O Inter estava esfacelado, sem sete titulares. O Coritiba
começou a rodada na vice-lanterna da competição. Ingredientes, entretanto, que
não tiraram o brilho da partida. O Colorado tinha mais qualidade, o Coxa teve
posse de bola e finalizou mais (20 finalizações, contra apenas 6 do adversário),
mas quem roubou a atenção foi a arbitragem, que errou no lance crucial da
partida. Apesar disso, foi justo o empate entre Inter e Coritiba, jogo da 6ª rodada
do Brasileirão.
1º tempo: Coritiba mais agressivo, Inter mais lúcido
O técnico Celso Roth postou o Coritiba sem surpresas, no
habitual 4-4-1-1, dando liberdade para Alex “Cabeção” no setor ofensivo. Chamou
a atenção o movimento de transição defensiva do Coxa: mesmo tendo Alex em uma
linha anterior, era Zé Love quem saia da área e fechava no lado direito para
marcar a saída do Inter com Fabrício (apagadíssimo), praticamente num 4-5-1.
Jogando
em casa, o Coritiba teve tudo para abrir o placar, mas desperdiçou duas chances
de bola parada com Leandro Almeida e uma chance claríssima com Zé Love. Apesar da partida discreta protagonizada por
Alex, o cérebro do time, o Coxa era perigoso quando acaionava Roni pelo lado
esquerdo (este sempre com vitória pessoal sobre Diogo ou Wellington). As
inversões de Norberto e Roni, que trocavam de lado à todo o momento, também
causaram certo perigo ao Inter, assim como a bola parada, quesito no qual a
equipe de Celso Roth apresentou bom rendimento.
Coritiba defendendo e atacando: movimentação intensa de Zé Love p/ preservar Alex
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Já o Inter, embora sendo envolvido pelo adversário em alguns
momentos, é uma equipe que se mostrou superior no aspecto técnico. Apesar de
estar sem Aránguiz e D´Alessandro, o Colorado teve no lateral-direito Diogo uma
excelente válvula de escape. A dupla Diogo-Otavinho funcionou bem no flanco
direito do gramado, e Alex entrava por dentro para ajudar na criação das
jogadas.
O Colorado abusou das jogadas pelo lado direito, mas acionou pouco o
lado esquerdo (isso mudou quando Valdívia entrou no time, no meio da primeira
etapa, em função da lesão de Alan Patrick). Chamou a atenção também a ausência
de jogadas com os dois laterais subindo simultaneamente, algo que era marca
registrada da equipe neste Brasileirão. O Inter tinha como formação-base o
4-1-4-1, mas alternava para um 4-3-3 quando atacava, com o avanço de Otavinho e
Alan Patrick (depois Valdívia), que deixavam de ser extremos para se tornarem
atacantes ao lado de Wellington Paulista.
Inter defendendo e atacando: 4-1-4-1 vira 4-3-3 com avanços de A.Patrick e Otávio
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2º tempo: Massacre do Coritiba, Inter recua
O segundo tempo começou com o técnico do Coritiba colocando
o seu time à frente, através das entradas de Jajá e Keirrison. Abel Braga, que
já havia perdido Alan Patrick, perdeu também a sua referência técnica, Alex,
logo no primeiro minuto da etapa final. Com isso, Jair entrou, mudando o Inter
para um 4-3-2-1. A marcação no seu campo defensivo, entretanto, dava muito
espaço para que o Coxa avançasse. O primeiro combate do Inter só se dava
praticamente na linha do meio de campo, enquanto o time da casa avançava com os
dois laterais simultaneamente.
O Colorado só apostava no contra-ataque pelos
lados, com Otávio e Valdívia, e teve duas chances de matar a partida, mas não o
fez. O Coritiba teve posse de bola e mais volume de jogo (foram 20 finalizações
ao todo), mas só chegou ao seu gol por conta de uma falha da arbitragem: Dida
não tocou em Keirrison, mas o ex-Barcelona se atirou no chão e cavou a
penalidade, convertida por Alex. Com a saída de Roni no meio da segunda etapa,
Jajá passou a ter mais espaço, se deslocando da ponta para a região central do
campo. O Angolano Geraldo entrou com velocidade pelo lado, atuando mais como um
extremo no lado direito, mas caindo também pelo lado esquerdo em muitos
momentos.
Final do jogo: Inter acuado, Coritiba pressionando e desperdiçando chances
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