terça-feira, 17 de junho de 2014

Irã 0 x 0 Nigéria - No pior jogo tecnicamente até aqui, houve tática

Irã e Nigéria realizaram algo parecido com futebol na Arena da Baixada. Mas apesar do nível técnico baixo, as duas seleções apresentaram aspectos táticos durante a partida. O Irã jogou no 4-3-3 e a Nigéria no 4-2-3-1.

Irã no 4-3-3 e Nigéria no 4-2-3-1.

Durante todo o primeiro tempo, o que se viu foi o Irão postado para contra-atacar e Nigéria tentando atacar. A seleção asiática compactou a sua equipe entre o meio de campo e a intermediária defensiva, posicionou no 4-1-4-1 e não cedia espaço algum para a seleção africana.

Seleção iraniana posicionada defensivamente: 4-1-4-1 e compactada entre o meio de campo e a intermediária defensiva.

Além deste posicionamento e da compactação, os meias dos lados do campo não só marcavam os laterais adversários, Heydari e Dejagah balançavam defensivamente –assim como mostra o flagrante- e, assim, não descaracterizando o 4-1-4-1. Agora para contra-atacar, os lançamentos para o jogador Reza foi constante.

     Reza atuou como centroavante de referência o jogo inteiro, e de acordo com as circunstâncias, ele realizou muito bem a função. Todas as bolas em campo ofensivo passavam por ele, e mais: todos as reposições de bola do goleiro foram para este jogador. Nos tiros de meta isso era ainda mais evidente: o time inteiro balançava para um dos lados, Reza levantava o braço para mostrar onde ele estava, um dos atacantes de lado centralizava, o meia mais próximo adiantava e o goleiro fazia a reposição em cima de Reza. Veja nos flagrantes a seguir, a demonstração do explicado anterior:

Neste primeiro flagrante, Reza sai do centro do ataque e se movimenta para a esquerda do seu time. Com isso, todo o restante da equipe balança para o mesmo lado (na imagem só está faltando o lateral-direito), um dos atacantes –circulado de amarelo- centraliza no ataque e o meia mais próximo da jogada- circulado de laranja- se aproxima de Reza. Com isso, o Irã tentava ganhar a primeira e a segunda bola do tiro de meta iraniano.

Já neste flagrante, observa-se Reza elevando os braços para que o seu goleiro mire no lado em que ele esteja. Já que todo o restante da equipe já havia balançado para aquele lado.

Como a Nigéria não apresentava um sistema ofensivo envolvente, o placar da primeira etapa não saiu do 0 x 0. Já que cada um dos três meias nigerianos –Musa, Azeez e Moses- apresentou uma falha tática no primeiro tempo. Musa –o meia da direita- não dava amplitude para o seu ataque, pois enquanto o seu time estava em campo ofensivo, frequentemente, observa-se este jogador mais próximo do zagueiro adversário do que da lateral do campo. Azeez –o meia central- atuava como um meia-atacante, tanto que invariavelmente se observava ele próximo de Emenike já no início do ataque da Nigéria. Já Moses carregou muito pela diagonal e, assim, não dando amplitude ao ataque e fazendo com que Oshaniwa não participasse muito do jogo.

Já para o segundo tempo, Stephen Keshi –técnico da Nigéria- colocou o atacante Ameobi e o meia Odemwingie nos lugares de Moses e Azeez. Deste modo, demonstrando a sua insatisfação técnica e tática com os seus meias. Com as duas substituições, a seleção africana passou a jogar no 4-4-2 em linha.

Quando Ameobi, que um típico centroavante alto e forte, entrou, ele e Emenike se revezavam na referência do ataque. Mas como nenhum dos dois são jogadores de velocidade e pelo lado do campo, a recomposição naquele setor deixou de existir pelos atacantes e, ainda, a falta noção na função fez o time pender para o lado esquerdo do seu campo. Entretanto como Odemwingie entrou para fazer a composição pelo lado direito defensivamente, o time passou a jogar no 4-4-2 em linha.

Flagrante do 4-4-2 em linha que a Nigéria passou a atuar depois das entradas de Ameobi e de Odemwingie.

Agora Carlos Queiroz –técnico do Irã- colocou os atacantes Jahanbaksh e Shojaei nos lugares dos seus dois atacantes de beirada: Dejagash e Heydari, respectivamente. Assim como no primeiro tempo, o sistema ofensivo da Nigéria não conseguia envolver o sistema defensivo do Irã e, ainda, como a seleção asiática não conseguia armar um contra-ataque decente –pois as bolas iam sempre para Reza, mas ninguém se aproximava para desenvolver a jogada- o placar se manteve em 0 x 0.

Irã no 4-3-3 e Nigéria no 4-4-2 em linha.



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Por Caio Gondo (@CaioGondo)