segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O Choque-Rei de tempos distintos

Foi um primeiro tempo sofrível para o torcedor presente no Pacaembu, truncado, muitos erros de finalização, mas que nos primeiros momentos teve um Palmeiras melhor, dominando as ações com um Valdívia querendo jogo, mas o chileno que poderia brilhar no clássico saiu aos quinze minutos.

Pelos lados do Tricolor do Morumbi, tampouco existiu uma transição trabalhada entre os setores. Souza não executava a saída de bola como nos outros jogos, e, com isso, ela não chegava em Ganso ou Kaká, com isso, o lançamento pelo alto foi o recurso de saída de jogo usado pelo tricolor nos primeiros quarenta e cinco minutos no Paulo Machado de Carvalho.

Foi um primeiro tempo onde o 4-2-3-1 do São Paulo estava mais desorganizado perante  um Palmeiras mais organizado dentro das quatro linhas. Allione e Mouche voltavam para fechar pelos lados e avançavam as costas dos laterais, que não tinham a ajuda de Kaká e Pato sem a bola. Ganso procurava se movimentar, mas a bola não chegava para que ele armasse o jogo.

O alviverde imponente tinha mais impeto ofensivo, mas este diminui com a saída do camisa 10. O Palmeiras só teve uma finalização, quando ele ainda estava pisando no gramado do Pacaembu. 



O clássico saiu da monotonia quando o São Paulo avançou a sua marcação no segundo tempo, apertou a saída palmeirense. Forçou o erro, na reposição errada de Fábio, onde Ganso serviu Alexandre Pato em diagonal, que concluiu para o gol. O São Paulo se fechou para o contragolpe, e o Palmeiras saiu em busca do resultado. Mas o contra-ataque são-paulino quase ampliou com Kaká e Kardec.

O Palmeiras saiu mais, e empatou na penalidade convertida com categoria por Henrique. Rogério Ceni trabalhou mais e o espaço para o contragolpe tricolor foi ficando mais nítido. Com Kaká exausto, o polivalente Alan Kardec foi para a ponta, os laterais ficaram mais contidos, procurando suportar a pressão alviverde, como na chance que Leandro teve, e que parou em Rogério Ceni e, consequentemente, no inacreditável gol perdido por Henrique.

Mas Alvaro Pereira achou o cruzamento certeiro na cabeça do completo camisa 14, virando o placar no Pacaembu. Foi um segundo tempo de mais qualidade, mas que não mascara as deficiências dos dois times dentro das quatro linhas.

O São Paulo tem problemas de compactação e recomposição. Precisa aliar o talento da trinca de meias e a obediência tática tão exigida atualmente , enquanto que o Palmeiras sofre de um elenco fraco, sem grandes soluções para um time que vem caindo mais na tabela do Campeonato Brasileiro de 2014, o pesadelo de outro rebaixamento não é improvável, ainda mais no ano do centenário.




Por Diogo R. Martins (@diogorm013)