segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mesmo com transição lenta, Inter vence Goiás e permanece em 2º

Não foi um jogo de "encher os olhos" dos poucos torcedores presentes no Serra Dourada, em Goiás. Muito pelo contrário: foi aquele jogo pegado, com muita marcação e poucas jogadas criadas, como tem sido tradição no Brasileirão 2014. Nesse duelo de equilíbrio, levou a melhor o Inter, que num lance de infelicidade do Goiás conseguiu o 1 a 0 no placar e mais uma vitória no Campeonato. Um resultado justo se levarmos em consideração o volume de jogo de ambas as equipes, mas que não mascara as muitas deficiências apresentadas pela equipe gaúcha.

Nos primeiros 7 minutos de jogo, foram registrados absurdos 80% de posse de bola para o Inter -  que era a equipe visitante. Isso daria mostras do que seria a tônica do jogo. O time de Abel tinha a bola, mas não chegava com qualidade. A forte marcação imposta pela equipe goiana - que passou quase todo o primeiro tempo com 9 jogadores atrás da linha de meio - dificultou a criação do meio de campo do Inter e não deu espaços para que os gaúchos trocassem bola com qualidade.

Postado no 4-3-3 quando atacava e no 4-1-4-1 quando defendia, o Inter tinha problemas em função da lentidão na transição defesa-ataque. Ygor - o substituto de Willians - errava passes e não conseguia dar qualidade à saída de bola do time - apesar do Goiás não exercer marcação-pressão sobre a saída de bola Colorada. Rafael Moura saía de sua posição original o tempo inteiro, na ansiedade por ajudar o meio de campo da sua equipe.

Heatmap: He-Man passou mais tempo fora da área (sobretudo lado esquerdo) 
do que dentro da área na partida


No Goiás, o 4-4-1-1 em duas linhas com extrema compactação dava liberdade para que o jovem Erik flutuasse do meio para o ataque. Por repetidas vezes no primeiro tempo, o Goiás roubou a bola e acionou o lançamento longo para o jovem. Na maioria das oportunidades, o lançamento saía do lado esquerdo, dos pés de Thiago Mendes, pegando Erik sozinho no flanco-direito, jogando às costas de Fabrício. O Goiás criou pelo menos três chances claras de gol no primeiro tempo desta forma, e só não balançou a rede porque Ernando e Juan - os zagueiros do Inter - estavam em noite muito inspirada e conseguiam a recuperação, mesmo deslocados da suas posições.

1º tempo: Inter pressiona, Goiás perigoso no contra-ataque



O desempenho abaixo da crítica de Ygor no primeiro tempo levou Abel Braga a mexer no intervalo. O volante foi sacado para a entrada de Jorge Henrique, que entrou aberto pelo lado esquerdo de ataque, levando Wellington a ser recuado para a 1ª função de meio. A mudança deu velocidade à transição defesa-ataque Colorada e também uma alternativa a mais na frente. Além disso, a presença de Jorge Henrique na esquerda fez com que Rafael Moura procurasse menos o setor, ficando um pouco mais dentro da área.

Com Aránguiz e Dale mais acionados e mais próximos no campo, o Inter passou a dominar as ações do jogo quase que completamente. A dupla de estrangeiros - auxiliados por Alex - criaram situações à favor do Inter, mas nunca suficientes para furar o forte bloqueio do Goiás, que têm uma das melhores defesas do campeonato. O gol acabou saindo em um lance de extrema infelicidade do zagueiro Pedro Henrique, que foi cortar um cruzamento de Fabrício pela esquerda e colocou contra a própria meta. Apesar da "obra do acaso", o resultado acabou premiando a equipe que mais buscou a meta adversária ao longo dos 90 minutos.

Por Mateus Kerr (@mateuskerr)