Flamengo
e Atlético-PR se duelaram ontem (20), em Macaé, porém esta partida “começou”
logo após a nona rodada do Campeonato Brasileiro. Os dois clubes optaram por
diferentes situações em seus comandados técnicos. No time carioca, Ney Franco
foi mantido no cargo mesmo após fazendo com que a sua equipe não estivesse
jogando bem. Já no time paranaense, Doriva foi contratado pelo Furacão mesmo
com uma melhora considerável com o comando do interino Leandro Ávila. Além
destas diferentes posturas, pela partida de ontem, a diferença no trabalho na
intertemporada dos dois foi enorme. O Atlético-PR dominou a partida do início
ao fim. Tanto que o único gol da equipe carioca foi de bola parada. Para que
este domínio do Furacão acontecesse, Doriva começou a sua equipe no 4-2-3-1 e
Ney Franco no 3-1-4-2:
Atlético-PR
no 4-2-3-1 e Flamengo no 3-1-4-2.
O
Flamengo iniciou no 3-1-4-2 para dar liberdade defensiva para André Santos. Uma
vez que este jogador não tem conseguido defender bem, Ney Franco colocou
Paulinho para acompanhar o lateral-direito adversário o tempo todo. Ao mesmo
tempo em que isso acontecia, o técnico do Urubu fez com que Léo Moura e os três
zagueiros balançassem para o lado da bola, e formassem uma linha de 4 atrás de
Paulinho. Tudo isso só para dar liberdade defensiva a André Santos.
Já
com a posse da bola, o Flamengo tentava sair jogando desde o seu campo
defensivo. Já que nesta situação, o Atlético-PR dava campo para a equipe
adversária. O flagrante adiante mostra a quantidade de campo que o time carioca
tinha para sair jogando desde o seu campo defensivo:
No
flagrante, observa-se a quantidade de campo oferecido pelo Atlético-PR para que
o Flamengo saísse jogando. A armadilha do Furacão estava armada (Reprodução: PFC/
Sportv).
Com os
dez jogadores do Atlético-PR compactando entre as intermediárias do campo, a
intenção paranaense estava armada: atrair o Flamengo com a posse da bola para
longe da sua área, realizar a pressão em conjunto no adversário com a bola no
meio do campo, compactar todos da equipe bem próximos e realizar velozes
transições defesa-ataque. E foi isso o tempo todo. Veja na próxima imagem, o
Furacão realizando vários dos aspectos anteriormente citados:
Na
imagem anterior, no meio do campo, nota-se três jogadores do Atlético-PR
pressionando dois do Flamengo e as linhas do time paranaense bem próximas uma
das outras (Reprodução: Sportv).
Já
nesta imagem e com a ativação da marcação do Furacão também no meio do campo, há
três jogadores do Atlético-PR contra dois do Flamengo. Ainda na mesma imagem,
percebe-se Marcos Guilherme, que ao aproximar do adversário com a bola,
conseguiu fechar a linha de passe de Wallace para Léo Moura (Reprodução:
Sportv).
Para
que a marcação conjunta possa acontecer e que as velozes transições defesa-ataque
também gerem fortes desconfortos ao adversário, Doriva organizou o time em
curta compactação e bem próximos um dos outros. Deste modo, a marcação conjunta
acontecia frequentemente. No flagrante adiante, veja os 10 jogadores do Furacão
compactados e próximos um dos outros:
Na
imagem, dois dos três meias estavam aproximando do adversário com a bola,
Otávio estava “largando” o seu adversário mais próximo para aumentar ainda mais
a superioridade numérica no setor da bola e, ainda, Éderson estava atento e
próximo da jogada. Com o centroavante próximo, o contra-ataque se tornou ainda
mais fácil para ser realizado (Reprodução: Sportv).
Devido
ao domínio paranaense, o primeiro gol do Furacão foi através de uma roubada de
bola em conjunto no terço central do campo. Gol de Douglas Coutinho. Enquanto
isso, o Flamengo só conseguia chegar à meta adversária através de bolas
paradas. E assim foi o seu gol, aos 34 do primeiro tempo. Samir subiu mais que
o sistema defensivo atleticano que marcava individualmente e fez o gol de honra
dos cariocas. Mas mesmo com o placar novamente empatado, o Atlético-PR não
mudou a sua postura em campo e se manteve organizado.
Aos 13 do segundo
tempo, Marcelo entrou no lugar de Bady. Aos 15, Cleberson fez o segundo gol do
Furacão, através da retomada de bola depois de um escanteio do Atlético-PR.
Agora com novamente a vantagem no placar, Doriva fez com que a intensidade de
seus jogadores diminuísse, mas a busca pelo contra-ataque que resolvesse a
partida era evidente. Ao colocar o volante João Paulo no lugar de Éderson, o
time paranaense passou a jogar no 4-3-3, mas com três velocistas compondo o
ataque.
Atlético-PR
no 4-3-3 e se defendendo no 4-1-4-1. Com Douglas Coutinho, Marcos Guilherme e
Marcelo formando o trio ofensivo, a busca do contra-ataque fatal ainda
continuava.
Já
Ney Franco, aos 25 e 30 da segunda etapa, colocou Nixon e Luiz Antônio nos
lugares de Samir e Elano. Com estas substituições, o Flamengo passou a jogar no
4-2-3-1 e partiu para o “abafa”. Mas como o sistema defensivo atleticano estava
bem postado, compactado e preparado para mais contra-ataques, o time carioca
não conseguiu fazer outro gol de empate.
Fim de jogo:
Atlético-PR no 4-3-3 e Flamengo no 4-2-3-1.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)