quinta-feira, 24 de julho de 2014

Atlético Mineiro 4 x 3 Lanús - Galo Campeão da Recopa

O Galo é campeão da Recopa em um jogo épico. Um dos melhores do ano. O Lanús foi guerreiro, deixando outra vez uma ótima imagem.

O Primeiro tempo foi nervoso, pegado, com cara de Libertadores. O gol de Diego Tardelli  aos 7 minutos, em cobrança de pênalti, parecia encaminhar um enredo diferente. Eis que, logo na sequência, o Lanús encontraria o empate em uma clamorosa desatenção do lado esquerdo da defesa do galo; Diego Gonzalez foi ao fundo para servir o paraguaio Victor Ayala, que se redimia do pênalti cometido através de um belo gol.

Guillermo Barros Schelloto postou o Lanús no 4-4-2 em linha, deixando o seu habitual 4-3-3 para rechear o meio de campo e evitar o protagonismo atleticano. A ideia deu resultado. O conjunto granate esfriava o jogo à sua maneira, bem compactado com Diego Gonzalez e Victor Ayala evitando as subida de Emerson Conceição e Marcos Rocha. Ronaldinho Gaucho era vigiado individualmente por Leandro Somoza, ao passo que Jorge Ortiz fechava a segunda linha batendo contra a marcação de Pierre.
 
Aos poucos, na base da falta, o Lanús encaminhava o jogo à seu gosto, com Lautaro Acosta infernizando a defesa atleticana. Em falta sofrida pelo intrépido avante, o Granate virou o jogo com gol de puro oportunismo de Santiago Silva. Finalmente o Galo foi para o jogo. Postado por Levir Culpi no imutável 4-2-3-1, o Atlético carecia de seus homens de frente. Foi graças as subidas dos laterais, que passaram a primeira metade do primeiro tempo presa a linha defensiva, que o galo encontrou sua melhor versão. A rotação do tridente de armadores também começou a funcionar. No gol de empate, Maicosuel saiu da esquerda para o centro para conectar o cruzamento de Marcos Rocha como um autêntico centroavante. Apesar do primeiro tempo irregular, o Atlético Mineiro partia para o intervalo com o título no bolso graças a vantagem do primeiro jogo.
 
No segundo tempo, o Lanús assumiu o traje de protagonismo. Com as linhas adiantadas e bom toque de bola, o conjunto argentino encurralou o Atlético. O galo apostava no contra ataque. Em um deles, Ronaldinho, de noite apagadíssima, perdeu um gol cara a cara, após passe de Tardelli. O Lanús pressionava, com Lautaro Acosta dando um calor tremendo na zaga mineira. Victor evitou o empate em duas oportunidades. O sufoco era grande. Levir Culpi tirou Ronaldinho, colocando Luan na ponta direita e posicionando Tardelli na região central da linha de armadores. Schelloto apenas nos últimos minutos resolveu voltar ao 4-3-3 já tradicional, com o ingresso do ponteiro Melano no lugar do lateral Carlos Araújo. O polivalente Victor Ayala era deslocado para lateral direita. O Lanús seguia melhor, com domínio territorial e de possessão. O Galo perdeu inúmeros contra-ataques, dando sopa para o azar. Eis que, aos 48 minutos, o guerreiro Lanús encontrou o gol da vitória e o empate no confronto. Santiago Silva, impedido, finalizou após cruzamento da esquerda;  Lautaro Acosta, o melhor homem em campo, fez o gol da vitória, forçando a prorrogação.
 
Na prorrogação a sorte acompanhou o Atlético Mineiro. O Lanús extenuado pelo esforço durante o segundo tempo, perdeu intensidade. Nem mesmo a entrada dos jovens, Melano e Junior Benitez, deram um novo gás ao time do sul de Buenos Aires. O galo se aproveitou, e numa jogada pela esquerda com Luan às costas do improvisado Ayala, cruzou para o gol contra do zagueiro paraguaio Gustavo Gómez. No final, outro gol contra selou a virada e o título do galo. Victor Ayala, agora improvisado como zagueiro recuou bisonhamente, enganando Marchesin e definindo o 4 a 3 em favor do clube mineiro. Ainda deu tempo do ótimo Lautaro Acosta perder a cabeça, insultar o árbitro e ver o cartão vermelho. Galo Campeão!
 
*Por Felipe Bigliazzi Dominguez(@FelipeBigliazzi)