terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ao ritmo de Heavy Metal, o Dortmund fez o que quis com o Arsenal

Jürgen Klopp, apreciador confesso de Heavy Metal, transporta a seus comandados uma visão de futebol que se desenrola com a velocidade de um Motorhead, o peso de um Slayer a intensidade voraz de um Sepultura. O que vimos na estreia do Borussia Dortmund na Champions League foi um time fiel à proposta de Klopp, que soube desde o início colocar o Arsenal contra as cordas para propor o jogo que lhe era conveniente. No 4-4-1-1, o conjunto aurinegro sufocava os gunners com Bender, Kehl, Grosskreutz e Mkhitaryan alinhados para pressionar o time de Arsene Wenger à 3/4 de seu campo.

Configurado no 4-1-4-1, o Arsenal tinha em Ramsey e Wilshere a síntese de uma equipe sem intensidade, perdida do princípio ao fim. Os meias não conseguiam articular o time londrino, que sem conseguir exercer seu tradicional jogo de passes curtos, transparecia incomodação com o correr dos minutos. Pelos lados, Ozil e Alexis Sanchez -  que atuavam invertidos - não conseguiam aportar perigo nos contra-ataques, quase sempre batidos diante do vigor de Durm e a inteligência de Schmelzer.

Apesar do amplo domínio territorial, o Dortmund foi criar sua primeira chance de gol apenas na segunda metade do primeiro tempo: Grosskreutz bateu a marcação do jovem lateral espanhol Bellerin -  de 19 anos que substituía ao lesionado Debuchy -  deixando Aubameyang livre na pequena área para definir sem a precisão requerida para vencer o arqueiro Szczesny, Logo na sequencia, foi a vez de Immobile sair da área para aproveitar o mal posicionamento de Bellerin e Mertesacker; no entanto, Mkhitaryan, hoje como extremo direito, voltaria a desperdiçar uma grande chance. 

Eis que, aos 45 minutos, de um chutão vindo da defesa, Immobili conseguiu dominar a redonda com grande astucia, iludindo Koscienlny com facilidade e dando a vantagem mais do que merecida para o Dortmund. O número de arremates resume o massacre aurinegro: 15 x 1. Na posse de bola ligeira vantagem alemã: 52% contra 48%.


No primeiro lance da etapa derradeira, Aubameyang, aproveitando passe de Grosskreutz e a recomposição lenta de Mertesacker e Koscielny, anotou o segundo gol. Wenger ainda tentou retomar as rédeas do confronto com os ingressos de Cazorla e Chamberlain, nos lugares dos inoperantes, Ramsey e Ozil. O meia alemão, assim como na Copa do Mundo, parece sentir os efeitos colaterais quando é deslocado para atuar pelo flanco direito da linha de armadores.

Os gunners adiantaram suas linhas sem exito, seguindo longe de conseguir grandes chances para diminuir. A única possibilidade, veio nos pés de Welbeck, que limpou Subotic, mas batendo alto e desviado, negou o primeiro grito de gol aos ingleses. Para engrossar o caldo, os alemães seguiam perigosos nos contra-ataques, sempre com Aubameyang, que atuando como ponta de lança causou furor durante todo o jogo.

Nos minutos finais, Wenger ainda tentou a última cartada abrindo Podolski pelo lado esquerdo e posicionando Alexis Sanchez pela direita -  enfim em seu lado habitual. Mantendo o 4-1-4-1, Wenger puxou Wilshere para o volante central, ao passo que Cazorla e Chamberlain ficavam pelo centro batendo contra a marcação de Bender e Ginter. Klopp ainda colocou Jojic na meia direita, trazendo Grosskreutz para a lateral, assim como Durm para o lado oposto da defesa. No final, com 29 finalizações contra 5, demonstram que o resultado parece ter ficado de bom tamanho para este  Arsenal que segue carecendo de um "algo a mais" nos grandes duelos. O Dortmund segue mostrando os argumentos de quem pode repetir a campanha fantástica da penúltima temporada, ainda mais potencializados com os flamantes retornos de Hummels e Reus.

Por Felipe Bigliazzi Dominguez(@FelipeBigliazzi)