quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Flamengo consegue virada na base da raça e do apoio da torcida. Galo peca em recuar demais e dar campo ao Flamengo

Jogo válido pela 16º rodada do campeonato Brasileiro. Maracanã com 40.892 pessoas presentes, a maior parte flamenguistas, que apoiaram a ideia de Luxemburgo em fazer o feijão com arroz e ter como objetivo maior não cair. O Flamengo tinha a chance de se afastar um pouco mais da zona de rebaixamento, já o Galo tinha o objetivo de vencer e se aproximar do G-4.

Logo no começo de jogo, ficou bem nítida a proposta do Atlético-MG no jogo: jogar em transição, colocando velocidade nos contra-ataques.

O time do Atlético veio no 4-2-3-1 de sempre, com muita movimentação de Diego Tardelli e Maicosuel. Marcava no 4-4-2, com o recuo dos wingers Diego Tardelli e Maicosuel. Mas, os dois marcavam errado: Recompunham até o meio de campo e depois paravam, fazendo com que o Atlético tivesse 6 jogadores para marcar e 4 para o contra-golpe. A marcação era com encaixes individuais curtos por setor, alternando entre bloco médio/alto, fazendo pressão na saída de bola.

Flagrante do 4-4-2 Atleticano sem a bola, marcando pressão a saída de bola, em bloco médio e a falha recomposição de Diego Tardelli, que não recompunha e dava espaço para o apoio de Léo Moura.



Já o Flamengo venho no 4-1-4-1, sem o 9 de referência, e demonstrou que não sabe jogar sem ele: como não conseguia penetrar na área do Galo, apostava no jogo aéreo. Mas, não tinha um 9, e o jogador mais adiantado era Arthur, de 1,74 m. Isso mostra que a maioria dos times brasileiros não sabem jogar sem um 9, muito por conta de abusarem do jogo aéreo nas partidas, prova disso foram os 21 cruzamentos flamenguistas na área, sendo 17 errados e 4 corretos.

Neste 4-1-4-1 flamenguista, Luiz Antônio e Márcio Araújo revezavam entre 3º volante mais á direita e winger direito. Quando o Flamengo não tinha a bola, Luiz Antônio recompunha por dentro e Márcio Aráujo pelo corredor direito, ajudando Léo Moura na marcação.


Flagrante do 4-1-4-1 flamenguista sem a bola, com Luiz Antônio recompondo por dentro e Márcio Aráujo pelo lado direito.







O jogo começou com o Flamengo tendo a posse de bola e o Atlético-MG apostando no contra-ataque. Quando o Flamengo começava a criar chances, o Galo acabou com o ímpeto flamenguista. Logo aos 10 minutos, provando que a estratégia de contra-golpe deu certo, Maicosuel fez fila, e chutou cruzado para estufar as redes. 1x0 Atlético apostando na sua estratégia de jogar em transição.

O gol acalmou os ânimos da partida, e o Flamengo começou a se perder em campo, perdeu a organização que estava tendo e passou a apostar unicamente do jogo aéreo. A partir do seu gol, o Atlético-MG não conseguiu levar perigo em mais nenhum contra-ataque, pois a marcação do Flamengo havia encaixado. Vendo isso, Levir culpi aos 20 minutos mudou Maicosuel para o lado esquerdo e Diego Tardelli para o lado direito.

Luxemburgo viu que seu time não estava bem na partida, a bola não chegava em Arthur, e o time não conseguia criar lances de perigo, apenas o chute de fora da área de Luiz antônio que Victor fez a defesa. Aos 26 minutos, Luxemburgo fez uma mudança: sai Luiz Antônio  e entra Nixon, fazendo parceria com Arthur no ataque, mudando o esquema para o 4-4-2, com Márcio Aráujo como winger direito. Mesmo com a alteração, o Flamengo não conseguiu levar muito perigo a meta adversária.

Flagrante do 4-4-2 flamenguista: Quando João Paulo apoia, Éverton sai da esquerda para o meio com o objetivo da puxar a marcação para deixar João Paulo livre, já que o winger direito do Galo não recompõe, dando possibilidade da virada de um lado para o outro






No segundo tempo, com a vantagem no placar o Atlético-MG recuou. Dátolo passou a recompor pelo setor esquerdo, Maicosuel pelo setor direito, deixando Diego Tardelli mais a frente para puxar os contra-ataques. 

Vendo que o Galo estava recuando cada vez mais, o Flamengo foi pra cima. Passou a ter a posse de bola, ganhar campo cada vez mais e acuar o Atlético-MG com o apoio da torcida e na base da raça. Mas , faltava organização e botar a bola pra dentro do gol. Por conta disso, Luxemburgo alterou: colocou Lucas Mugni (jogador para organizar jogadas) e Eduardo (jogador que sabe fazer gols, pela seleção da Croácia são 64 jogos e 29 gols), para as saídas de Márcio Araújo e Arthur.



 Com isso, mudou o desenho tático para 4-2-3-1, e as mudanças surtiram efeito: em seu primeiro lance no jogo, Eduardo recebeu a bola e sofreu pênalti infantil cometido por Pedro Botelho. Léo Moura pegou a bola, bateu e fez o gol. 6 minutos depois, João Paulo cruzou para a área e Eduardo fez o gol da virada. 

Flagrante do 4-2-3-1 flamenguista após as entradas de Lucas Mugni e Eduardo: nesse esquema que o time passou a se organizar melhor e conseguiu a virada.


Gols que tiveram a mão do Luxemburgo, que colocou Mugni e o Flamengo passou a organizar as jogadas, e colocou Eduardo que sofreu o pênalti e marcou o gol.

Precisando do gol de empate, Levir Culpi colocou mais folego no Atlético: Saiu Jô e entrou André, e saiu Rafael Carioca para a entrada de Claudinei. Mas de nada adiantou. Flamengo na base da raça e do apoio da torcida, junto com a mão de Luxemburgo conseguiu a virada, enquanto que o Atlético-MG pecou em recuar demais.



Flamengo mostra que na base da raça e com o apoio da torcida, pode sair dessa situação desconfortável. Já o Atlético-MG mostra a displicência dos wingers brasileiros, e que não pode depender só dos contra-golpes para ganhar as partidas.

Por Otavio Martins