Curitiba
e a Arena da Baixada foram sedes de quatro jogos na Copa do Mundo. Mas em
nenhuma partida, o jogo foi brigado até o fim com tanta emoção. Argélia e
Rússia jogaram as respectivas vidas no torneio mundial. Com o empate de 1 x 1,
a Argélia desbancou a Rússia e se manteve vida na despedida da Arena da Baixada
do mundial. Para este empate, a Argélia e a Rússia jogaram no 4-2-3-1:
Diferentemente
do 4-3-3 que a Argélia jogou contra a Coreia do Sul e a Bélgica, a seleção
argelina jogou no 4-2-3-1 contra a Rússia.
Assim
como a sua adversária, a Rússia modificou o 4-3-3 das duas outras partidas na
Copa do Mundo. Contra a Argélia, os russos jogaram no 4-2-3-1.
As
atitudes de ambas as equipes foram modificadas, aos 5 minutos do primeiro
tempo. Quando o, até então, centroavante Kokorin fez o gol que estava dando a
classificação para os russos. Depois desse precoce gol, a Argélia passou a
tentar a sua classificação através de um gol. Para tal, os africanos passaram a
ficar a posse da bola, mas tentavam chegar ao gol de Akinfeev de qualquer
maneira. Tanto que a Argélia realizou somente 284 passes certos (a Rússia fez
412), 13 lançamentos corretos (sendo que 38 foram errados) e acertou somente
dois cruzamentos, enquanto que errou 11. Além destes erros argelinos, tanto a
Rússia quanto a Argélia apresentaram o mesmo erro tático em posicionamento
defensivo.
Como
as duas seleções estavam atuando no 4-3-3, a movimentação do meia central
adversário era sempre vigiada de perto por um dos volantes do time. Como este
volante centralizava defensivamente, um dos lados do centro do sistema
defensivo passava a não ter um volante. Deste modo, abria-se um espaço para que
qualquer jogador adversário pudesse se movimentar por aquele setor “livre”.
Veja no flagrante, a demonstração do explicado anterior sendo que a Rússia era
quem atacava e a Argélia defendia:
No
flagrante, nota-se o meia central da Rússia, Shatov, se movimentando onde não
havia nenhum volante argelino. Já que Medjani havia centralizado para marcá-lo,
mas Shatov se movimentou sem bola e recebeu ela no espaço vazio do sistema
defensivo argelino. Esta falha defensiva aconteceu nas duas seleções
(Reprodução: Sportv).
No
intervalo, Fábio Capello –técnico da Rússia- colocou o volante Denisov no lugar
de Glushakov. Mas além desta mudança, Capello inverteu os posicionamentos de
Kokorin e Sametov. Estas mudanças não surtiram nenhum efeito positivo. Pelo
contrário. Com o decorrer do segundo tempo e a Rússia recuando cada vez mais, a
falta de um jogador no comando do ataque que segurasse mais a bola, como
Kokorin fez no primeiro tempo, fez com que os russos tomassem ainda mais
pressão da Argélia.
Para
a segunda etapa, os africanos passaram a marcar pressão desde a saída de bola
russa, buscar a compactação em campo ofensivo e as bolas paradas –assim como
foi no primeiro tempo- continuavam a dar muito perigo à meta de Akinfeev. Tanto
que, aos 15 do segundo tempo, o centroavante Slimani fez o gol de empate da
partida. Como o placar não favorecia mais a Rússia, os europeus passaram a ter
uma proposta mais ofensiva em campo.
Entretanto
as entradas de Dzagoev e Kanunnikov não conseguiram ultrapassar o sistema
defensivo argelino posicionado no 4-4-1-1. Para dificultar ainda mais os seus
adversários, a Argélia trocou os seus dois meias de lado: entraram Yebda e
Ghillas para as saídas de Brahimi e Djabou. Com estas substituições, os
africanos passaram a ter ainda mais fôlego pelos lados e a ameaçar ainda mais a
Rússia nos contra-ataques.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)