Holanda e Costa Rica farão na tarde de sábado o último jogo da fase de quartas de final da Copa do Mundo. Quem ganhar, enfrentará o vencedor do confronto entre Bélgica e Argentina. A equipe holandesa tem mostrado um futebol aquém ao da sua escola, trocando o jogo baseado no controle da posse de bola por um jogo mais vertical, direto, em que os seus velozes atacantes Van Persie e Robben são os seus principais destaques. Já a Costa Rica, que só pelo fato de ser uma das classificadas no grupo da morte mostra que merece ser respeitada, vem confiando na sua forte marcação e no talento de Campbell para assim continuar fazendo história na copa.
Holanda
A Holanda teve o 3-4-1-2 como esquema base. Em sua fase defensiva a equipe tem apresentado a marcação individual, o famoso "cada um pega o seu" com longas perseguições. A equipe marca pressão a partir do meio de campo, e normalmente se utiliza também do recuo dos seus alas para formar uma linha de 5 atrás, com os zagueiros que atuam pelos lados fazendo perseguições individuais mais longas, havendo sempre a cobertura dos laterais. O trio de frente Robben-Van Persie-Sneijder muitas vezes ficou mais livre de obrigações defensivas.
A obrigação desse trio ofensivo foi quase que única e exclusivamente as ações ofensivas, que tem sido normalmente criadas na forma de transições defesa-ataque muito velozes, com a equipe buscando chegar a meta adversária com poucos toques na bola e muitas velocidade. A equipe, quando não conseguia efetuar a transição por baixo, efetuava a mesma com ligação direta dos zagueiros para os atacantes que se aproveitam de sua habilidade e velocidade, buscando o mano a mano na maioria das vezes
Costa Rica
A Costa Rica também teve 3 zagueiros, porém, a equipe atua mais no 3-4-2-1 como esquema base. Em sua fase defensiva essa formação varia para um 5-4-1 com o recuo dos alas à linha dos zagueiros e com os dois meias abrindo pelos lados, deixando o atacante Campbell mais à frente. A equipe realiza marcação pressão desde a sua intermediária ofensiva, dificultando assim a saída de bola da equipe adversária. O estilo de marcação apresentado é a marcação individual por setor, com cada jogador fazendo a perseguição ao adversário somente no seu setor de atuação. O trio de zaga da equipe realizam uma movimentação parecida com a do
trio de zaga holandês, com um dos seus zagueiros, normalmente os que
atuam pelos lados, saindo à caça de um dos atacantes adversários, com a
diferença que essa perseguição é mais curta, somente dentro do setor de
marcação do atleta.
Já ofensivamente a seleção costa-riquenha aposta seu jogo na velocidade, apresentando transição defesa-ataque muito veloz com os seus meias apresentando movimentações parecidas que geram o corredor para os alas: Bryan Ruiz fecha mais para o meio para armar as jogadas e Bolaños se movimenta mais na diagonal, se aproximando mais de Campbell. Já o único atacante da equipe é um atacante de grande inteligência e movimentação. O jogador gosta de flutuar entre as linhas defensivas adversárias, abrindo mais frequentemente para o lado direito, tendo assim participação muito ativa nas ações ofensivas de sua equipe.
O Jogo
A seleção da Holanda, até por apresentar maior qualidade técnica, deverá propor mais o jogo, mantendo mais o controle da posse da bola e tomando a iniciativa das ações ofensivas. A equipe apresenta um importante desfalque que é a ausência de De Jong, cão de guarda da equipe. Com esse desfalque o mais provável é que Blind seja colocado para atuar ao lado de Wijnaldum. Com isso o técnico Van Gaal pode colocar Depay ou Kuyt, com vantagem para o segundo que já mostrou atuar com qualidade em mais de uma posição, podendo assim atuar como uma espécie de ponta-esquerdo quando a equipe estiver em fase ofensiva e fechar a linha de 5 na fase defensiva como um lateral. A equipe necessitará também de um Sneijder mais ligado, melhor tecnicamente para que assim o seu jogo ofensivo possa fluir já que não haverão espaços para a equipe utilizar a sua veloz transição defesa-ataque, necessitando de paciência e qualidade para perfurar as linhas compactas costa-riquenhas.
Provável esquema tático da seleção holandesa: um 4-2-3-1 que deverá propor o jogo e defensivamente pode fechar a última linha defensiva com até 5 jogadores por conta do eventual recuo de Dirk Kuyt pelo lado esquerdo
A Costa Rica também virá com um desfalque: o zagueiro Duarte suspenso dará lugar ao zagueiro Acosta, mantendo assim a estrutura tática da equipe. A seleção costa-riquenha deverá manter a sua proposta de jogo até por conta da qualidade técnica superior da equipe holandesa, o que indica que a velocidade na transição, ponto forte da equipe, será mantido. A equipe necessitará muito da qualidade de seus homens de frente, principalmente de Campbell que é o homem da puxada de contra-ataque, se quiser surpreender mais uma vez na copa e se classificar à semifinal.
Provável formação tática da seleção costa-riquenha: O tradicional 3-4-2-1 que, em fase defensiva, torna-se um 5-4-1 com o recuo dos alas e com os meias abrindo pelos lados
Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)
