Até
o confronto entre Atlético-PR e Figueirense, o time paranaense estava em ruim
momento no Campeonato Brasileiro enquanto que o catarinense, em bom. Porém durante
a partida, o que se viu foi o Furacão curitibano superando os seus limites e
aproveitando das falhas do sistema defensivo do Figuera. Para a vitória por 3 x
0 para o Atlético-PR, as duas equipes começaram no 4-2-3-1:
Atlético-PR
e Figueirense no 4-2-3-1.
Como
o Figueirense está melhor estruturado taticamente do que o Atlético-PR,
naturalmente o time de Santa Catarina começou melhor a partida. O Furacão
rubro-negro tentava propor o jogo, mas esbarrava no sistema defensivo
alvinegro. Os comandados de Argel Fucks se compactavam em curto espaço, variando
do bloco médio para o baixo, variava o posicionamento defensivo entre o 4-2-3-1
e o 4-4-2 e o buscou o jogo reativo desde o começo da partida. O Atlético-PR
estava vivendo em campo o seu atual momento no Brasileirão.
Com
setores do meio-de-campo e defensivo próximos, o Figueirense não dava espaço
para o sistema ofensivo do Atlético-PR. No flagrante acima, percebe-se o time
catarinense posicionado defensivamente no 4-2-3-1 (Reprodução: Sportv/ PFC).
Já
neste flagrante, nota-se todo o time do Figueirense compactado em curto espaço
e no 4-4-2. O time catarinense complicou para vários times grandes recentemente
e tem vivido uma fase muito boa nas mãos de Argel Fucks (Reprodução: Sportv/
PFC).
Com
o passar do tempo, o Atlético-PR começou a entrar na partida. A procura por
passes curtos desde o seu campo defensivo ajudou em muito para tal. Neste
aspecto, o goleiro Weverton e o volante Paulinho Dias se destacaram. Desde a
última partida do Furacão paranaense, Weverton tem diminuído o número de
lançamentos/ chutões que realiza na partida. Diante do Figueirense, este
goleiro realizou somente oito lançamentos, acertou cinco deles e realizou 27
passes certos. Enquanto isso, Paulinho Dias era o jogador que transição
ofensiva e, ainda, auxiliava o jogo pela faixa direita ofensiva. Pelo mapa de
toques do volante rubro-negro, percebe-se as áreas de atuações deste jogador:
Mapa
de toques certo de Paulinho Dias: percebe-se que ele era o volante que iniciava
a transição ofensiva e, que também, auxiliava as jogadas pela faixa direita
ofensiva (Fonte: whoscored).
Mesmo
saindo tocando desde o seu campo defensivo, o Atlético-PR não conseguiu furar
de vez o bloqueio que o Figueirense fazia, pois o sistema ofensivo rubro-negro
só trocava de posição entre Marcelo e Marcos Guilherme. Para o segundo tempo,
Claudinei Oliveira colocou Dellatorre no lugar de Marcos Guilherme e Argel
Fucks colocou William Pottker no lugar de Marquinhos. A substituição paranaense
fez o seu sistema ofensivo permitir a troca entre Bady e Marcelo durante a ação
ofensiva, enquanto que a catarinense foi para evitar o segundo amarelo no
lateral-esquerdo titular –já que o Atlético-PR atacava muito pela direita
(foram 47% das descidas rubro-negras pela direita, 21% pelo centro e 32% pela
esquerda).
Com
a entrada de Dellatorre, o Atlético-PR manteve o 4-2-3-1 em campo. Mas com o
camisa 11 rubro-negro, a entrada na diagonal da esquerda para o centro se
tornou mais incisiva e a troca de posição durante a ação ofensiva entre Bady e
Marcelo passaram a ser possíveis e utilizadas (Reprodução: Sportv/ PFC).
Agora
com Bady e Marcelo trocando de posição durante o ataque rubro-negro, o sistema
defensivo alvinegro não conseguiu mais neutralizar o Atlético-PR. Como o
Furacão paranaense atacava com tanta velocidade e, agora, de melhor maneira, o
sistema defensivo catarinense passou a ceder os espaços nas entrelinhas.
Principalmente entre a linha defensiva e a do meio-de-campo. Neste espaço entre
a linha defensiva e a do meio-de-campo, o Atlético-PR realizou os seus três
gols na partida.
Pelo
flagrante acima, nota-se os wingers do Figueirense só marcando os laterais do
Atlético-PR, o distanciamento que o veloz sistema ofensivo rubro-negro começou
a criar –já que o sistema defensivo alvinegro não conseguiu se posicionar nem
no 4-4-2 e nem no 4-2-3-1- e, por fim, a troca de posição durante a ação
ofensiva entre Marcelo e Bady (Reprodução: Sportv/ PFC).
Já
neste flagrante, nota-se o espaço, novamente, o sistema defensivo do
Figueirense desestruturado e segundo antes do primeiro gol do Atlético-PR. Por
esta imagem, o espaço entre a linha defensiva e a do meio-de-campo foi
utilizado por Dellatorre que partiu da esquerda para o centro. Com esta
movimentação, Jefferson – o lateral-direito do time catarinense- e França – o volante
mais próximo- não sabiam quem marcava a movimentação de Dellatorre e ele acabou
fazendo o primeiro gol rubro-negro (Reprodução: Sportv/ PFC).
Com
o gol sofrido, Argel Fucks começou a retirar as peças da equipe que não estavam
rendendo ofensivamente. Como foram os casos de Marco Antônio e Mazola. Estes
dois meias abertos do Figueirense pouco atuaram ofensivamente, e nos seus
lugares entraram Vitor Júnior e Léo Lisboa. Porém, entre as duas substituições,
Bady fez o segundo gol do Atlético-PR. Segundo gol entrelinhas no sistema
defensivo alvinegro.
Pelo
heatmap de Marco Antônio, percebe-se como este jogador pouco atuou
ofensivamente. Já que a sua área de atuação restringiu pela direita do terço
central do campo. Como o Figueirense precisava reagir, a entrada de Vitor
Júnior em seu lugar foi providencial (Fonte: Footstats).
Agora com o Figueirense partindo para o ataque, o Atlético-PR conseguiu
realizar o terceiro gol da maneira que mais gosta e no local que deu certo
contra o Figueirense: através de contra-ataque e entre a linha defensiva e a do
meio-de-campo do time catarinense.
Fim
de partida: Atlético-PR, no 4-2-3-1, 3 x 0 Figueirense, no 4-2-3-1.
Por
Caio Gondo (@CaioGondo)