sexta-feira, 7 de março de 2014

As alterações de Kleina continuam fazendo a diferença

Não foi a primeira vez e não será a última, na qual uma alteração que Gilson Kleina fez mudar o andamento do jogo para melhor à favor do Palmeiras. Nesta última quinta-feira, as principais mudanças não foram através de uma substituição, mas sim ao mudar o posicionamento de seu time no intervalo da partida e no segundo tempo. 

Contra a Portuguesa, que iniciou o jogo no 4-3-1-2, o Palmeiras de Gilson Kleina começou no 4-2-3-1.

Palmeiras no seu tradicional 4-2-3-1 e Portuguesa no 4-3-1-2.

Por ter maior conhecimento de seu elenco e pelo mesmo estar mais entrosado em campo do que o seu adversário, o time do Palmeiras começou o jogo ocupando por mais tempo o campo ofensivo do que a Portuguesa, o seu.

Com o time compactando entre as duas intermediárias, com maior intensidade de marcação nas suas duas linhas de 4, com a linha defensiva alternando o posicionamento de acordo com a necessidade e marcação individual por setor em todo o campo, o Porco frequentou por mais tempo o campo de defesa portuguesa. No fim da partida, o Palmeiras terminou com 58,50% da posse da bola, com 4 finalizações certas e 15 erradas. 


Flagrante tático das 2 linhas de 4 do Palmeiras


Porém as melhores chances foram do lado da Lusa. A Portuguesa, que iniciava a marcação próxima do meio de campo; os seus três volantes balançavam defensivamente de acordo com o lado da bola; o time marcava por zona o campo inteiro e os seus três jogadores de frente pouco colaboravam defensivamente; ameaçava. Já que estes três jogadores de frente realizavam os velozes contra-ataques lusitanos.


Flagrante da organização defensiva da Portuguesa, com os 3 volantes balançando para a esquerda, e com os 3 jogadores da frente nem sequer aparecendo na imagem.

Rondinelly, Leandro e Henrique pouco, ou quase nada, colaboravam defensivamente. Nem se aproximavam do setor do adversário com a bola, assim como mostra o flagrante, mas estavam atentos para as puxadas de contragolpes.

Vendo que a sua equipe pouco chegava com perigo na meta adversária, Gilson Kleina mudou no intervalo. Para o segundo tempo, o Palmeiras voltou jogando no 4-3-3 invés do 4-2-3-1. A diferença pode ser sutil, mas Kleina foi muito inteligente.

Ao perceber que a Portuguesa se defendia com uma linha de 4 e outra de 3, o técnico do time alviverde avançou ainda mais os seus laterais, descentralizou um pouco Wesley e Mendieta e o time passou a realizar muitas jogadas pelos lados. Já que pelos lados, o Palmeiras tinha sempre 3 jogadores contra 2 da Portuguesa. Veja no exemplo:



No exemplo, o Palmeiras ataca pela direita com Wendell, Mendieta e Patrick Vieira no setor onde está somente Willian Magrão e Bryan da Portuguesa. Com superioridade numérica neste setor, assim como acontecia pela esquerda, o time alviverde conseguiu realizar diversas jogadas pelas laterais do campo. Muitas jogadas como a qual originou a falta do s do gol do Porco, aos 3 minutos do segundo tempo, Observe pelo heatmap de Mendieta, o que antes era o meia central da equipe.
Através deste heatmap, as ações de Mendieta mostram como o meia atuou muito pelo lado direito. Zona de atuação que confirma que o paraguaio não atuou tão centralizado como joga o titular da posição.

Com a desvantagem no placar, a Portuguesa foi mudando paulatinamente o seu modo de jogar. Devido à pressão que o Palmeiras continuava fazendo mesmo com um gol ao seu favor, Argel Fucks, técnico da Lusa, alterou a sua equipe. As entradas dos meias Coutinho e Gabriel Xavier, a Lusa passou a jogar no 4-2-3-1. E assim como a alteração de esquema de Gilson Kleina, a de Fucks também foi pensada.

Uma vez que o Palmeiras passou a se defender com duas linhas de 4 com Eguren entre elas e de que o placar o favorecia, a Portuguesa passou a avançar simultaneamente os dois laterais e deixar no 1x1 quase todos os jogadores do Palmeiras. Devido à necessidade de correr atrás do placar, os jogadores da Lusa empurraram os do Porco para o seu campo defensivo, mantiveram a bola em campo ofensivo, realizaram boas chances de gol e passaram pressionar desde a saída de bola alviverde. Era pressão Lusitana.


As 2 linhas de 4 com Eguren no meio sendo pressionada pelo 4-2-3-1 da Portuguesa após as substituições que Argel Fucks realizou. No meio tempo em que Coutinho e Gabriel Xavier entraram para Lusa, Bruno César entrou no lugar do Vinicius. Porém pouco mudou o rumo da partida.

Com o seu time novamente pedindo alteração, Gilson Kleina a realizou. A entrada de Rodolfo fez o time voltar a atuar no 4-2-3-1 e a reequilibrar as ações do jogo. O Palmeiras passou a não sofrer mais tanta pressão da Portuguesa e conseguiu controlar os ímpetos lusitanos até o fim da partida.


Com as alterações anteriormente citadas, a Portuguesa passou a jogar no 4-2-3-1 e o Palmeiras também. Mesmo com as entradas de França pelo Porco e de Laércio pela Lusa, os 2 times não perderam a estrutura tática do 4-2-3-1.


Por Caio Gondo (@CaioGondo)