É
amigos, a Copa no Brasil acabou. Para que os leitores da Prancheta Tática
fiquem por dentro do que os seus poderá fazer taticamente nesse segundo
semestre, alguns times terão suas prévias apresentadas no Portal. O primeiro
deles será o Atlético Paranaense.
Para
o segundo semestre, o Furacão contará com retornos de Derley, Dellatorre e
Marcão como reforços para o elenco. Porém nenhuma delas anima tanto o torcedor
rubro-negro quanto à contratação do técnico Doriva. Este técnico chega ao
Atlético-PR após conquistar o Campeonato Paulista de 2014 com o modesto Ituano
e somente após um ano de trabalho na categoria profissional do clube. Ou seja,
um resultado muito grande para um clube do interior em pouco tempo de trabalho
do Doriva.
O
Ituano campeão de 2014 foi um time de aspectos táticos modernos. Pois a equipe
se defendia compactada e com as suas linhas próximas, buscava a superioridade
numérica defensiva no setor, realizava troca rápida de ação de jogo, realizava
rapidamente e inteligentemente o balanço defensivo e ofensivo, realizava o
ataque com amplitude e profundidade, as transições defesa-ataque foram
realizadas através de passes rápidos e em profundidade e, por fim, todos os
jogadores procuravam sair de uma situação através de passes curtos. Pouquíssimas
vezes, os chutões e cruzamentos foram utilizados como forma de sair de uma
situação complicada.
No
flagrante anterior, percebe-se o 4-2-3-1 do Ituano se defendendo no 4-4-1-1 com
as suas linhas próximas e a equipe compactada em um curto espaço do campo (Reprodução:
Sportv).
Já
nesta imagem, nota-se a transição ataque-defesa do Ituano e comportamento dos
jogadores próximos à bola. Após o lateral-direito ter perdido a posse da bola,
a linha defensiva balançou rapidamente e corretamente para o lado do adversário
com a bola e o meia direita junto com o volante mais próximo reagiram
rapidamente para a recuperação da bola (Reprodução: Sportv).
Em
situação ofensiva, o Ituano campeão paulista de 2014 procurava os espaços
vazios próximo do setor da bola e fazia com que ela se descolasse em campo
através de passes curtos. A precisão dos passes dos jogadores do Ituano nessa
campanha vitoriosa foi algo fora do normal (Reprodução: Bandeirantes).
Já
em campo ofensivo, a procura de amplitude e profundidade foi uma constante do
sistema ofensivo do Ituano, assim como mostra o flagrante anterior (Reprodução:
Sportv).
Com
estes aspectos táticos anteriormente descritos e demonstrados através dos
quatro flagrantes, Doriva realmente segue o que ele declarou em uma entrevista
para o globoesporte.com: "O futebol moderno
exige uma equipe que saiba se defender bem, que saiba o momento certo de
atacar, que consiga manter a posse de bola ofensiva, que consiga jogar, que,
quando tem a possibilidade, ela propõe o jogo, mas, quando precisa se defender,
ela defende agrupada, com muito comprometimento dentro das funções táticas que
a gente exige. A receita para o sucesso é você ter um time assim, que não dose,
que se doe, que coopere dentro de campo, que se ajude. A gente vai tentar
passar isso para os atletas para que a gente tire esse tipo de
performance"- disse Doriva.
Agora, tentando conciliar esta filosofia de jogo de Doriva com o elenco
do Atlético-PR, creio que a melhor escalação inicial, ao longo prazo, seria a
seguinte:
Possível Atlético-PR no 4-2-3-1 e com jogadores que poderão
ter mais facilidade para compreender e realizar os aspectos táticos que Doriva
realizou no Ituano em 2013 e 2014.
Com Léo Pereira no lugar de Cleberson, a linha defensiva
ganha em precisão e confiança para conseguir sair jogando através de passes
curtos desde o seu campo defensivo; com João Paulo como titular ao lado de
Otávio, o meio de campo rubro-negro ganha em ocupação de espaço, em precisão
dos passes e melhor noção tática do que os outros volantes do elenco do
Furacão; no trio de meias, se Marcelo ficar, ele conquista a vaga pelo lado
direito e Bady e Nathan acabarão disputando a terceira vaga –já que Marcos
Guilherme, durante o comando de Leandro Ávila, se encontrou como meia central-;
e por fim, Éderson é a opção mais técnica, mas que os seus reservas –Cléo e
Mosquito- estão fortemente disputando a vaga, pois o artilheiro do Brasileirão
de 2013 não tem rendido o mesmo do que no ano passado.
Com Leandro Ávila, Marcos Guilherme conseguia se desvencilhar
da marcação adversária já sem a bola. No flagrante anterior, note a bola saindo
de Deivid e Marcos Guilherme se projetando para o espaço vazio sem a bola
(Reprodução: PFC).
Por Caio Gondo (@CaioGondo)