quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ancelotti breca o Bayern, mas Real perde muitos gols e o confronto segue aberto

Guardiola e Ancelotti tinham dúvidas antes do confronto que iniciava a briga por uma vaga na final da Champions. Pelo lado Bávaro as dúvidas eram Lahm na lateral direita ou no meio? Usando de sua experiência para um possível duelo com Ronaldo e Mandzukic ou Muller, Falso nove ou uma referência fixa? Pelo lado madridista, Ronaldo teria condições físicas de enfrentar o Bayern? E o desenho, qual seria? 

Guardiola escolheu Lahm, Rafinha e também Mandzukic. Por que queria a bola e com Lahm teria alguém para pensar o jogo, desde a saída de três – quando ele (Lahm) recua até os zagueiros – até que ela chegasse a Mandzukic. Lahm era seu organizador, a base do 4-1-4-1, que ainda tinha Kross e Schweinsteiger jogando, ou tentando, as costas de Modric e Alonso. Além do grande apoio de Alaba que tinha a companhia de Dí Maria na marcação. 

Com Ronaldo, e sem Bale, Ancelotti repetiu a estratégia usada contra o Barcelona. Prendeu Rafinha à direita com Ronaldo e marcou Alaba à esquerda com Di Maria. No miolo do meio, Modric e Alonso fizeram um jogo espetacular. Com a bola, algo que aconteceu pouco, Dí Maria subia e rebuscava a tônica do Madrid em um 4-3-3, sem ela o argentino voltava com o avanço de Alaba no 4-4-2, com Isco alargando o campo à esquerda. 

A construção do gol Madridista; a inusitada marcação de Mandzukic a Dí Maria e o triângulo no meio bávaro. (Reprodução: ESPN Brasil)
O desenho do inicio do jogo, até mesmo pelas características dos times, deve ir até Munique. O Bayern gosta da bola e de trocar passes, foram 376 toques certos na primeira etapa, além dos 77% de posse de bola. Já o Real é dos contra-ataques, precisou de apenas um para obter sua vantagem: Ronaldo recebeu marcado por Rafinha, colocou entre o lateral e Boateng que perdeu na corrida para Coentrão, com Dante próximo o Português viu Benzema, o cruzamento foi perfeito para tirar de Alaba e achar o Francês livre para abrir o placar. 

Os cinco minutos após o gol foram de um Real mais presente no ataque, um Real que teve boas chances na cabeçada de Ronaldo e no chute de Dí Maria e uma ótima chance com o melhor do Mundo, cara a cara, mas que foi sobre o gol de Neuer. O Bayern voltou à frente com posse de bola e cruzamentos em desasia, foram 14 erros em 17 tentativas em um primeiro tempo que quase acabou com o Dí Maria marcando no lance armado por Isco.


Real Madrid no 4-4-2 bem fechado, com Dí Maria e Isco saindo alternadamente e se juntando a Ronaldo. Bayern no 4-1-4-1/4-3-3 que não teve criatividade e ficou nos cruzamentos a área de Casillas. 
Ancelotti avançou o Real no começo do segundo tempo. Pressionou a saída do Bayern até para tomar um pouco o controle do jogo e levou perigo nos buracos de uma defesa pouco inspirada. Na bola de Isco por cima, Ronaldo levou perigo. O Bayern precisou retomar o controle e mais que isso mudar a disposição do time. Com Javi Martinez na vaga de Rafinha, Lahm voltou para a lateral parecendo sentenciar o jogo aéreo.

O time de Guardiola seguia tomando conta da partida com posse bola, ações no campo de ataque, mas pouca objetividade. Já o Real seguia jogando no contra-ataque, com velocidade e passes precisos de Alonso e Modric, Cristiano Ronaldo teve outra boa chance, mas parou em Neuer. 

A quinze minutos do fim, Guardiola tentou dar um choque no time. Com Gotze e Muller nas vagas de Ribery e Schweinsteiger foi pra cima do Real, que perdeu Pepe machucado e substituído por Varane, além de Bale que entrou na vaga de Cristiano. Com o Galês o Real tentou explorar a velocidade nos contra-ataque e o meia-atacante conseguiu dois: Um parou nos pés de Dante quando já encontrava Benzema e o outro na rede pelo lado de fora.

Com Muller e Martinez o Bayern seguiu cruzando bolas na área, foram mais 15 no segundo tempo totalizando 32 cruzamentos, com 68% de posse e duas finalizações certas. Uma dessas foi no lance mais perigoso do Bayern:  O cruzamento de Muller encontrou Gotze, que amaciou de esquerda e bateu de direita para uma defesa espetacular de Casillas.

O Muro de Ancelotti passou por Madri e leva o resultado para Munique. Resultado que poderia ter sido melhor pelas chances perdidas, mas poderia ter sido pior, caso o volume do Bayern se transformasse em gol. Para chegar a Lisboa o Real precisará beirar a perfeição taticamente, como em Madri. Mas o Bayern também precisa jogar mais. 

Com Bale o Real puxou alguns contra-ataques. Com Muller e Martinez o Bayern continuou a jogar bola na área. 

Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)