terça-feira, 16 de setembro de 2014

Na estreia de Jorginho, Chapecoense derrota o Sport na Arena Condá!


Na estreia de Jorginho no comando da Chapecoense, o Verdão do Oeste venceu o Sport por 3 a 1 na Arena Condá, contando com dois gols do zagueiro Douglas Grolli. O time catarinense mostrou mais consistência defensiva e melhor definição e execução de seu plano de jogo para garantir o resultado. 

O 4-2-3-1 do Sport buscava o ataque com mais densidade pelo flanco esquerdo, buscando a superioridade numérica no setor, com a aproximação de Ibson ou Wendel para tabelar ou oferecer linha de passe(inclusive nas cobranças de lateral). Inicialmente tentava propor o jogo e encontrava espaços para a progressão em campo ofensivo, porém, passou a ter dificuldades de criar espaços e progredir com perigo quando a Chapecoense acertou a marcação. 

Sem a bola, o Leão da Ilha fechava duas linhas de quatro, deixando Felipe Azevedo e Ibson mais à frente, assim como no jogo contra o Santos. Porém, diferentemente da partida diante do Peixe, o Sport não adiantou a marcação para bloquear espaços na saída de jogo adversária e forçar o erro. Marcava em bloco baixo, sem agressividade na marcação, dando espaços para a progressão adversária na intermediária defensiva rubro-negra e os wingers muitas vezes se limitavam a marcar os laterais dentro do setor, de modo que não centralizavam para fazer o balanceamento da linha de meio para o lado atacado quando a bola estava no flanco oposto. Assim, a Chapecoense encontrava espaços para virar o jogo principalmente da direita para a esquerda, com Tiago Luis ocupando o espaço paralelo aos volantes leoninos, recebendo muitas vezes de frente para a linha defensiva e com liberdade para arriscar de fora da área. 

A Chapecoense se postava num 4-3-1-2 losango, marcando em bloco médio/baixo, com 7 jogadores participando mais ativamente da marcação, tripé de volantes basculando de acordo com a movimentação da bola para proteger o lado atacado, tentando reduzir os espaços do portador da bola e travar as linhas de passe próximas. Se o Sport tivesse utilizado das trocas de lado e inversões da esquerda pra direita com mais rapidez, talvez tivesse encontrando mais espaços para chegar ao gol adversário, já que os volantes adversários balanceavam para o lado da bola e o tridente ofensivo formado por Camilo, Tiago Luis e Leandro praticamente não participava da fase defensiva, logo, o Sport teria grande possibilidade de fazer 2x1 na virada com Patric e Erico Junior pra cima de Rodrigo Biro. Quando o Leão da Ilha atacava pela esquerda, Felipe Azevedo se deslocava dava opção de enfiada por cima mais à frente pelo lado ou buscava o entrelinhas para a recepção do passe curto em diagonal, às costas dos volantes catarinenses. Porém, na maioria das vezes, não conseguia dar continuidade à jogada na ponta, e ao centro, um dos zagueiros deixava a linha defensiva e saía na caça setorial curta ao atacante rubro-negro, que em quase todas as vezes recebia de costas pra marcação e não conseguia fazer o giro. 

Nas ligações diretas do Sport, a Chapecoense ganhava quase todas as primeiras bolas pelo fato da altura de seus zagueiros ser incomparavelmente maior à de Felipe Azevedo(1.74), que foi usado novamente por Eduardo Baptista mais à frente. Também ganhava a maioria das segundas bolas e rebotes ofensivos na intermediária, já que os volantes do Sport ficavam muito distantes e muitas vezes não saíam pra disputa, de forma que a bola quase sempre caía nos pés dos volantes da Chape, que já tinham a opção de iniciar a transição defesa-ataque. No ataque catarinense, Leandro tinha muita mobilidade. Saía bastante da área, procurava os lados do campo, dava opção de esticada, fazia o pivô, protegia bem de costas pra marcação usando de sua estatura e força física, buscava as aproximações. Tiago Luis gostava de circular por dentro, caindo pela meia-esquerda e transitando entre as linhas de meio e ataque. 

Após o gol de Douglas Grolli no final do primeiro tempo, Eduardo Baptista voltou com Vitor no lugar de Erico Junior. O camisa 2 atuou na lateral e Patric foi avançado para fazer o lado direito da linha de 3 do 4-2-3-1, assim como na volta do primeiro pro segundo tempo do jogo com o Santos. Porém, a Chapecoense marcou logo aos 17 segundos da segunda etapa, numa aparição de Leandro chegando à linha de fundo pelo lado direito do ataque e Tiago Luis se projetando na área e aparecendo na segunda trave para concluir, aproveitando a falha de Vitor na cobertura dos zagueiros por dentro. 

O gol quebrou a estratégia do Sport e a Chapecoense adotou proposta reativa, recuando suas linhas, compactando-se e fechando os espaços na intermediária, e procurando a saída em velocidade no contragolpe ou retenção de bola em campo ofensivo com a movimentação e a parede de Leandro. O Sport tinha dificuldades para criar e faltavam alternativas para atacar. Limitava-se a trocar passes lateralmente e tentar abrir o jogo do centro pro lado e cruzar na área, porém, os cruzamentos eram facilmente cortados. Ibson passou a recuar mais para buscar bola com os volantes em campo defensivo e tentar ajudar na organização da saída de bola. O Leão da Ilha ainda conseguiu descontar de pênalti com Felipe Azevedo, num lance em que Patric fechou em diagonal pra área quando a bola caiu no lado oposto. Movimento este que também foi bem executado contra o Santos. Porém, depois do gol, não conseguiu mais sequer reter bola no ataque para tentar agredir o adversário. E no final, a Chapecoense fez mais um com Douglas Grolli, aproveitando a escorada na segunda trave em jogada ensaiada numa falta cobrada por Camilo. 


*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)