quinta-feira, 26 de junho de 2014

Argélia 1 x 1 Rússia - Argélia se manteve viva na despedida da Arena da Baixada da Copa do Mundo

Curitiba e a Arena da Baixada foram sedes de quatro jogos na Copa do Mundo. Mas em nenhuma partida, o jogo foi brigado até o fim com tanta emoção. Argélia e Rússia jogaram as respectivas vidas no torneio mundial. Com o empate de 1 x 1, a Argélia desbancou a Rússia e se manteve vida na despedida da Arena da Baixada do mundial. Para este empate, a Argélia e a Rússia jogaram no 4-2-3-1:

Diferentemente do 4-3-3 que a Argélia jogou contra a Coreia do Sul e a Bélgica, a seleção argelina jogou no 4-2-3-1 contra a Rússia.

Assim como a sua adversária, a Rússia modificou o 4-3-3 das duas outras partidas na Copa do Mundo. Contra a Argélia, os russos jogaram no 4-2-3-1.

As atitudes de ambas as equipes foram modificadas, aos 5 minutos do primeiro tempo. Quando o, até então, centroavante Kokorin fez o gol que estava dando a classificação para os russos. Depois desse precoce gol, a Argélia passou a tentar a sua classificação através de um gol. Para tal, os africanos passaram a ficar a posse da bola, mas tentavam chegar ao gol de Akinfeev de qualquer maneira. Tanto que a Argélia realizou somente 284 passes certos (a Rússia fez 412), 13 lançamentos corretos (sendo que 38 foram errados) e acertou somente dois cruzamentos, enquanto que errou 11. Além destes erros argelinos, tanto a Rússia quanto a Argélia apresentaram o mesmo erro tático em posicionamento defensivo.

Como as duas seleções estavam atuando no 4-3-3, a movimentação do meia central adversário era sempre vigiada de perto por um dos volantes do time. Como este volante centralizava defensivamente, um dos lados do centro do sistema defensivo passava a não ter um volante. Deste modo, abria-se um espaço para que qualquer jogador adversário pudesse se movimentar por aquele setor “livre”. Veja no flagrante, a demonstração do explicado anterior sendo que a Rússia era quem atacava e a Argélia defendia:

No flagrante, nota-se o meia central da Rússia, Shatov, se movimentando onde não havia nenhum volante argelino. Já que Medjani havia centralizado para marcá-lo, mas Shatov se movimentou sem bola e recebeu ela no espaço vazio do sistema defensivo argelino. Esta falha defensiva aconteceu nas duas seleções (Reprodução: Sportv).

No intervalo, Fábio Capello –técnico da Rússia- colocou o volante Denisov no lugar de Glushakov. Mas além desta mudança, Capello inverteu os posicionamentos de Kokorin e Sametov. Estas mudanças não surtiram nenhum efeito positivo. Pelo contrário. Com o decorrer do segundo tempo e a Rússia recuando cada vez mais, a falta de um jogador no comando do ataque que segurasse mais a bola, como Kokorin fez no primeiro tempo, fez com que os russos tomassem ainda mais pressão da Argélia.

Para a segunda etapa, os africanos passaram a marcar pressão desde a saída de bola russa, buscar a compactação em campo ofensivo e as bolas paradas –assim como foi no primeiro tempo- continuavam a dar muito perigo à meta de Akinfeev. Tanto que, aos 15 do segundo tempo, o centroavante Slimani fez o gol de empate da partida. Como o placar não favorecia mais a Rússia, os europeus passaram a ter uma proposta mais ofensiva em campo.

Entretanto as entradas de Dzagoev e Kanunnikov não conseguiram ultrapassar o sistema defensivo argelino posicionado no 4-4-1-1. Para dificultar ainda mais os seus adversários, a Argélia trocou os seus dois meias de lado: entraram Yebda e Ghillas para as saídas de Brahimi e Djabou. Com estas substituições, os africanos passaram a ter ainda mais fôlego pelos lados e a ameaçar ainda mais a Rússia nos contra-ataques.


Por Caio Gondo (@CaioGondo)