quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O massacre celeste no Mineirão, a ótima atuação gremista e a organização argentina na Terça-Feira de Libertadores

O massacre celeste no Mineirão (Por @diogorm013)


Na tarde/noite no Mineirão, o Cruzeiro teve certa dificuldade para passar pela marcação individual do 3-4-1-2 chileno com sobra. O time mineiro teve posse, domínio e finalizações, apostando no pivô de Marcelo Moreno para reter mais a bola e abrir a chegada em velocidade dos pontas, mas faltou o volume de jogo do campeão brasileiro de 2013.

E para passar por essa marcação individual, o Cruzeiro apostou nas infiltrações em velocidade de seus pontas somados a ótima presença de área de Ricardo Goulart - o melhor em campo na segunda partida do time celeste na Libertadores de 2014 -, que confundiu diversas vezes o encaixe individual chileno.

Foi através de infiltrações e em velocidade que o Cruzeiro se impôs no 4-2-3-1 para marcar três gols no primeiro tempo diante do 3-4-1-2 que marcava individualmente o adversário.

No segundo tempo, o time chileno se repaginou no 3-4-2-1 com Lorenzetti mais a esquerda, e a Universidad de Chile dominou a meia cancha, e assim surgiu o gol chileno, que, mesmo assim não demonstrou ser uma ameaça.

O Cruzeiro naturalmente relaxou com os 3 gols marcados, e, com a entrada de Willian, o camisa 17, Éverton Ribeiro foi para a articulação central, o que não deu certo.

E foi graças ao excelente elenco Cruzeirense que Marcelo Oliveira conseguiu reorganizar o time para dominar o meio de campo num 4-1-4-1. A transição ofensiva ficou mais rápida, e a marcação também, e, quando o time chileno foi para o desespero, Willian aproveitou para fechar o placar.

A vitória cruzeirense, que, mesmo sem o volume de jogo, mostrou velocidade, ataque e marcação em bloco, organização tática, intensidade, decisões rápidas, bola no pé e transição veloz, serviu para o time convencer no Mineirão para garantir a sua primeira vitória, e mostrar que é o melhor brasileiro na América do Sul atualmente.


No 4-1-4-1, o Cruzeiro recuperou o domínio do meio, mostrou a força de seu elenco e fechou o resultado no fim diante do 3-4-2-1 chileno.

A ótima atuação gremista na Arena (Por @Rai_Monteiro)


Enderson Moreira manteve a estrutura tática vitoriosa em Montevidéu para o duelo com o "co-líder", Atlético Nacional na Arena. 4-1-4-1 exatamente igual ao da vitória sobre o Nacional. Os primeiros minutos mostraram um Grêmio lúcido, que procurava centralizar os lances e dominar o jogo. Se não na posse, ao menos em intensidade, já que a saída Colombiana era lenta. 


No flagrante tático, Pará e Wendell espetados, Ramiro e Riveios avançando e se juntando a Zé Roberto e Luan, que saíam das pontas para o centro. (Reprodução: Fox Sports) 
Zé Roberto e Luan, este mais incisivo, trocavam os lados procurando confundir a marcação do Atlético que ora era espaçada e ora era compacta. O ponto alto do time visitante era a movimentação de Cardenas e Cardona, em um assimétrico esquema. Que em alguns momentos parecia 4-4-2 em outros 4-2-3-1. Com Mejia e Bernal mais fixos, Cardenas e Cardona trocado posições e circulando pela centro e esquerda, e do outro lado Berrio ora recuava formando a linha de três, ora se via alinhado aos meias, com o avanço deles. Edinho recuava para fazer a saída de três com Werley e Rhodolfo, liberando Ramiro e Riveros para chegar ao ataque. O apoio de ambos os laterais dos dois times também foram um desafogo ao centro. Em lançamento de um volante para outro como, no gol em Montevidéu, - De Riveiros para Ramiro - Luan apareceu por trás, passou a frente e tocou sobre o goleiro para fazer um a zero. 


Grêmio no 4-1-4-1 que teve intensidade mesmo com menos posse de bola. Já o Atlético foi muito variante, mas pouco objetivo.


Enxergando a incisividade de Rubio a direita, Enderson trouxe Riveros para o lado do campo. Sem desfazer seu tripé de meio campo, mas dando espaço. Aí aconteceu o melhor momento do Nacional no jogo, que teve volume, mas não o concluiu em gol. O lateral Wendell que se estranhava com Cardona, usou o espaço que ele dava, para achar mais espaço as costas de Bocanegra e cruzou para Ramiro aumentar o placar na Arena. Com Trrellez na vaga de Uribe e Diaz na vaga de Berrio o Nacional se soltou, em um 4-2-3-1 mais visível. Com Valência pela esquerda, Cardenas e Cardona revezando o meio e a ponta. Com mais liberdade para Bernal se aproximar do trio. Mas nada que pudesse mudar algo. Ou tornar o time mais presente na área tricolor. 

Ruiz entrou na vaga de Luan, que já aparecia na referência, deixado Barcos pelo lado, e Dudu que entrará na vaga de Zé Roberto recuando para compactar uma linha. Ao próximo de um 4-4-2 em muitos momentos, foi partindo do lado que Barcos perdeu um gol incrível e viu, logo depois, Ruiz partir da direita, fazer fila e bater firme no canto para matar o jogo. No segundo grande teste do Grêmio, nova vitória. O time gaúcho pode até não ter o maior elenco, nem o mais qualificado, mas tem como trunfo um técnico muito inteligente, que com um grupo fechado e centrado no objetivo, pode trazer o tri da América para o Sul.


O segundo tempo mostrou um Grêmio mais preocupado com a marcação, recuando Dudu e abrindo Riveros para fazer duas linhas de quatro. Já o Nacional soltou o time e sofreu na defesa.

A organização tática argentina (Por @CaioGondo e Felipe Bigliazzi)


Após ter classificado diante o Sporting Cristal e ter vencido The Strongest, o Atlético-PR sucumbiu diante o organizado Vélez Sarsfield, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores de 2014. No primeiro tempo deste jogo, o técnico do Furacão, Miguel Ángel Portugal, começou com o seu time organizado no 4-4-1-1. Já Turu Flores, técnico do Vélez Sarsfield, começou no 4-4-2 em linha com alterações para o 4-3-1-2, de acordo com a movimentação de Héctor Canteros.

O treinador espanhol sabia que o Velez assumiria o protagonismo do confronto no seu tradicional 4-3-1-2, que, como dito antes, variou para o 4-4-2 em linhas, e vice-versa.

Atlético-PR no 4-4-1-1 e Vélez no 4-4-2.

Como o mando de jogo era do time argentino, o Vélez Sarsfield ditou o ritmo da partida durante todo o primeiro tempo. A equipe velezana realizou pressão desde a saída de bola do Atlético, realizou marcação individual por setor com grande intensidade, os jogadores realizavam rápida troca de ação de jogo, concretizou muitos passes curtos corretamente (375) e, devido à sua alta intensidade na marcação em todos os setores, o time acertou 83% (20 desarmes feitos) dos desarmes tentados.

Além de contar com estas movimentações de equipe, Héctor Canteros, que foi dúvida até minutos antes da partida, demonstrou o jogador interessante que é. Este jogador fez a recomposição ao lado de Romero, carimbou todas as transições defesa-ataque do Vélez e, quando a bola passava para o campo adversário, Canteros centralizava para auxiliar Zárate e Pratto. Esta centralização acontecia tanto com a posse da bola pelo Vélez, quanto sem a bola, para que assim, o time velezano realizasse a marcação pressão. Ótima leitura de jogo. Com a equipe jogando bem e Héctor Canteros desequilibrando no meio de campo, o Vélez abriu o placar, aos 37 do primeiro tempo.


Já o Atlético-PR, até o fim da primeira etapa, se defendeu de maneira parecida das outras partidas. Assim como nos outros três jogos, o Furacão se defendeu com duas linhas de 4 e haviam dois jogadores que não contribuíam tanto defensivamente. No jogo contra o Vélez, Éderson e Fran Mérida formaram esta dupla. Com o meia espanhol, o Atlético teve um meia central, mas que pouco entrou na área. Éderson sentiu a falta de um companheiro mais próximo, já que nas outras partidas ou foi o atacante Mosquito ou Marcelo.

No intervalo, nenhum dos técnicos realizaram substituições, mas alteraram as posturas em campo. O Vélez passou a se compactar entre a sua área e o meio de campo, diminuiu a sua intensidade de marcação e passou a buscar o contra-ataque fatal durante todo o segundo tempo. As entradas durante do segundo tempo dos velozes Jorge Correa, Ferreira e Caseres demonstraram esta intenção de Turu Flores. Já o Atlético-PR passou a buscar a compactação em campo ofensivo, tentou adiantar as suas linhas, esbarrando em sua limitação na criação de jogadas, aumentou a sua intensidade ofensiva e o time alterou o esquema tático com as entradas de Bruno Mendes e Mosquito. Com estes jovens jogadores nos lugares de Fran Mérida e João Paulo, o Furacão passou a jogar no 4-2-3-1. 

Porém mesmo após as substituições, o atacante Éderson continuou isolado em campo e o Atlético-PR continuou sem oferecer muito perigo à meta de Sosa. Já o Vélez Sarsfield conseguiu o contra-ataque que tanto esperava, aos 33 da segunda etapa. Gol de Lucas Pratto. Depois de 4 minutos após o segundo gol tomado, Adriano entrou pela segunda vez em campo com a camisa do Atlético-PR e, novamente, pouco pôde fazer. Fim de jogo: Vélez 2 x Atlético-PR e a falta de ofensividade rubro-negra 0.

Vitória merecida de um Velez Sarsfield que apresenta os predicados para almejar algo maior nesta edição da Libertadores.