segunda-feira, 24 de março de 2014

A magra vitória rubro-negra que garantiu a classificação para as semi-finais do Pernambucano.


Na Ilha do Retiro, Sport e Porto fizeram um duelo de baixo nível técnico, porém, caracterizado pelo ótimo trabalho defensivo e comprometimento estratégico da jovem equipe caruaruense, que tinha proposta de jogo visivelmente reativa. Com um gol marcado por Neto Baiano, após um pênalti polêmico, o time rubro-negro saiu com a vitória magra por 1 a 0.
O Leão da Ilha usou seu costumeiro 4-2-3-1, porém, com Ewerton Páscoa(que vinha atuando como volante e sendo responsável pelo equilíbrio da meia-cancha, ajudando na transição entre os setores com a bola, preenchendo bem os espaços na intermediária e combatendo com firmeza e proximidade em relação aos adversários na marcação) atuando como zagueiro ao lado de Durval. Por vezes, Páscoa aparecia como elemento surpresa no ataque, chegando de trás por meio de jogadas individuais e progressão em sentido vertical para perto da área do oponente.
O Porto marcava em bloco médio/baixo, mais precisamente da linha de meio-campo para trás, com presença de encaixes individuais. Um dos zagueiros geralmente pegava Felipe Azevedo pela direita, enquanto que outro pegava Neto Baiano ao centro e o outro fazia a sobra. Os alas caruaruenses acompanhavam a passagem de Patric e Renê pelos flancos, o volante Mardley perseguia Aílton individualmente, inclusive quando o mesmo se deslocava para outras áreas do campo e o outro volante podia encostar em Renan Oliveira, principalmente quando este buscava aparecer por dentro(normalmente quando a jogada ocorria no lado direito, em posição oposta ao seu extremo). O time interiorano tentava aproximar seus setores e encurtava espaços com sua marcação bem encaixada, que limitava o Sport, muitas vezes, a trocar passes laterais entre suas linhas de meio e defesa para manter a bola em sua posse/circulação e tentar encontrar espaços para jogar.
O grande problema caruaruense estava na parte de construção de jogadas, transição entre os setores e circulação de bola(pelo chão) com qualidade pelo ataque, quando tinha o domínio da pelota. Tentava chegar com perigo na bola parada, porém, sem sucesso. Os visitantes apostavam na movimentação do meia Thaciano pela intermediária ofensiva e nos contra-ataques rápidos, explorando os erros de saída de bola do Sport ou erros de passe no meio-campo. Nesses casos, visava-se o lançamento para a correria nas costas da defesa rubro-negra.
Ao Sport, faltou movimentação, intensidade e maior constância na troca de posições para gerar espaços. Na direita, Patric buscava tabelas e jogadas geralmente verticais, visando o fundo do campo, ao lado de Felipe Azevedo. Por vezes, Aílton se deslocava do centro da cancha e aparecia na direita para tentar o cruzamento ou formar uma pequena sociedade triangular com Azevedo e Patric. Como Eduardo Baptista destacou em sua entrevista(e como também já foi dito nesse post), Renan Oliveira chegava na diagonal pro meio, em certas situações em que a jogada ocorria pelo lado direito, porém, quando o Sport atacava pelo flanco esquerdo, ele abria na ponta para fazer a dobradinha ou dar opção de passe na passagem do lateral-esquerdo Renê, que em algumas ocasiões, tentava puxar a jogada pra dentro da área.
Apesar do maior volume de jogo e posse de bola dos donos da casa, vale a pena destacar a aplicação tática do Porto, mesmo com as limitações técnicas de seus jogadores, até porque muitos deles passam por um processo de formação como atleta.