quinta-feira, 17 de julho de 2014

Diferença do trabalho na intertemporada

Flamengo e Atlético-PR se duelaram ontem (20), em Macaé, porém esta partida “começou” logo após a nona rodada do Campeonato Brasileiro. Os dois clubes optaram por diferentes situações em seus comandados técnicos. No time carioca, Ney Franco foi mantido no cargo mesmo após fazendo com que a sua equipe não estivesse jogando bem. Já no time paranaense, Doriva foi contratado pelo Furacão mesmo com uma melhora considerável com o comando do interino Leandro Ávila. Além destas diferentes posturas, pela partida de ontem, a diferença no trabalho na intertemporada dos dois foi enorme. O Atlético-PR dominou a partida do início ao fim. Tanto que o único gol da equipe carioca foi de bola parada. Para que este domínio do Furacão acontecesse, Doriva começou a sua equipe no 4-2-3-1 e Ney Franco no 3-1-4-2:

Atlético-PR no 4-2-3-1 e Flamengo no 3-1-4-2.

O Flamengo iniciou no 3-1-4-2 para dar liberdade defensiva para André Santos. Uma vez que este jogador não tem conseguido defender bem, Ney Franco colocou Paulinho para acompanhar o lateral-direito adversário o tempo todo. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, o técnico do Urubu fez com que Léo Moura e os três zagueiros balançassem para o lado da bola, e formassem uma linha de 4 atrás de Paulinho. Tudo isso só para dar liberdade defensiva a André Santos.

Já com a posse da bola, o Flamengo tentava sair jogando desde o seu campo defensivo. Já que nesta situação, o Atlético-PR dava campo para a equipe adversária. O flagrante adiante mostra a quantidade de campo que o time carioca tinha para sair jogando desde o seu campo defensivo:

No flagrante, observa-se a quantidade de campo oferecido pelo Atlético-PR para que o Flamengo saísse jogando. A armadilha do Furacão estava armada (Reprodução: PFC/ Sportv).

Com os dez jogadores do Atlético-PR compactando entre as intermediárias do campo, a intenção paranaense estava armada: atrair o Flamengo com a posse da bola para longe da sua área, realizar a pressão em conjunto no adversário com a bola no meio do campo, compactar todos da equipe bem próximos e realizar velozes transições defesa-ataque. E foi isso o tempo todo. Veja na próxima imagem, o Furacão realizando vários dos aspectos anteriormente citados:

Na imagem anterior, no meio do campo, nota-se três jogadores do Atlético-PR pressionando dois do Flamengo e as linhas do time paranaense bem próximas uma das outras (Reprodução: Sportv).

Já nesta imagem e com a ativação da marcação do Furacão também no meio do campo, há três jogadores do Atlético-PR contra dois do Flamengo. Ainda na mesma imagem, percebe-se Marcos Guilherme, que ao aproximar do adversário com a bola, conseguiu fechar a linha de passe de Wallace para Léo Moura (Reprodução: Sportv).

Para que a marcação conjunta possa acontecer e que as velozes transições defesa-ataque também gerem fortes desconfortos ao adversário, Doriva organizou o time em curta compactação e bem próximos um dos outros. Deste modo, a marcação conjunta acontecia frequentemente. No flagrante adiante, veja os 10 jogadores do Furacão compactados e próximos um dos outros:

Na imagem, dois dos três meias estavam aproximando do adversário com a bola, Otávio estava “largando” o seu adversário mais próximo para aumentar ainda mais a superioridade numérica no setor da bola e, ainda, Éderson estava atento e próximo da jogada. Com o centroavante próximo, o contra-ataque se tornou ainda mais fácil para ser realizado (Reprodução: Sportv).

Devido ao domínio paranaense, o primeiro gol do Furacão foi através de uma roubada de bola em conjunto no terço central do campo. Gol de Douglas Coutinho. Enquanto isso, o Flamengo só conseguia chegar à meta adversária através de bolas paradas. E assim foi o seu gol, aos 34 do primeiro tempo. Samir subiu mais que o sistema defensivo atleticano que marcava individualmente e fez o gol de honra dos cariocas. Mas mesmo com o placar novamente empatado, o Atlético-PR não mudou a sua postura em campo e se manteve organizado.

         Aos 13 do segundo tempo, Marcelo entrou no lugar de Bady. Aos 15, Cleberson fez o segundo gol do Furacão, através da retomada de bola depois de um escanteio do Atlético-PR. Agora com novamente a vantagem no placar, Doriva fez com que a intensidade de seus jogadores diminuísse, mas a busca pelo contra-ataque que resolvesse a partida era evidente. Ao colocar o volante João Paulo no lugar de Éderson, o time paranaense passou a jogar no 4-3-3, mas com três velocistas compondo o ataque.

Atlético-PR no 4-3-3 e se defendendo no 4-1-4-1. Com Douglas Coutinho, Marcos Guilherme e Marcelo formando o trio ofensivo, a busca do contra-ataque fatal ainda continuava.

Já Ney Franco, aos 25 e 30 da segunda etapa, colocou Nixon e Luiz Antônio nos lugares de Samir e Elano. Com estas substituições, o Flamengo passou a jogar no 4-2-3-1 e partiu para o “abafa”. Mas como o sistema defensivo atleticano estava bem postado, compactado e preparado para mais contra-ataques, o time carioca não conseguiu fazer outro gol de empate. 

Fim de jogo: Atlético-PR no 4-3-3 e Flamengo no 4-2-3-1.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)