quinta-feira, 22 de maio de 2014

Bola aérea garantiu o triunfo do Cruzeiro diante do Sport!

Cruzeiro e Sport no 4-2-3-1

Cruzeiro e Sport protagonizaram um interessante e intenso duelo estratégico no Mineirão, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo com a vitória mineira por 2 a 0, a postura do time pernambucano foi surpreendente, buscando pressão, intensidade, mas também com tranqüilidade no toque de bola, sem se amedrontar diante do melhor time do Brasil. A estratégia de Eduardo Baptista teve ótimo funcionamento durante a primeira etapa, porém, explorando uma de suas principais virtudes, a bola aérea ofensiva, a Raposa marcou dois gols no segundo tempo com Marcelo Moreno e Ricardo Goulart, garantindo o triunfo.
O Leão entrou no mesmo 4-2-3-1 do jogo contra o Coritiba, formando duas linhas de quatro defensivamente, intensificando a marcação, compactando suas linhas e buscando o fechamento dos espaços do campo. Nos duelos individuais pelos lados, Patric geralmente vigiava Dagoberto de perto, Augusto acompanhava a passagem do lateral-esquerdo Egídio, Renan Oliveira tentava o cerco em cima do lateral-direito Mayke e Renê ficava atento à Everton Ribeiro, quando o mesmo caía pelo flanco direito do ataque mineiro.
Com a bola nos pés, o Sport buscava valorizar a posse da pelota, circulando-a pelo ataque com paciência e tentando achar espaços para a penetração. Pela direita, Augusto dava qualidade na saída pelo setor e também aparecia por dentro, participando de tabelas e buscando a projeção à frente, de modo a tentar explorar sua característica de velocidade, mobilidade e passada longa. Leonardo se movimentava bastante na intermediária ofensiva e entre os volantes cruzeirenses, com dribles, recuos, trabalho de costas e também fazendo aproximações com os companheiros. Dos volantes, Rithely tentava uma saída mais rápida pro jogo por dentro, buscando também o alcançe à linha dos meias. Na esquerda, Renan Oliveira buscava a jogada na ponta quando a bola estava pelo seu respectivo lado, porém, por vezes, também tentava a incursão na diagonal de fora pra dentro. A postura leonina caracterizava-se pela inteligência para manter a bola em seu domínio, mas também pela agressividade, construindo situações de perigo ao sistema defensivo adversário, principalmente quando seus jogadores se deslocavam e encostavam um no outro para a jogada.
O 4-2-3-1 cruzeirense teve dificuldades para impor seu estilo/forma de jogo no primeiro tempo, pelo ritmo mais acelerado e intenso de seu oponente. No segundo tempo, o Cruzeiro melhorou o trabalho de transição entre seus setores com velocidade, explorando constantemente a passagem do lateral-direito Mayke no corredor direito, chegando bastante ao fundo do campo e sempre aparecendo como opção para o contra-golpe pela direita. Marcelo Moreno apresentava mobilidade, se deslocando bastante do comando de ataque para buscar jogo, fazer o pivô ou se apresentar para a enfiada/esticada de bola, mas também trabalhando com muito perigo pelo alto, com bom impulso, posicionamento inteligente(entre os defensores adversários) e principalmente usando de sua letargia na cabeçada frontal ao gol. Everton Ribeiro, assim como Ricardo Goulart, era bastante acionado para a transição defesa-ataque e partia na diagonal, indo do lado pro meio para armar, acelerar e/ou tentar a finalização, porém, também podendo realizar inversões de posicionamento com Dagoberto. No primeiro tempo, Everton Ribeiro caiu mais pela direita, com Dagoberto na esquerda, porém, no segundo período, ER17 foi para a esquerda e Dagoberto ficava mais aberto pelo lado direito. Defensivamente, o Cruzeiro tem o costume de manter o posicionamento original, com os três meias alinhados e projetados para o contra-ataque. A marcação cruzeirense se caracterizava pela passividade, sem intensificar a pressão na busca pela retomada de bola, porém, sua grande arma era quando tinha a bola nos pés com a defesa do adversário ainda em fase de recomposição, buscando sair em velocidade pro campo de ataque.
A defesa cruzeirense realizou um trabalho excelente nos momentos decisivos, com seus zagueiros mostrando ótimo tempo de bola e poder de recuperação na travada ou no combate direto. Isso, juntamente com os erros do Sport nas fases finais de construção de jogadas(mais precisamente último passe e conclusão) impediu que a equipe leonina balançasse as redes.

*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)