segunda-feira, 26 de maio de 2014

Rápidos contra-ataques paulistas e erros defensivos do Sport definem a goleada corintiana na Ilha do Retiro!


Sport com pouca criatividade, Corinthians compactando-se e buscando a saída em velocidade

Na Ilha do Retiro, o Corinthians goleou o Sport por 4 a 1. Uma vitória que foi fruto de sua inteligente estratégia contra-golpista e eficiência no aproveitamento das chances que teve na partida, explorando os erros táticos e individuais apresentados pelo sistema defensivo rubro-negro nessa partida. 

O Corinthians foi no 4-2-3-1, que marcava com duas linhas de quatro. A marcação corintiana se caracterizava pela curta distância entre as linhas, ocupação de espaço e busca pelo fechamento dos mesmos nas proximidades do setor/região da bola. Quanto ao posicionamento, o Timão geralmente marcava dentro de sua própria intermediária defensiva, sem exercer muita pressão, porém, fechando bem os espaços do campo e buscando a saída em velocidade no contra-ataque. 

Pelo lado direito de sua defesa, o Corinthians raramente contava com o auxílio de Romarinho ao lateral Fagner nas jogadas rubro-negras pelo seu flanco esquerdo, com Renê buscando a chegada na ponta e o cruzamento direcionado para a grande área e Renan Oliveira preenchendo espaço e tentando ajudá-lo no desenvolvimento por ali. Por vezes, Ralf se deslocava da cabeça-de-área para combater ou ajudar no cerco, naquele setor. Já a esquerda corintiana conseguiu anular a fluidez de jogo do Sport pelo seu lado direito com Patric e Augusto, também pelo fato de Petros ter sido mais participativo em suas tarefas defensivas, dando o primeiro combate no setor e também auxiliando Fábio Santos no acompanhamento às jogadas pela beirada. 

Com a posse de bola, o Timão conseguia ter dinâmica de jogo, com boa movimentação de seus homens de frente. Romarinho buscava constantemente a chegada em diagonal, aparições ao centro, puxava contra-ataques e também se apresentava para a recepção de lançamentos nas costas da defesa leonina. Jadson armava o jogo na intermediária e por vezes tentava aproximações na direita com Romarinho e/ou Fagner, Petros também chegava a aparecer pelo meio e por vezes, Bruno Henrique se projetava ao ataque como opção para a ação ofensiva. Guerrero mostrava mobilidade, se deslocando para buscar jogo na ponta e circular pelos lados nas proximidades da área, levando vantagem na grande maioria dos duelos individuais pra cima do zagueiro Ferron. 

O 4-2-3-1 do Sport apresentava variação para o 4-4-2, quando Leonardo chegava à frente e se alinhava com Neto Baiano, o que ocorria principalmente em jogadas pelo lado, quando ambos se apresentavam como opção na área para o cruzamento. O Sport teve maior controle/posse de bola em boa parte do 1º tempo, porém, não conseguia impor seu estilo de jogo com velocidade, também pela ausência de espaços e apostava muito nos lançamentos na direção de Neto Baiano e nas bolas levantadas na área. Faltava criatividade pelo chão e também movimentação para a abertura de espaços. 

Defensivamente, o Leão da Ilha marcava com encaixes individuais por setor e tinha problemas defensivos por causa da lentidão na transição ataque-defesa e na recomposição, fora a fragilidade do zagueiro Ferron no mano-a-mano e no acompanhamento de jogadas rápidas pelos flancos quando saía na cobertura das costas de Patric. Além disso, o Sport sofria com situações de inferioridade numérica nos contra-ataques corintianos, problemas de posicionamento defensivo de acordo com a situação de jogada e a falha proteção de zaga. 

Abaixo, frames de 3 dos 4 gols corintianos:


Terceiro gol  do Corinthians se originou de uma jogada pelo lado esquerdo do ataque do Timão, onde Patric deixou a lateral-direita para pressionar Fábio Santos(o portador da bola) mais à frente, porém, Fábio lançou Guerrero, que foi no fundo, ganhou de Ferron na individualidade e Ewerton Páscoa se deslocou para o lado da área para dar o combate, porém, o peruano cruzou e Romarinho fez a infiltração na diagonal, entrando totalmente livre de qualquer acompanhamento, já que o lateral do lado oposto(Renê), que fechava por dentro, dormiu no ponto e não acompanhou a chegada de Romarinho no meio da área. 

Guerrero fez o deslocamento para o flanco esquerdo do ataque, nas costas de Patric e avançou. Ferron saiu na cobertura para dar combate e Patric ainda tentou voltar a tempo para fechar a linha de 4 e dobrou o combate em cima do peruano, porém, o centroavante corintiano ficou com a bola e passou para Jadson, que estava projetado mais à frente, fazer o pivô para a finalização de Romarinho da entrada da área, onde pode-se reparar que há um espaço gigante, que não foi ocupado por nenhum marcador rubro-negro. Outro detalhe que se deve observar é que havia um jogador totalmente livre de marcação no lado direito da área, o que é fruto do espaço deixado pelo lateral-esquerdo Renê, que não conseguiu fazer a recomposição defensiva no tempo certo.

Jadson recuou para armar a jogada ao centro, Ferron deixou a linha defensiva e saiu para pressioná-lo. Com sua ótima visão de jogo e qualidade no passe, Jadson encontrou Romarinho, que buscou o facão em diagonal, no espaço entre o lateral-esquerdo Renê e o zagueiro Durval(por quem foi derrubado e na cobrança de falta, Jadson marcou). Percebe-se também que Petros faz o ataque ao espaço vazio pelo meio e esse espaço é justamente o buraco deixado por Ferron em seu deslocamento para pressionar na linha de meio.


*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)