quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Em seu melhor jogo no Brasileirão, Sport derrota o Palmeiras!


Na Arena Pernambuco, o Sport realizou seu melhor jogo tecnicamente nesse Brasileirão. Muita organização tática, equilíbrio, comprometimento e entrega no cumprimento das funções táticas no plano de jogo. No lado do Verdão, o oposto. Só faltou ao Leão da Ilha mais precisão na fase final de construção de jogadas, na conclusão em gol. Se tivesse caprichado mais nesse aspecto, certamente teria vencido o Palmeiras por um placar bem mais elástico que 2 a 1. 

No início, o Palmeiras tentou impor seu estilo de jogo e atacar o Sport principalmente pelo flanco direito, usando da velocidade de Mouche, que tentava jogar nas costas de Patric e penetrar pelo lado da área para balançar a linha defensiva rubro-negra. O primeiro gol do jogo foi dos paulistas e saiu logo no começo, após um contra-golpe onde abriu-se o jogo na esquerda. Renê não conseguiu voltar a tempo e Wendel fechou o setor(sistema de coberturas do Sport sempre muito bem feito), porém, Patric acabou falhando na cobertura por dentro e não acompanhando a infiltração de Henrique, que atacou o espaço entre ele e Oswaldo(pode-se observar na imagem abaixo) para cabecear. Magrão defendeu no primeiro lance, mas no rebote, o centroavante alvi-verde mandou pras redes. 


Inicialmente, o Sport deixava alguns espaços atrás, mas depois que acertou a marcação, complicou a vida palmeirense. O time leonino marcava em duas linhas de quatro deixando Felipe Azevedo e Neto Baiano mais à frente, mantendo a compactação curta, buscando fechar todos os espaços e cercar as proximidades do setor da bola, usando muito bem do princípio do encaixe no setor(com volantes fazendo muito bem a diagonal de cobertura quando o lateral adiantava o combate), tendo agressividade, exercendo pressão sob o portador da bola, induzindo ao erro e forçando a bola longa do meio-campo para o ataque. O Sport iniciava a marcação em bloco médio-alto, combatendo mais ativamente nas proximidades da linha que divide o gramado, subindo a pressão e negando espaços na saída de bola adversária até com uma certa constância. 

O Palmeiras também marcava em duas linhas, porém, com dificuldades para se compactar em 50 metros, falho acompanhamento aos laterais rubro-negros e passividade na marcação, cedendo espaços à progressão adversária com a bola nos pés e sem exercer pressão. Nos escanteios defensivos, marcava por zona com grande quantidade de jogadores, enquanto que o Sport marcava individualmente no "bolo" da área, com dois jogadores marcando a primeira trave. 

Quando tinha a posse de bola, o Sport também era agressivo, trabalhando a bola com qualidade, aproximações entre os jogadores e muitas bolas indo do centro pro lado. Explorava principalmente as ultrapassagens de Patric no corredor direito. O camisa 12 chegava com facilidade na área e buscava o drible e tabela na diagonal de fora pra dentro. Pelo lado esquerdo, Wendel aparecia para trabalhar o jogo com Renê, dar suporte à passagem do mesmo e chegando a formar uma sociedade triangular no setor, juntamente com Ananias. Na direita, Erico Junior também se movimentava na diagonal pro centro da cancha quando a bola estava no lado oposto e gerava o corredor para Patric voar em velocidade e opcionar a virada de jogo. 


No segundo tempo, os comandados de Ricardo Gareca passaram a jogar com dois homens mais centralizados no comando de ataque(com Cristaldo se movimentando um pouco mais) e igualando numericamente(2x2) com os zagueiros do Sport, enquanto que Diogo e Leandro passaram a atuar mais abertos nos lugares de Mouche e Allione. O Sport manteve sua proposta de jogo. Compactando-se, pressionando e agredindo com e sem bola. Eduardo Baptista acionou Diego Souza e Ibson, que fizeram suas estreias. Ibson jogou fechando mais o lado direito sem a bola, mas com ela tendo liberdade de alternar entre a direita e outras faixas do campo. Diego Souza ficou mais próximo de Neto Baiano, ganhando todas as primeiras bolas na ligação direta(só que ninguém conseguia dar continuidade ao lance e aproveitar a escorada) e também abrindo para oferecer linha de passe e tentar a aproximação pelos lados do campo. Palmeiras permaneceu sem criatividade, com dificuldades para tocar a bola, propor jogo pelo chão e encaixar o passe entre-linhas. Tentou na bola longa e nas jogadas pelos lados visando o cruzamento pra área, porém, não obteve sucesso. 


*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)