Na Arena Pernambuco, o Náutico se reabilitou da derrota sofrida para o Vasco, vencendo o Paraná por 3 a 1, num jogo muito consistente do Timbu na parte tática, com plano de jogo bem definido e ótima execução estratégica para construir o resultado.
O alvirrubro se posicionou no mesmo 4-3-3/4-1-4-1 de sempre. No início, adiantava mais suas linhas de meio e ataque para iniciar a marcação/pressão na intermediária defensiva adversária. E a estratégia deu certo, pois o lance do pênalti que originou o gol de Tadeu logo nos primeiros minutos, veio de uma pressão mais avançada do Timbu, como pode-se observar no flagrante abaixo:
Linha média de 4 jogadores do Náutico(com posicionamento invertido entre Sassá e Tadeu na imagem) avança até o campo defensivo do Paraná e tenta negar espaços ao portador da bola na saída. O homem da bola tentou o passe diagonal para o jogador mais aberto pelo lado esquerdo paranista, porém, o lateral-direito alvirrubro subiu o encaixe quando o mesmo recuou para oferecer linha de passe e receber a bola na intermediária, induzindo-se a tocar para trás. O jogador adversário errou o passe, ou seja, o Náutico conseguiu o que pretendia: Forçar o erro e roubar a bola alto, com mais proximidade em relação ao gol. Sassá recebe por dentro e dá o passe de ruptura para Tadeu traçar a diagonal curta, atacando o espaço entre o lateral-direito paranista e o zagueiro que foi pressionar.
O Paraná se postou num 4-2-3-1 que fechava um 4-4-2 com duas linhas de quatro sem a posse de bola, posicionando-se muitas vezes em bloco médio, entre as intermediárias, porém, constantemente subindo a pressão, com seus dois homens mais avançados pressionando alto os zagueiros alvirrubros para diminuir os espaços e o tempo para ação dos mesmos e também chegavam a pressionar o goleiro nos recuos de bola para obrigar a ligação direta, enquanto que os wingers subiam os encaixes nos laterais para cercá-los mais de perto quando o Náutico tentava abrir o jogo em sua saída. Com a bola, tentava forçar principalmente pelo lado direito, com a dobradinha entre Henrique e Chiquinho. Destaque para a movimentação de Henrique, que chegava com força, velocidade e intensidade no setor, recompunha bem sem a bola no balanço defensivo, cortava pra dentro pra gerar o corredor pro lateral Chiquinho e tentava o 2x1 pelo lado.
Flagrante das duas linhas de quatro do Paraná com posicionamento mais recuado.
Depois do primeiro gol do Náutico, o Timbu passou a ter uma proposta mais reativa, acuando suas linhas, buscando se compactar em bloco baixo, na própria intermediária defensiva e sair em velocidade na transição defesa-ataque, apostando em rápidos contragolpes, enquanto que o Paraná tentava propor o jogo e achar espaços, porém, sem muito sucesso. Usando da velocidade e do contra-ataque, o time pernambucano ampliou.
.png)
Em rápida transição, Bruno Furlan encaixa o passe do lado pro centro com Tadeu e se projeta no facão em diagonal para receber o passe de ruptura nas costas da linha defensiva e concluir.
Na segunda etapa, o Paraná continuou tentando atacar, mas encontrando dificuldades para penetrar. O Náutico manteve a intensidade e a proposta de jogo, marcando predominantemente atrás da linha da bola e apostando bem no jogo transicional, usando mais inclusive a característica de Vinicius de chegada na frente vindo de trás e conclusão em gol. Com eficiência, o Náutico fez 3 a 0 com o próprio Vinicius. No final, o Paraná ainda descontou com Henrique, dando números finais ao jogo.
*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)
