quinta-feira, 17 de julho de 2014

O São Paulo de Muricy apresentou evolução de seu modelo de jogo durante a inter-temporada, e se impõe na Fonte Nova para vencer




A proposta do São Paulo é ofensiva. É uma proposta de controlar o jogo, que deu certo na Fonte Nova, com vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, com grande atuação coletiva, essa vitória serve como um rascunho de um modelo de jogo que pode e deve ser aperfeiçoado.

O 4-2-3-1 do São Paulo procurava ocupar os espaços no campo de ataque, com volume de jogo, com a bola no chão, com muita posse e compactação, e paciência para tocá-la - principalmente no lado direito com Douglas e Ademílson, muito bem no jogo - a procura do espaço para marcar o gol, como na jogada bem trabalhada que resultou no primeiro gol de Alan Kardec pelo Tricolor Paulista, após a penalidade convertida por Rogério Ceni.

Bahia, no 4-1-4-1, marcava geralmente em bloco médio-baixo, com uma proposta de buscar o gol através de uma transição rápida no contragolpe, o que não ocorreu. Pois havia muita distância entre suas linhas, e, com, isso, o São Paulo teve mais espaço para ocupar o campo do Bahia.

A participação ativa dos volantes na fase ofensiva foi importante para que a saída e o passe saísse qualificado, principalmente quando Souza recuava entre os zagueiros para fazer a "saída de 3" na fase de construção de jogo.

Além disso, quando o São Paulo perdia a bola, os jogadores paulistas mais próximos do jogador adversário que portava a bola pressionavam ele para recuperá-la, geralmente cercavam o portador da bola com 2 a 3 jogadores, para retomá-la rapidamente e forçar o erro do adversário, pois, sob pressão, não há espaço e tempo para tomar decisões rápidas, o que é muito necessário para um jogador de futebol. 

Defensivamente, o São Paulo muitas vezes apresentou uma alternância de blocos de marcação, ora em bloco médio, até a linha da intermediária, ou em bloco mais alto, com marcação avançada.

Kardec executava muito bem o papel de centroavante, como um pivô nato, ele se movimentava e fazia a retenção de bola, tocava, e aparecia na área para assustar Douglas, muitas vezes com posicionamento inteligente para levar perigo.

Jogadores próximos, pressão e movimentação. Essas foram as armas do Tricolor Paulista da proposta de futebol bonito e moderno do São Paulo para ganhar, que, no segundo tempo, relaxou, deu espaço para um Bahia ameaçar com velocidade pelos lados.

A proposta tem que se manter até o fim do jogo, tanto que Muricy pedia para os jogadores ocuparem o campo de ataque, voltarem a pressionar e ter a bola no campo de ataque. 

Manter o padrão de jogo é preciso, aperfeiçoá-lo, melhor ainda.


Por Diogo R. Martins (@diogorm013)