terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Fim de semana europeu: Bayern, Lazio, Inter e o grande jogo inglês no nosso compilado

No último final de semana antes do Natal, que se estendeu até a segunda-feira, a Europa voltou a ver uma grande e completa atuação da Lazio, uma derrota da Inter, outra vitória controladora do Bayern de Munique e uma grande partida envolvendo Arsenal e Manchester City. Tudo aqui no resumão.

Sábado (19/12/2015)

Hannover 96-Bayern de Munique (0-1)

'Pep' Guardiola optou por começar num 3-4-3 (5-4-1 ao defender) e manter os detalhes mais usais de tais variações: pontas (Vidal-Müller) por dentro, alas (Coman-Rafinha) gerando largura, zagueiros-laterais (Badstuber-Javi Martínez) prolongando as conduções, um meio-campista preso (Xabi Alonso) para ser opção de passe atrás da bola e um solto (Thiago) para facilitar o circular da redonda e ativar os colegas. Porém, a equipe só passou a criar quando bagunçou isso, invertendo posições, trocando uma pressão alta estática por algo sufocante, elevando velocidade e precisão nos passes para aproveitar os erros rivais - neste período, fim da 1ª parte, houve o gol. A 2ª trouxe de novo o controle lento e marcado pela fuga do desgaste físico, cenário dominante nos primeiros 45', mantendo o Hannover superado até o fim. Vale destacar a percepção de 'Pep' e sua trupe, que viram o vácuo entre os blocos de marcação oponentes e voaram a um 4-2-3-1 com muitos por ali, para explorar isso.

Um ataque do Bayern e consequente momento defensivo do Hannover (Arte: Lucas Martins)
A principal cartada de Guardiola na 2ª parte (Arte: Lucas Martins)
Desde um 4-2-3-1 (4-4-1-1 ao negar espaços), o Hannover até exibiu bons ideias defensivos e pôde competir enquanto o Bayern dosou a degradação de suas pernas. Apesar de ter oscilado em constância, cedendo espaço entre as linhas de marcação e por vezes girando mal para o lado onde se concentrava a jogada adversária, o time de Michael Frontzeck também chegou a criar vantagens numéricas ao redor da pelota, tapar alternativas de passe e dizer "não" a subidas dos de Munique - nada que não caísse quando Guardiola e companhia aumentaram a intensidade das ações. Ofensivamente, os contragolpes foram mortos ao nascer devido às habituais pressões bávaras após as perdas de bola; e todas as tentativas de construir jogo de trás acabavam no pressing inimigo. No 2º tempo, o nível de concentração caiu, a posse virou um sonho distante, os desarmes deixaram de existir e os companheiros de Salif Sané presenciaram outros três pontos na conta do Bayern.

Domingo (20/12/2015)

Inter-Lazio (1-2)

A partir de um 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem a bola) já conhecido, a Inter teve um 1º tempo ofensivamente atolado, onde foi incapaz de quebrar a intensidade física romana mesmo rodando a bola velozmente, colocando vários à frente e movendo-se bastante para oferecer linhas de passe ao detentor da pelota. Porém, o caos esperado não foi criado e Medel-Felipe Melo cansaram de dar passes horizontais, sem possibilidade de avanço. Isso só começou a mudar na 2ª etapa, quando 'Mancio' alterou peças, empurrou a Lazio de vez e vazou Berisha com Icardi. Antes, entretanto, para conseguir espaços, os laterais interistas tiveram liberdade para 'ler' os movimentos dos extremos e compensar isso - quando um estava por fora, o outro vinha por dentro e vice-versa. No fim, com boa parcela de culpa de Melo, os milaneses perderam. Interessante o crescimento desta Inter mais arrojada, que sobe vários homens ao mesmo tempo e tem ganhado argumentos coletivos e particulares para verticalizar. Não deu 100% certo no domingo, mas Mancini constrói o time de trás para frente e melhora.

Detalhes do primeiro gol do cotejo (Arte: Lucas Martins)
Pressing biancoceleste sobre a saída interista (Arte: Lucas Martins)
A Lazio compôs o clássico 4-3-3 (4-1-4-1 sem a posse) de Pioli, mostrando muita crença no planejamento, ajudado pelo gol aos 5'. Este pregava pouca construção de jogo por baixo e desde os zagueiros, liberando lançamentos para Matri e Milinkovic-Savic afim de evitar perdas de bola atrás; tinha os grandes argumentos ofensivos nos desequilíbrios e autossuficiência de Candreva-Felipe Anderson, fora as associações de Konko; ordenava uma brutal e constante sagacidade, apertando qualquer rival que se aproximasse mais da área; alternava entre pressões no campo oponente e recuos para contra-atacar. Ostentando várias exibições individuais sólidas, o plano geral funcionou no 1º tempo, quase possibilitando um placar maior. No 2º, a ampla superioridade durou cerca de 13', mantendo as coisas equilibradas depois e mostrando a capacidade competitiva laziale posteriormente ao empate. O triunfo no final, marcado pelo segundo gol de Candreva, coroou tudo.

Segunda-feira (21/12/2015)

Arsenal-Manchester City (2-1)

O Arsenal foi a campo no seu costumeiro 4-2-3-1 que vira 4-4-1-1 nos instantes defensivos. O plano inicial londrino, que envolvia poucos recuos dos homens mais ofensivos à base das jogadas para tê-los fixando marcadores e assim impedir que estes avançassem para pressionar, deu uma responsabilidade grande demais para Flamini-Ramsey, falhos ao tentar, de forma solitária, fazer o conjunto pisar no campo azul em boas condições. Assim, até os 35' e gol de Walcott, os Gunners trocaram inúmeros passes horizontais ou erraram ao verticalizar e deram contragolpes ao City - não haviam alternativas de avanço, realmente. O 'achado' 1-0, contudo, deu a possibilidade de esquecer a construção demorada, de juntar gente atrás afim de realizar roubos e contra-atacar. Quem tem Özil, Theo e Campbell não desperdiça isso, então desta forma viveu o próspero time de Wenger até o final, só perdendo controle e chances nos últimos 15', pela usual baixa capacidade de desarmar.

Debilidades ofensivas iniciais do Arsenal e o fator Yaya (Arte: Lucas Martins)
Momento de um contra-ataque do Arsenal (Arte: Lucas Martins)
O City deu corpo a seu 4-2-3-1 (4-4-1-1 na fase defensiva) já famigerado e foi melhor nos 35' inaugurais, mantendo-se sem a redonda, dominando um débil Arsenal a partir daí. Neste período, a ordem foi apertar apenas perto da metade de defesa, permitindo um certo ganho de altura para só então pressionar - e, não fosse Özil às costas famosas de Touré, poderia ter dado 100% certo. De qualquer jeito, isso ofereceu ocasiões de gol a uma equipe que, em relação ao que faz semanalmente, acelerou mais os passes a teve ações mais agudas. Sem marcar no grande momento de superioridade, os de Manchester estiveram intranquilos do gol de Walcott até por volta dos 65', sendo imprecisos e agora sofrendo com os contra-ataques, antes favoráveis. Depois disso, foi possível empurrar os londrinos contra Cech e, mesmo não possuindo argumentos verticais o bastante, diminuir a conta no golaço de Yaya. Que até gerou um burburinho, nada que permanecesse até o apito derradeiro.

Por Lucas Martins (@0MartinsLucas)

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