Certamente, a nossa seleção enfrentará um adversário de ótimo nível. Os comandados de Jose Pekerman vêm fazendo uma excelente campanha na Copa, com um futebol barroco, com intensa movimentação, muitas aproximações entre os jogadores e velocidade nos contra-ataques.
Dentre os esquemas utilizados, temos o 4-2-3-1, com Ibarbo e Cuadrado pelos lados e James Rodríguez centralizado na linha de 3 e o primeiro citado procurando bastante a chegada na diagonal, afunilando para gerar o espaço para a passagem do lateral-esquerdo Armero e fechando na área junto com Teófilo Gutiérrez como opção para o cruzamento, quando a bola cai pelo flanco direito; E o 4-4-2 em linhas, com Cuadrado e James Rodríguez nas extremas, invertendo bastante de posicionamento e Teófilo Gutiérrez fazendo companhia a Jackson Martínez, centroavante de bons recursos técnicos, boa proteção de costas no pivô, mobilidade, saindo da área e carregando o zagueiro, e também abrindo pra buscar jogo na ponta, além da excelente qualidade nas finalizações.
Cuadrado dá a opção de chegada na linha de fundo pelo lado da área, busca o drible em diagonal, a arrancada nos contra-ataques, ultrapassa, dobra com o lateral colombiano do setor pra cima do lateral adversário(2x1), quase sempre conquista a vitória pessoal contra a marcação e pode atuar aberto pela direita ou pela esquerda quando os "cafeteros" jogam com dois pontas de "pé trocado". James Rodríguez circula por todo o setor ofensivo, recua para buscar a bola com os volantes na saída de bola e/ou armar o jogo de trás com o lançamento pro ataque, puxa tabelas, faz 1-2, toca de primeira, aproxima para criar superioridade numérica em determinado setor, corta pra dentro partindo do lado esquerdo e infiltra no centro da área para a conclusão de cruzamentos rasteiros quando cai pelo lado do campo. James é um jogador bastante técnico, com muita qualidade no passe, domínio e muita visão de jogo. É necessário reduzir ao máximo o espaço do camisa 10 colombiano para sua ação ou tomada de decisão e acompanhá-lo sempre de perto. Aguilar inicia boa parte das jogadas em campo ofensivo, acionar o meia/winger e também é perigoso na bola aérea ofensiva quando aparece para tentar a escorada no primeiro pau. Os dois laterais colombianos apresentam características ofensivas. Armero tem boa chegada no fundo e dá a opção de alargar o campo, mergulhando no corredor e Zuñiga muitas vezes forma uma forte dobradinha com Cuadrado na direita, além de também buscar o apoio por dentro.
A Colômbia busca sempre os deslocamentos dos jogadores para as aproximações, tabelas, trocas de passes e triangulações, chega com boa quantidade de jogadores na grande área e ataca com maior volume pelos flancos. Tem melhor rendimento quando o adversário lhe dá espaços para jogar e também deixa brechas na defesa para o contra-golpe, já que os colombianos costumam chegar com rapidez e boa aceleração na transição defesa-ataque. Quando precisa propor jogo diante de um adversário bem compactado na intermediária e que lhe nega espaços para a progressão, acaba tendo dificuldades para encaixar o passe entre as linhas pelo chão, procurando o passe longo ou o lançamento na direção do winger ou do atacante mais à frente.
Defensivamente, os "cafeteros" marcam com duas linhas de quatro, com 8 jogadores participando mais ativamente da ação defensiva, marcando dentro dentro da própria intermediária e com encaixes mais curtos, contando com acompanhamentos/perseguições no setor e suas proximidades, evitando perseguições mais longas. Sánchez afunda na linha defensiva e também cobre o espaço na zaga quando um deles sai para caçar o atacante adversário, quando este recua para flutuar ou buscar jogo mais ao centro. Laterais não têm muita combatividade e zagueiros são aparentemente lentos para o mano-a-mano. Logo, deve-se dar total liberdade para a movimentação de Neymar no entre-linhas, nos espaços entre os volantes e zagueiros, já que o nosso craque sempre tende a ganhar no duelo 1x1 contra os zagueiros adversários na proximidade da grande área. Basicamente, pode-se dizer que os colombianos gostam de atacar, mas também deixam o adversário jogar, cedem metros da intermediária e têm alguns problemas de compactação defensiva. Em escanteios defensivos, sua forma de marcação se caracteriza pela presença de confrontos individuais na área e três jogadores marcando por zona, com dois deles normalmente atentos à primeira trave.
*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)
