Irã
e Nigéria realizaram algo parecido com futebol na Arena da Baixada. Mas apesar
do nível técnico baixo, as duas seleções apresentaram aspectos táticos durante
a partida. O Irã jogou no 4-3-3 e a Nigéria no 4-2-3-1.
Irã
no 4-3-3 e Nigéria no 4-2-3-1.
Durante
todo o primeiro tempo, o que se viu foi o Irão postado para contra-atacar e
Nigéria tentando atacar. A seleção asiática compactou a sua equipe entre o meio
de campo e a intermediária defensiva, posicionou no 4-1-4-1 e não cedia espaço
algum para a seleção africana.
Seleção
iraniana posicionada defensivamente: 4-1-4-1 e compactada entre o meio de campo
e a intermediária defensiva.
Além
deste posicionamento e da compactação, os meias dos lados do campo não só
marcavam os laterais adversários, Heydari e Dejagah balançavam defensivamente –assim
como mostra o flagrante- e, assim, não descaracterizando o 4-1-4-1. Agora para
contra-atacar, os lançamentos para o jogador Reza foi constante.
Reza atuou como
centroavante de referência o jogo inteiro, e de acordo com as circunstâncias,
ele realizou muito bem a função. Todas as bolas em campo ofensivo passavam por
ele, e mais: todos as reposições de bola do goleiro foram para este jogador.
Nos tiros de meta isso era ainda mais evidente: o time inteiro balançava para um
dos lados, Reza levantava o braço para mostrar onde ele estava, um dos
atacantes de lado centralizava, o meia mais próximo adiantava e o goleiro fazia
a reposição em cima de Reza. Veja nos flagrantes a seguir, a demonstração do
explicado anterior:
Neste primeiro
flagrante, Reza sai do centro do ataque e se movimenta para a esquerda do seu
time. Com isso, todo o restante da equipe balança para o mesmo lado (na imagem
só está faltando o lateral-direito), um dos atacantes –circulado de amarelo-
centraliza no ataque e o meia mais próximo da jogada- circulado de laranja- se
aproxima de Reza. Com isso, o Irã tentava ganhar a primeira e a segunda bola do
tiro de meta iraniano.
Já
neste flagrante, observa-se Reza elevando os braços para que o seu goleiro mire
no lado em que ele esteja. Já que todo o restante da equipe já havia balançado
para aquele lado.
Como
a Nigéria não apresentava um sistema ofensivo envolvente, o placar da primeira
etapa não saiu do 0 x 0. Já que cada um dos três meias nigerianos –Musa, Azeez
e Moses- apresentou uma falha tática no primeiro tempo. Musa –o meia da
direita- não dava amplitude para o seu ataque, pois enquanto o seu time estava
em campo ofensivo, frequentemente, observa-se este jogador mais próximo do
zagueiro adversário do que da lateral do campo. Azeez –o meia central- atuava
como um meia-atacante, tanto que invariavelmente se observava ele próximo de
Emenike já no início do ataque da Nigéria. Já Moses carregou muito pela
diagonal e, assim, não dando amplitude ao ataque e fazendo com que Oshaniwa não
participasse muito do jogo.
Já
para o segundo tempo, Stephen Keshi –técnico da Nigéria- colocou o atacante
Ameobi e o meia Odemwingie nos lugares de Moses e Azeez. Deste modo,
demonstrando a sua insatisfação técnica e tática com os seus meias. Com as duas
substituições, a seleção africana passou a jogar no 4-4-2 em linha.
Quando
Ameobi, que um típico centroavante alto e forte, entrou, ele e Emenike se
revezavam na referência do ataque. Mas como nenhum dos dois são jogadores de
velocidade e pelo lado do campo, a recomposição naquele setor deixou de existir
pelos atacantes e, ainda, a falta noção na função fez o time pender para o lado
esquerdo do seu campo. Entretanto como Odemwingie entrou para fazer a
composição pelo lado direito defensivamente, o time passou a jogar no 4-4-2 em
linha.
Flagrante
do 4-4-2 em linha que a Nigéria passou a atuar depois das entradas de Ameobi e de
Odemwingie.
Agora Carlos Queiroz –técnico do Irã- colocou os atacantes Jahanbaksh e
Shojaei nos lugares dos seus dois atacantes de beirada: Dejagash e Heydari,
respectivamente. Assim como no primeiro tempo, o sistema ofensivo da Nigéria
não conseguia envolver o sistema defensivo do Irã e, ainda, como a seleção
asiática não conseguia armar um contra-ataque decente –pois as bolas iam sempre
para Reza, mas ninguém se aproximava para desenvolver a jogada- o placar se
manteve em 0 x 0.
Irã
no 4-3-3 e Nigéria no 4-4-2 em linha.
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Por Caio Gondo (@CaioGondo)