Para
a sexta rodada do Campeonato Brasileiro, Corinthians e Atlético-PR se
confrontaram no Canindé. Como o campo ainda apresentava a marcações do jogo de
futebol americano que houve no sábado (dia 17/05), os jogadores desses times frequentemente
se inspiraram neste esporte. Já que em todas as faltas sofridas pelas equipes,
o cobrador esperava o seu ataque todo avançar para lançar a bola na área
adversária; assim como um quarter back faria no futebol americano e com o seu
sistema ofensivo. Enfim, fora esta semelhança, houve um pouco de futebol
brasileiro em São Paulo. Para tal, o Corinthians iniciou no 4-2-3-1 e o
Atlético-PR no 4-3-1-2:
Furacão
no 4-3-1-2 e Timão no 4-2-3-1.
No
começo do jogo, o Atlético-PR se compactou entre as duas intermediárias e, até
o fim do mesmo, apresentou alta intensidade defensiva. Este último aspecto fez
com que a equipe de Curitiba terminasse com 27 desarmes, 6 à mais do que o time
de São Paulo. Com o Furacão “firme” desde o início, o Corinthians não conseguiu
criar muito ofensivamente. Porém, assim, que o time paulista perdia a bola, a
troca de ação de jogo era rápida e a retomada da mesma era realizada. Deste
modo, percebe-se que, durante quase todo primeiro tempo, o jogo aconteceu no
terço central do campo.
Já
ao comparar o que estas duas equipes realizaram no segundo jogo-teste da Arena
da Baixada na semana passada, somente o Furacão mudou o seu esquema de jogo.
Sete dias atrás, o Atlético-PR atuou no 4-4-2 em linha, já no Canindé, o
4-3-1-2 foi utilizado. Neste esquema, o sistema defensivo do Furacão passou a
jogar com uma linha de quatro, com os três volantes balançando defensivamente e
o meia central sempre à espera para ligar rapidamente o ataque. Já
ofensivamente, os laterais subiam simultaneamente, somente um dos três volantes
subia ao ataque, o meia central balançava ofensivamente e os dois atacantes
ficavam centralizados. Nos flagrantes a seguir, a ilustração dos explicados
anteriores:
No
4-3-1-2, o Atlético-PR passou a se defender com a linha defensiva e o trio de
volantes balançando defensivamente de acordo com a lado da bola. Enquanto que o
sistema rubro-negro se movimentava, o meia central –que no caso da imagem era
Bady- aguardava a retomada da bola à frente dos três volantes (Reprodução:
Sportv).
Já
ofensivamente, o Furacão passou a atacar com os seus dois laterais ao mesmo
tempo (Sueliton e Natanael), somente um dos volantes ia à frente (no caso do
flagrante, Paulinho Dias foi o escolhido), o meia central balançava
ofensivamente de acordo com o lado da bola (movimentação de Marcos Guilherme) e
os dois atacantes ficaram centralizados no ataque (Bayd e Éderson) (Reprodução:
Spotv).
Ainda
em comparação ao que as duas equipes fizeram no segundo jogo-teste da Arena da
Baixada, o Corinthians apresentou a mesma facilidade tática para Renato
Augusto. No amistoso, Mano Menezes alterou para o 4-4-2 em linha para avançar o
meia junto com Luciano no ataque, já no Canindé, Renato Augusto foi o meia
central, mas era Guerrero o responsável para abrir os espaços do sistema
defensivo rubro-negro e para o meia realizar a infiltrações. Com estas
infiltrações, o Timão variava do 4-2-3-1 para o 4-4-2 em linha, em situação
ofensiva.
E
ainda semelhante ao que o Corinthians apresentou nesse amistoso, Mano Menezes
não conseguiu fazer com que Jadson realize com intensidade a recomposição
defensiva e nem o balanço defensivo. No flagrante a seguir, a imagem desta
falta de intensidade de Jadson defensivamente:
Já
no segundo tempo, Jadson não conseguia realizar rapidamente a composição
defensiva e nem o balanço defensivo necessário. Deste modo, o Atlético-PR
atacou frequentemente pelo o seu lado defensivo e, ainda, o meia corintiano foi
substituído por Danilo, aos 35 do segundo tempo (Reprodução: Sportv).
No
intervalo, Mano Menezes colocou Romarinho no lugar de Renato Augusto. Esta
troca fez com que o novo jogador passasse a, invariavelmente, ocupar o lado
esquerdo dos três meias e, assim, auxiliar o sistema defensivo naquele lado.
Além desta tentativa de correção defensiva, Guerrero passou a ser beneficiado,
pois o atacante passou a ter mais liberdade e a criar mais espaço neste setor
do sistema defensivo do Atlético-PR. Tanto que a jogada do pênalti foi por este
setor do campo.
Com
a desvantagem no placar, Leandro Ávila, técnico interino do Furacão, colocou o
meia Nathan e o atacante Douglas Coutinho nos lugares de Paulinho Dias e
Éderson, respectivamente. Com estas alterações, o time passou a jogar no
4-2-2-2. Como o Corinthians passou a aproximar ainda mais as linhas defensivas
e do meio de campo, e não mais se projetar ao ataque com frequência, o
Atlético-PR não sofreu com a principal dificuldade deste esquema tático
pré-histórico: a falta de marcação pelo lado e à frente dos laterais. No
flagrante adiante, a movimentação ofensiva do 4-2-2-2 rubro-negro:
No
4-2-2-2, o Atlético-PR passou a ter amplitude criada através da subida
simultânea dos laterais e profundidade criada pelos dois atacantes (Reprodução:
Sportv).
Aos
38, Ávila colocou Bruno Mendes no lugar de Bady, e um minuto depois, o gol de
Douglas Coutinho saiu. Com o empate, Mano Menezes colocou Luciano no lugar de
Petros, aos 41, mas de nada adiantou. A falta de inspiração ofensiva alvinegra
somada à alta intensidade de marcação rubro-negra não deixaram o 1 x 1 sair do
placar do Canindé.
Fim
de jogo: Atlético-PR no 4-2-2-2 e Corinthians no 4-2-3-1.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)