com Ralf(ele mesmo) ficando
mais recuado como opção de retorno. Sem bola...mantém o sistema, alternando a
altura do bloco de marcação conforme a necessidade, mas sempre mantendo as
características básicas: compactação de todos os homens da equipe, marcação
zonal, balanceamento da linhas conforme o lado da bola e muita intensidade.
O Atlético Mineiro se caracterizou nesse ano como um time ofensivo, intenso e veloz em suas transições e letal no jogo aéreo, principalmente dentro do Horto, jogava com suas linhas avançadas, o que deixava a sua retaguarda bastante exposta, o que custou muitos resultados como a eliminação na Libertadores para o Internacional ou maus resultados no Brasileirão que custaram a briga pelo título no segundo turno, com o Corinthians voando.
Rafael Carioca armava o jogo de trás, Leandro Donizete ficava mais, os laterais avançavam ao mesmo tempo e o quarteto ofensivo do 4-2-3-1 do Galo, muitas vezes Luan-G.Augusto-T.Ribeiro (ou Dátolo) se movimentava, e com isso a bola chegava para Lucas Pratto marcar os gols.
O intenso 4-2-3-1 do Galo de Levir Culpi em 2015. (Reprodução: TacticalPad)
O sistema tático-base do Grêmio, terceiro colocado do Brasileirão, foi o 4-2-3-1, geralmente com Walace e Maicon (que se lesionou durante a competição) à frente da defesa e por trás de uma linha intermediária formada geralmente por Giuliano pela direita, Douglas pela faixa central e Pedro Rocha à esquerda, com Luan - o falso 9 - mais à frente.
Com a posse: ataques posicionais com ótimo jogo de apoios (desde a fase de construção/saída de bola até o terço final) ao companheiro com a bola - formando triângulos e facilitando as trocas rápidas de passes curtos pra romper as linhas rivais, já que a equipe sempre tem rupturas após os apoios -, saída de três ou lavolpiana, muita mobilidade, amplitude simultânea com os laterais, profundidade, criação de espaços (utilizando as rodas de bobinho dos treinos em campo), sempre gerando homem livre, jogo entrelinhas, compactação (atacou em bloco/unidade) - que oferece coberturas ofensivas ao companheiro com a bola, quase sempre com superioridade numérica (príncipio geral) na região da bola (centro do jogo). Trabalho coletivo forte.
Quando perdeu a bola, pressionou imediatamente o adversário com ela, buscando recuperá-la e contra-atacar e/ou parar ou atrasar o contra-ataque adversário. Quando a recuperava, fugiu muito bem da zona de pressão, com apoios em progressão ao companheiro com a bola e muita velocidade e inteligência para contra-atacar - sabia jogar como poucos no campeonato na base da reação ao adversário -, com opções de rupturas em ambos os lados e vários entrando na área. Como no que para este que escreve foi o gol mais bonito (coletivamente) do Brasileirão, contra o Atlético-MG, no Mineirão: https://www.youtube.com/watch?v=RURksn__rtU
Sem a posse: marcação por zona (referência é o espaço e a bola, não o jogador) , intensa, com contenções rápidas no adversário com a bola, sempre com coberturas e equilibro do espaço, pressão intensa na saída rival, compactação nessa subida e quando marcou a partir da linha divisória (defendeu junto, em bloco/unidade), balanços defensivos - movimentação das linhas conforme a circulação da bola rival - e flutuações defensivas (buscando criar pressão e vantagens) - muito bem executados, sempre buscando direcionar os rivais para os lados. Trabalho coletivo forte.
A principal diferença entre o Grêmio de Felipão e o de Roger Machado é na metodologia de treinamento. Desde que Roger chegou a equipe, as sessões de treinos são curtas, intensas e modernas. Se a equipe treina bem, joga bem. Se treina intensamente, joga intensamente. Se comprende a ideia do técnico - Roger transmite muito bem as suas ideias para os jogadores -, aplica no jogo. Ou seja, tudo que o Grêmio faz em campo, foi pensado e treinado por Roger, que estudou e buscou conhecimento, mesmo sendo ex-jogador. Está de parabéns!
Tudo isso com a ajuda fundamental do Departamento de Análise de Desempenho, um dos melhores do Brasil. Atualmente, é a equipe com mais conceitos modernos do futebol brasileiro, apesar da queda no segundo turno - que pode ser explicada por desfalques que são muito importantes para o coletivo e a falta de um elenco mais nivelado - e o Corinthians campeão de Tite. Isso com tempo, pode dá títulos.
O ano de 2015 para o São Paulo foi de altos e baixos, marcado por 4 trocas de técnicos que resultaram em formações táticas e filosofias diferentes, mas em um time que se via as mesmas coisas, valorização da posse de bola, time que toca muito a bola mas que psicologicamente é frágil, e que se desespera muito, além da falta de movimentação e profundidade que muito se viu.
Com Muricy Ramalho a equipe não conseguiu repetir as boas atuações do segundo semestre de 2014. Com o treinador tetra-campeão brasileiro o São Paulo se portou ora no 4-4-2 com duas linhas de quatro, ora no 4-2-3-1 com Ganso centralizado e muita apatia, com um dos volantes recuando para fazer a saída lavolpiana.
Os problemas de saúde fizeram com que Muricy saísse junto do mau desempenho do time. Milton Cruz assumiu e pôs um time no 4-4-2 britânico (que venceu o Corinthians no Morumbi na Libertadores) com Hudson aberto pela direita protegendo esse flanco, e apostando num Ganso mais próximo do gol.
Logo chegou Juan Carlos Osório, trazendo ideias e filosofias que foi implantando, como o rodízio e um time com vocação ofensiva, que muitas vezes se defendia com apenas cinco jogadores para deixar os jogadores de ataque posicionados para contra-atacar. Em números de sistemas táticos podemos dizer que o time com o treinador colombiano se portou em momentos no 4-3-3, como na sua estreia, ou no 3-4-3 como na derrota para o Galo no Mineirão, mas que mesmo assim se portou bom, com marcação avançada e trocas rápidas de passes, mas que esbarrou em falhas da defesa e em gols perdidos. O treinador foi atrapalhado por problemas políticos e financeiros que fizeram com que muitos jogadores importantes, como Souza, fossem vendidos.
Mas o time com Osório teve também seus momentos de apatia em campo, como na goleada sofrida pelo Palmeiras no Allianz Park, ou na derrota para o Ceará em pleno Morumbi. Com o desejo de disputar uma Copa do Mundo, e os problemas políticos, Osório saiu e entrou Doriva, escolhido devido o seu retrospecto "positivo" contra o Santos.
O último ato de Osório no São Paulo, contra o CAP no Morumbi. 4-3-3 com Ganso como interior, Thiago Mendes se desdobrando em campo e Pato na ponta, um dos achados do treinador que fizeram o camisa 11 se destacar em campo. (Reprodução: TacticalPad)
Com Ganso de segundo volante, retaguarda exposta e um time inexistente coletivamente o São Paulo foi eliminado da Copa Brasil jogando no 4-2-3-1. (Reprodução: TacticalPad)
Milton Cruz novamente assumiu a equipe, a disputa pela vaga do quarto colocado para a Libertadores se tornou a meta do São Paulo, e mesmo com a goleada sofrida pelo rival em Itaquera que escancarou ainda mais um time apático e acomodado em muitos momentos, contou com os maus resultados dos times que brigavam pelo G-4, e com o "simples bem feito" que fizeram o São Paulo se classificar para Libertadores em sua pior temporada.
O Internacional iniciou o Brasileirão colocando time reserva em muitos jogos. Predominantemente, Diego Aguirre usava um 4-2-3-1 com muita intensidade, velocidade nas transições e agressividade. Porém, com os maus resultados no Brasileirão e a eliminação na Libertadores, o uruguaio foi demitido.
Argel Fucks chegou ao Beira-Rio vindo do Figueirense e conseguiu colocar o time nos eixos em termos resultadistas, porém, com um futebol pobre coletivamente, com muitas dificuldades de propor o jogo e apostando muito em intensidade de jogo, agressividade na marcação, transições velozes e meio-campo mais denso. No final, o time brigou firme pelo G-4, mas terminou na quinta colocação.
O Sport iniciou o ano com Eduardo Baptista dando continuidade ao 4-1-4-1 que havia engrenado na reta final do Brasileirão 2014. Time forte transicionalmente, chegando com muitos homens à frente na transição ofensiva e nos ataques posicionais, Rithely recuava ao centro e afundava entre os zagueiros para a “saída lavolpiana”, enquanto que os dois interiores passavam da linha da bola e procuravam atacar espaços no entrelinhas adversário, projetando-se para pegar a segunda bola na intermediária ofensiva e também fazendo diagonal de dentro pra fora para desbordar do espaço pelos lados do campo e formar a sociedade triangular no setor.
Quanto aos wingers, geralmente se tinha Diego Souza(que por vezes foi escalado como “falso 9”, flutuando no entrelinhas adversário pra fazer parede e procurando buscar com os volantes pra construir, enquanto os pontas afunilavam em diagonal no ataque) mais fixo na esquerda(por vezes exigindo compensação espacial, pois só acompanhava o lateral adversário até o trecho inicial da intermediária defensiva, depois “largando-o” e deixando o auxílio à Renê por conta do interior-esquerdo(geralmente Danilo ou Wendel) procurando cortes curtos pra dentro pra lançar, virar o jogo, procurar tabela diagonal, enquanto que no flanco oposto geralmente se tinha alguém com características mais velozes(Elber, Mike ou Samuel) e na frente, alternância entre Samuel e Joelinton, tendo o primeiro mais características velocistas e procurando movimentos pra ruptura da última linha adversária e o segundo se deslocando mais na entrelinha para trabalho de pivô. O Leão sofreu alguns problemas que costumam ser bem característicos do 4-1-4-1 aqui no Brasil: Compactação de 50 metros e distância considerável entre linhas defensiva e média(ficou mais visível na partida contra o Fortaleza na Copa do Nordeste, onde o time cearense dominou o jogo com transições velozes/agressivas e infiltrações nos espaços entre as duas linhas rubro-negras, e nos momentos em que os interiores pressionavam alto, apesar de que inicialmente se tinha maior proximidade entre essas linhas, com a defesa em linha bem alta nos momentos de pressão mais avançada). Muito espaço para ser gerenciado pelo volante entrelinhas(Rithely) defensivamente; Ausência de linhas de passe curtas na saída de bola, pois mesmo que Rithely viesse buscar, organizasse o jogo de trás com muita qualidade e sempre desse opção de retorno em campo ofensivo, muitas vezes se tinha poucas opções de passe curto, forçando a verticalização, isso pelo espetamento dos laterais em fase ofensiva e os interiores se juntando aos wingers(por vezes com trocas de posição entre eles) para buscar movimentação sem bola no entrelinhas adversário, ou seja, muitos jogadores à frente da linha da bola e poucos próximos ao homem da bola. A sorte do Sport muitas vezes era a qualidade de Rithely pra fazer o passe vertical entrelinhas e quebrar a linha média adversária.
Depois do jogo contra o Fortaleza, Eduardo Baptista passou a adotar o 4-2-3-1/4-4-1-1, num modelo de transições rápidas e compactação curta com balanceamento defensivo sendo feito razoavelmente a princípio. De certo modo, talvez “inspirando-se” um pouco na ideia de jogo e posicionamento de Marcelo Chamusca no time cearense, depois de ter levado “nó tático”. Porém, o time ainda sofria em contexto de jogo em que precisava criar espaços e furar linhas. Com as eliminações diante de Bahia e Salgueiro na Copa do Nordeste e Campeonato Pernambucano, respectivamente, o Sport iniciou o Brasileirão sob desconfiança, porém, os ótimos resultados nas primeiras rodadas jogaram essa desconfiança pra bem longe da Ilha do Retiro. Ainda assim, o 4-2-3-1 leonino apresentou alguns problemas defensivamente nas duas primeiras rodadas. Com Diego Souza e Samuel/Mike abertos e tendo Elber por dentro, ocorria o seguinte: Diego Souza só marcava o lateral e apenas dava o primeiro combate ao lateral, mas não o acompanhava em sua projeção posterior, exigindo que um dos volantes(Wendel) abrisse para auxiliar Renê e com Rithely balanceando pro lado da bola e o winger oposto sempre se fixando no lateral adversário, abriam-se verdadeiras crateras nos mesoespaços direito e esquerdo do sistema defensivo leonino, pois Eduardo Baptista optava por deixar Elber por dentro para ter velocidade de puxada na transição ofensiva pelo centro, ao invés de fazê-lo recompor à esquerda, minimizando os problemas defensivos leoninos por ali.
Dentre os pontos elogiáveis, cabe citar a constante troca de posição entre Elber e Diego Souza na fase de ataque organizado, com o primeiro caindo em diagonal, saindo do entrelinhas adversário para cair nas costas dos laterais ou criar linha de passe diagonal curta para o portador da bola pelo lado, e o segundo buscando progressão de fora pra dentro; E uma “saída de 3” diferente(ficou mais visível entre a 1ª e a 3ª rodada), talvez um pouco “torta”, com Wendel afundando à esquerda, Durval centralizando e Matheus Ferraz abrindo à direita, enquanto que Rithely permanecia como linha de passe por dentro, e desta forma, Renê ganhava mais liberdade de chegada de fora pra dentro com e sem bola.
O modelo de jogo foi se consolidando, junto com os resultados(o Sport ficou invicto até a 12ª rodada e chegando a ocupar a liderança do Brasileirão em várias oportunidades) e o time evoluiu ainda mais com as chegadas de Marlone, Maikon Leite e André. Compactação bem curtinha em bloco baixo, com os dois homens mais avançados(Diego Souza e André) participando da compactação atrás da linha da bola, marcação zonal, com a linha média realizando corretamente o basculação defensiva(winger oposto sempre fechando corretamente por dentro) e a equipe passou a ter maior equilíbrio entre as fases do jogo e entre as posturas de reação e proposição. Na fase inicial de construção de jogo, os dois volantes alternando no aprofundamento de posicionamento para a “saída de 3” e o melhor: Homens mais avançados procurando constantes desmarques posicionais para a criação de linhas de passe que possibilitassem a transição da bola entre os setores com qualidade.
Outro conceito muito utilizado era o do “lateral interior”, com os wingers predominantemente ficando bem abertos para dar amplitude e liberar a condução de bola em diagonal de fora pra dentro por parte de Samuel Xavier e Renê, que procuravam as tabelas diagonais com André e Diego Souza, que sempre se deslocavam para criar linhas de passe e trabalhar nos pivôs centrais. Ambos flutuando no entrelinhas adversário e caindo pros lados para a formação de sociedades triangulares, e Diego Souza muitas vezes também vindo buscar com os volantes para posteriormente verticalizar, virando o jogo ou procurando um lançamento para municiar uma movimentação de tentativa de ruptura da última linha, além de quase sempre fechar na área pra ser opção de conclusão junto a André. Porém, um dos problemas era a falta de mobilidade dos wingers, que ficavam muito presos aos seus respectivos lados do campo, muitas vezes deixando de atacar espaços vazios em deslocamento por causa disso. Outro era a falta de agressividade na marcação em bloco baixo, o que já se refletia no início do campeonato e também veio a se refletir na reta final do campeonato(em outro contexto que será abordado aqui). O adversário conseguia fazer a troca de lado com facilidade e rapidez, seja com virada longa ou de “pé em pé”(lateral/winger toca pro volante, que vira no lateral/winger oposto), pois mesmo que o Sport balanceasse suas linhas em função da movimentação da bola pra proteger o lado atacado, não pressionava tal setor da bola, sem se esforçar tanto para evitar que a bola chegasse ao “lado fraco”(que sempre fica um pouco exposto quando se faz essa “gangorra”). Quando o Leão conseguia balançar suas linhas com rapidez após a virada, esse problema era minimizado, de certo modo.
Com as oscilações, o Sport foi caindo na tabela de classificação e chegando até a sair do grupo dos 10 primeiros colocados. E com a saída de Eduardo Baptista, que aceitou convite para treinar o Fluminense, chegou Paulo Roberto Falcão, uma grande aposta da diretoria rubro-negra. Falcão manteve a ideia de 4-2-3-1, apesar das tentativas isoladas de uma espécie de 5-3-2 contra o Avaí e de 4-3-2-1 contra o Cruzeiro. Em aspectos ofensivos, deu maior mobilidade aos wingers(que buscam mais incursões por dentro visando aproximações e participação da construção, até por ser de característica deles), mas mantendo o conceito de “lateral interior”, muitas vezes até com Elber e Samuel Xavier afunilando simultaneamente em diagonal curta no ataque, assim como Renê e Marlone fazem na esquerda por vezes, apesar de na maiorias das vezes ser sempre um por fora e o outro por dentro(com certa alternância), com boas combinações entre si, apesar de menor agressividade. Outro ponto destacável é que o Sport se tornou mais vertical com a bola no pé. Com Eduardo Baptista, se tinha circulação de bola com qualidade e com bem mais paciência para rodar e procurar os espaços pra tentar fazer o jogo fluir.
Por vezes, paciência demasiada, e de certo modo, dependia do passe vertical de Rithely ou Durval para quebrar as linhas adversárias. Falcão não faz “saída de 3”, mas os dois volantes participam ativamente da construção, vindo buscar “no pé” dos zagueiros, laterais mais recuados e dando opção ainda em campo defensivo para a saída, além dos desmarques da linha de frente, que ajudam o Sport a ter uma saída de bola “limpa”, de qualidade e sem a bola sair do chão. O Leão passou a jogar um futebol ainda mais vistoso e mais objetivo ofensivamente. Defensivamente, algumas coisas mudaram. Antes, os dois homens mais avançados eram mais participativos na compactação atrás da linha da bola, voltando e fechando as linhas de passe/retorno com os volantes adversários. Hoje, eles são mais ativos na pressão inicial aos zagueiros, enquanto que os volantes leoninos “batem de frente” com os volantes adversários muitas vezes. E o time chegou a sofrer com isso em alguns jogos onde o meia-central explorava bem as costas dos volantes leoninos pra jogar e receber com liberdade de progressão na entrelinha. Isso ocorria também porque algumas vezes, a linha defensiva não subia o suficiente quando a altura do bloco médio aumentava para subir pressão ou demorava a subir em campo defensivo. E nessa fase de defesa organizada, já em bloco baixo, os dois homens mais avançados até participam, compactam, ocupam espaço, porém, por vezes, acabam “sumindo” de acordo com a progressão adversária. Como ponto em comum, assim como na era Eduardo, a basculação defensiva é feita corretamente, apesar da falta de agressividade e pressão na bola em bloco baixo, porém, o Leão evoluiu significativamente em certos pontos defensivos citados acima e é bem eficiente nos momentos de pressão médio-alta, principalmente dentro de casa, por ter a imposição de estilo de jogo como característica essencial.
No final, mesmo com as oscilações e os problemas enfrentados por Falcão, o time entrou nos eixos, voltando à briga por uma vaga na Taça Libertadores da América, e apesar de não ter conseguido entrar no G-4, a 6ª posição foi a prova de uma campanha mais do que honrosa nesse Brasileirão. Um trabalho fantástico iniciado por Eduardo Baptista e a continuidade vem sendo muito bem dada por Falcão, introduzindo seus conceitos e aproveitando as bases teóricas de seu antecessor.
Mesmo com o desmanche e a saída de alguns jogadores importantes, as expectativas para 2016 são boas a princípio. Méritos também para a diretoria do clube, que bancou Eduardo Baptista nos momentos de turbulência, fez contrato longo com Falcão e trabalhou muito bem no planejamento para o Brasileirão, apesar de ter pego muitos jogadores por empréstimo. O ideal para 2016 seria montar um elenco com jogadores que predominantemente venham em definitivo(principalmente do meio pra frente) e possam participar de um planejamento para os próximos anos.
Após título estadual e manutenção de Marcelo Fernandes, o Santos começou mal na Série A. Luta na parte baixa da tabela e futebol pouco coletivo. Transições lentas, espaçamento enorme entre os setores e foco da marcação individual. Com o retorno de Dorival Jr. ao comando técnico do Peixe, na 13ª rodada, o time mudou completamente.
Base foi o 4-2-3-1, com Renato e Thiago Maia à frente da defesa, Gabriel e Marquinhos Gabriel (Geuvânio) abertos, Lucas Lima pelo centro e Ricardo Oliveira, artilheiro do campeonato com 20 gols em 32 jogos, na frente.
Pressão alta com intuito de forçar erro do oponente na saída, compactação defensiva em um 4-4-1-1 com Lucas Lima e Oliveira próximos da segunda linha, busca por superioridade numérica no setor da bola e pelo fechamento das linhas de passe do rival. Marcação com foco no espaço e na bola, não mais no jogador adversário. Transições rápidas com trocas de passes curtos e objetivos, iniciadas pelos volantes Renato e Thiago Maia, que têm qualidade no passe e visão de jogo.
Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira foram os principais destaques individuais. O primeiro, com dinamismo impressionante, recebia dos volantes, pensava o jogo, o acelerava e dava sequência com qualidade absurda. Gabriel, outrora tido como individualista, jogava coletivamente, tendo seu papel na recomposição da equipe e se movimentando para dar opção movimentação, pivô e abertura de espaços para infiltração de seus companheiros. Além do poder de finalização e da profundidade que proporcionava à equipe.
Principal mérito de Dorival foi transformar a qualidade individual dos atletas em de passe - ou servir - aos companheiros. Saía da ponta direita para o centro, buscando espaços e definindo no terço final com muita qualidade. Ricardo, artilheiro do Paulista e do Brasileiro, foi peça importantíssima. Apesar dos 35 anos, foi quem mais atuou pelo Santos no nacional.
O Cruzeiro iniciou o ano com elenco significativamente modificado em relação ao time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014, sob o comando de Marcelo Oliveira. Utilizava predominantemente o mesmo 4-2-3-1, porém, com algumas mudanças de características ofensivamente, se tornando ainda mais intenso, explosivo e transicional por natureza. Com a eliminação nas semi-finais do Campeonato Mineiro, na Libertadores e o início ruim no Brasileirão, Marcelo foi demitido dando lugar ao veterano Vanderlei Luxemburgo.
Luxemburgo adotou um 4-1-4-1 essencialmente reativo/transicional, buscando a compactação curta e posicionado predominantemente em bloco baixo na fase defensiva. Ofensivamente, muitas dificuldades para criar espaços e furar linhas nos momentos possessivos pela característica do time ser mais de contragolpe. Com os maus resultados, Luxemburgo saiu e deu lugar a Mano Menezes, que repaginou a equipe, com um 4-2-3-1 bem equilibrado entre as fases do jogo e os momentos de reação e proposição, com intensidade, transições rápidas, mobilidade na linha de 3, Willian de "9 móvel" circulando bastante entrelinhas e buscando aproximações constantes para criar linhas de passe, Willians chegando de trás nos momentos conclusivos e atacando espaço pelos flancos e defensivamente, caracterizando-se pela compactação curta com o correto balanceamento defensivo para o lado da bola. O time entrou nos eixos, engrenou e até flertou com o G-4, mas terminou na 8ª colocação, que no final das contas, acabou ficando de bom tamanho por tudo que ocorreu com o clube na temporada.
Vice-campeão paulista e de elenco recém formado, o Palmeiras começou com resultados abaixo do desejado no Brasileirão. Oswaldo de Oliveira, sempre mantendo seu estilo de propor o jogo com organização e saída de três, não conseguia conduzir o time às vitórias. Dificuldade comovente em ataques posicionais e intensidade baixa para recuperação da bola, o que facilitava contra-ataques dos rivais.
Marcelo Oliveira chegou e o time melhorou bastante. Jogo reativo, muito vertical e eficiente. Gabriel era peça essencial, roubando e acionando os pontas que davam velocidade. Sem a bola time negava espaços muito bem (algo que vinha desde Oswaldo) e transições eram muito bem feitas. Porém, com a lesão de Gabriel e o passar do tempo, nível de atuação caiu bruscamente. Resultados idem.
Espaçamento entre os setores, excesso de cruzamentos para a área e marcação repleta de encaixes individuais. Já no fim do segundo semestre, time resolveu priorizar a Copa do Brasil, usando em muitas vezes times mistos ou até completamente reservas no Brasileirão. Com isso, chance de vaga na Libertadores via-brasileiro se anularam com o tempo. Mas estratégia deu certo. Palmeiras campeão da Copa do Brasil e classificado para a Libertadores 2016. Mesmo com nível de atuação pífio em grande parte da "Era Marcelo Oliveira". 4-2-3-1 foi o sistema tático utilizado, tanto com Oswaldo quanto com Marcelo. No geral, um Brasileirão decepcionante do Alviverde.
Para o Brasileirão, o Atlético-PR começou com a moral abaixo do normal, pois no Campeonato Paranaense, o Furacão havia disputado o torneio final para ver quem seria rebaixado. Foi o famoso torneio da morte. Como Milton Mendes, o técnico que iria comando o Rubro-negro paranaense por boa parte do Campeonato Brasileiro, só havia assumido a equipe na penúltima rodada desse torneio, havia esperanças de mudanças. E houve.
O
esquema tático do Atlético-PR não mudou desde o começo do ano, mesmo apesar de
janeiro de 2015 até o início do Brasileirão, o clube tivesse tido Claudinei
Oliveira e Enderson Moreira como técnico. O 4-2-3-1 foi a estrutura tática
utilizada por Milton Mendes já em sua estreia no Campeonato Brasileiro.
O
4-2-3-1 da estreia de Milton Mendes no Campeonato Brasileiro contra o
Internacional.
Embora
tivesse a mesma estrutura do que os outros técnicos que passaram pelo Furacão
em 2015, a maneira como o time se portava foi diferente das equipes de
Claudinei Oliveira e Enderson Moreira. O Rubro-negro de Milton Mendes
priorizava as trocas rápidas de ação de jogo, linhas próximas defensivas em
ação defensiva e o ataque posicional.
Ao
perder a bola, o time de Milton Mendes rapidamente pressionava o adversário (no
caso Ytalo e Felipe), enquanto que os demais fechavam as linhas de passe mais
fáceis para o portador da bola adversário (no caso Otávio, Hernani e Eduardo).
Uma
vez que o time pressionou rapidamente o adversário com a bola, o sistema
defensivo teve tempo de se posicionar de maneira aproximada como na imagem
acima: com as duas linhas de quatro e o meia central bem próximos, e o
centroavante lá perto do meio do campo. Esse centroavante era rapidamente
acionado para o contra-ataque veloz de Milton Mendes.
Já
quando o time não conseguia contra-atacar, o ataque posicional era realizado
como no flagrante anterior.
Além
dessas situações evidentes em cada fase de jogo, a equipe de Milton Mendes
apresentava duas situações bem peculiares na saída de bola: uma era pelo
tiro-de-meta e outra por Otávio.
Para
cobrar o tiro-de-meta, os jogadores do Atlético-PR se posicionavam rapidamente
da maneira acima, pois assim o goleiro teria opções de passes curtos (no caso Vilches
e Kadu) e médios (no caso Matheus Ribeiro e Sidcley) e, assim, evitava com que
a bola fosse lançada à frente para uma disputa aérea.
Milton
Mendes, Otávio era constantemente acionado para que o time chegasse ao campo
ofensivo. Para tal, Hernani avançava e abria espaço para qualquer jogador se
aproximar de Otávio e, dessa maneira, manter a saída através de passes curtos
(no caso Marcos Guilherme e Barrientos).
Após
33 jogos (15 vitórias, cinco empates e 13 derrotas, sendo quatro delas nos
últimos quatro jogos), Milton Mendes foi mandado embora do Atlético-PR. Após
alguns jogos, Cristóvão Borges foi contratado pela diretoria rubro-negra.
Com Cristóvão
Borges, o time mudou em diversas situações táticas, mas apesar de tantas
mudanças, o esquema tático base continuou o mesmo: o 4-2-3-1.
Agora com o novo técnico, o
Atlético-PR, ao perder a bola, se posiciona entre intermediárias; o sistema
defensivo tem passado por mudanças desde a sua estreia; a chegada ao campo
ofensivo, preferencialmente, está sendo pelos lados; e o ataque tem um padrão
ofensivo de posicionamento.
Ao
perder a bola, o Furacão de Cristóvão Borges tem se posicionado entre
intermediárias e atrás dos volantes adversários.
Em
suas primeiras partidas, Cristóvão Borges fez com que o time marcasse através
de encaixes individuais no setor com perseguições médias e curtas. Vide na
imagem acima em que estão todos os jogadores do Atlético-PR: não há um
posicionamento defensivo organizado, pois todos estão já encaixados marcando o
seu.
Aos
poucos, Cristóvão está fazendo com que a equipe passa a marcar por zona e/ou
mista, como é o caso do flagrante anterior.
No
começo da sua passagem pelo Atlético-PR, Cristóvão Borges fazia com que o time só
saísse pelos lados do campo, como no flagrante acima: saída típica realizada
até os anos 2000.
Com
o passar do tempo, tanto Barrientos quanto Otávio, volantes do Furacão, está
conseguindo achar o espaço para que a equipe também chegue ao campo ofensivo
pela faixa central.
E
desde a sua estreia pelo Atlético-PR, Cristóvão Borges apresenta esse padrão de
posicionamento ofensivo: dois jogadores para retorno, dois abertos, três à
frente na faixa central e um atrás destes. Com o passar do tempo, os jogadores
estão conseguindo trocar de posição nesta fase de jogo, mas o posicionamento é
sempre o mesmo.
A Ponte Preta fez uma campanha estável e regular, chegando a brigar no bloco de cima da tabela de classificação em várias ocasiões e terminando entre os 10 primeiros colocados. A Macaca iniciou o Brasileirão sob comando de Guto Ferreira, num 4-3-1-2 com dois atacantes rápidos e móveis na frente, Fernando Bob vindo buscar para fazer a "saída de 3" e sempre dando opção de retorno nos ataques posicionais e Renato Cajá bastante participativo e movimentando-se para a construção de jogo e manutenção da qualidade de circulação da pelota na intermediária ofensiva. Na linha de ataque, o balanceamento ofensivo era bem feito. O atacante do lado da bola abria pra trabalhar jogada com o lateral do setor e o do lado oposto fechava por dentro pra ser opção na área.
Defensivamente, contava com o alinhamento de Renato Cajá com os dois homens mais avançados nos momentos de pressão à saída de bola adversária, mas na fase de defesa organizada, marcava com apenas 7 jogadores tendo participação ativa(linha defensiva+tripé de meio fazendo a "gangorra" em função da movimentação da bola para tentar proteger o setor atacado). Era uma equipe que se caracterizava pelo equilíbrio entre as fases do jogo. Forte transicionalmente com os dois homens de frente realizando ótimas diagonais constantemente e com qualidade de circulação de bola nos momentos possessivos, apesar. Seus ataques posicionais não eram dos melhores, mas tinham seu valor.
Ainda com Guto, a Ponte também usou um 4-2-3-1, que se caracterizava por transições rápidas, compactação curta em bloco baixo defensivamente e Renato Cajá movimentando-se por todo o campo ofensivamente. Abrindo pra formar sociedades triangulares, procurando desmarques posicionais para criar linha de passe próxima ao portador da bola e também procurando a movimentação entrelinhas para receber nas costas dos volantes adversários.
Na frente, Diego Oliveira na referência, procurando deslocamentos curtos pra dar opção de passe vertical, fazendo a parede e abrindo espaços para a ruptura da última linha adversária. Saída limpa pelo chão, com Fernando Bob bastante participativo, vindo buscar com os zagueiros a todo instante, verticalizando bem o jogo e organizando de trás; Time compacto ofensivamente, com intensas movimentações e deslocamentos visando aproximação para aumentar a fluidez e facilitar a progressão; Jogadores "correndo certo" e sabendo o que fazer com e sem a bola.
Com as oscilações(principalmente após a saída de Renato Cajá), Guto Ferreira foi demitido e quem assumiu foi Doriva, que deu continuidade ao 4-2-3-1, procurando manter o equilíbrio entre proposição e reação, porém, tendendo mais para o jogo reativo.
Defensivamente, alternância de bloco médio para baixo, balanceamento defensivo sendo realizado corretamente na maioria das vezes e compactação curta inicialmente, porém, por vezes sendo alongada de acordo com a progressão adversária na intermediária defensiva da equipe de Campinas(o meia-central voltava à frente da linha média, acompanhando um volante adversário quando este aparecia nas proximidades do último terço, enquanto que o centroavante mantinha-se bem mais à frente, sem participar da compactação da equipe atrás da linha da bola). Ofensivamente, time trabalhando com amplitude(os dois laterais por vezes apoiando simultaneamente por seus respectivos corredores, apesar de chegarem por dentro com certa constância) e profundidade(Borges/Diego Oliveira “prendendo” a linha defensiva e movimentando sem bola com deslocamentos curtos na entrelinha adversária e abrindo espaço para um homem da linha de 3 atacar e chegar na referência do ataque). O winger do lado da bola auxiliava o lateral no setor, dando opção no mesoespaço ou saindo em diagonal curta do mesoespaço pro corredor e o do lado oposto afunilava um pouco, afastando-se da beirada para que o lateral aparecesse bem aberto por ali, dando opção de virada longa(ou centralização de bola+virada, já que Fernando Bob aparecia constantemente por dentro dando opção de centralização de jogo nos espaços entre as linhas média e avançada adversárias). O meia-central movimentava bastante entre as duas linhas de quatro adversárias, participando da construção de diversas formas, mas também chegando de trás e aparecendo na área com certa constância para ser opção junto ao centroavante.
Mesmo com a saída de Doriva, que aceitou convite para comandar o São Paulo, a forma de jogar da Ponte foi preservada por Felipe Moreira, então auxiliar técnico do clube, que foi efetivado até o final do campeonato. Jogadores como Elton, Renato Chaves, Cristian e Cleyson cresceram do meio para a reta final do Brasileirão e foram alguns dos destaques da equipe, assim como o fantástico volante Fernando Bob, que se transferiu para o Internacional e Biro-Biro, que foi vendido pelo Fluminense ao futebol chinês.
Entre um 4-3-3 e um 4-2-3-1, o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo começou 2015 sendo uma equipe de ataques nada prolongados, retendo a pelota por pouco tempo e tendo suas investidas cortadas por erros em inúmeros momentos. Quando a bola parava nos pés cariocas e era necessário pensar mais para gerar jogadas, sim, os minutos de posse aumentavam - porém, com algo estéril devido à falta de movimentos e opções de passe para o atleta detentor da redonda. Portanto, sobretudo no fim da "era Luxa", foi possível observar os flamenguistas trocando vários passes laterais até algum lance de imprecisão, ou aproximando-se dos 'bicos' área rival e cruzando contra uma defesa posicionada por pura falta de ideias ofensivas. Marcelo Cirino como '9' móvel, buscando os flancos e abrindo o centro a infiltrações, até foi um esboço disto contra adversários mais fracos.
Na fase defensiva, reinaram os acompanhamentos um tanto prolongados, onde os rubro-negros perseguiam oponentes por muitos metros de gramado. Assim, não foi tão comum ver linhas de marcação fixas, bem desenhadas - as perseguições desmontavam isso. Cristóvão Borges deixou o Fla quando já encontrava seu melhor time, tendo Márcio Araújo por fora e Alan Patrick como volante. Enquanto Alan dava a qualidade de saída e circulação de bola que faltou todo o ano, Márcio partia da direita para buscar o centro, somar algo por aí/puxar um marcador e permitir os avanços do lateral. Antes, contudo, houve um 4-3-3 talhado a contra-ataques que até atingiu os objetivos por certo tempo, mas pecou na construção e deu exemplo disto na derrota para o Corinthians, por 3 a 0.
A fase Oswaldo de Oliveira foi, sem dúvidas, a melhor dos cariocas em 2015. Adepto da saída lavolpiana, Oswaldo implantou o movimento de saída de bola e transformou um conjunto até então predominantemente reativo em algo propositivo, opressor e controlador. A posse ganhou fluidez, argumentos, as vitórias vieram, a equipe venceu cinco seguidas e se meteu no G-4 do Brasileirão. Até o sonho morrer, o nível de concentração cair e tornar o padrão lento e previsível, era assim: Márcio Araújo recuava entre os zagueiros, que abriam e empurravam os laterais à frente; os extremos saíam dos lados ao meio afim de gerar opções de passe verticais; um volante e Alan Patrick, que recuava (4-2-3-1), davam ordem ao ganho de terreno e aos caminhos a seguir. Tudo coordenadamente.
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