segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Em fases diferentes, Atlético-PR contrariou a maré na Arena da Baixada

Até o confronto entre Atlético-PR e Figueirense, o time paranaense estava em ruim momento no Campeonato Brasileiro enquanto que o catarinense, em bom. Porém durante a partida, o que se viu foi o Furacão curitibano superando os seus limites e aproveitando das falhas do sistema defensivo do Figuera. Para a vitória por 3 x 0 para o Atlético-PR, as duas equipes começaram no 4-2-3-1:

Atlético-PR e Figueirense no 4-2-3-1.

Como o Figueirense está melhor estruturado taticamente do que o Atlético-PR, naturalmente o time de Santa Catarina começou melhor a partida. O Furacão rubro-negro tentava propor o jogo, mas esbarrava no sistema defensivo alvinegro. Os comandados de Argel Fucks se compactavam em curto espaço, variando do bloco médio para o baixo, variava o posicionamento defensivo entre o 4-2-3-1 e o 4-4-2 e o buscou o jogo reativo desde o começo da partida. O Atlético-PR estava vivendo em campo o seu atual momento no Brasileirão.

Com setores do meio-de-campo e defensivo próximos, o Figueirense não dava espaço para o sistema ofensivo do Atlético-PR. No flagrante acima, percebe-se o time catarinense posicionado defensivamente no 4-2-3-1 (Reprodução: Sportv/ PFC).

Já neste flagrante, nota-se todo o time do Figueirense compactado em curto espaço e no 4-4-2. O time catarinense complicou para vários times grandes recentemente e tem vivido uma fase muito boa nas mãos de Argel Fucks (Reprodução: Sportv/ PFC).

Com o passar do tempo, o Atlético-PR começou a entrar na partida. A procura por passes curtos desde o seu campo defensivo ajudou em muito para tal. Neste aspecto, o goleiro Weverton e o volante Paulinho Dias se destacaram. Desde a última partida do Furacão paranaense, Weverton tem diminuído o número de lançamentos/ chutões que realiza na partida. Diante do Figueirense, este goleiro realizou somente oito lançamentos, acertou cinco deles e realizou 27 passes certos. Enquanto isso, Paulinho Dias era o jogador que transição ofensiva e, ainda, auxiliava o jogo pela faixa direita ofensiva. Pelo mapa de toques do volante rubro-negro, percebe-se as áreas de atuações deste jogador:

Mapa de toques certo de Paulinho Dias: percebe-se que ele era o volante que iniciava a transição ofensiva e, que também, auxiliava as jogadas pela faixa direita ofensiva (Fonte: whoscored).

Mesmo saindo tocando desde o seu campo defensivo, o Atlético-PR não conseguiu furar de vez o bloqueio que o Figueirense fazia, pois o sistema ofensivo rubro-negro só trocava de posição entre Marcelo e Marcos Guilherme. Para o segundo tempo, Claudinei Oliveira colocou Dellatorre no lugar de Marcos Guilherme e Argel Fucks colocou William Pottker no lugar de Marquinhos. A substituição paranaense fez o seu sistema ofensivo permitir a troca entre Bady e Marcelo durante a ação ofensiva, enquanto que a catarinense foi para evitar o segundo amarelo no lateral-esquerdo titular –já que o Atlético-PR atacava muito pela direita (foram 47% das descidas rubro-negras pela direita, 21% pelo centro e 32% pela esquerda).

Com a entrada de Dellatorre, o Atlético-PR manteve o 4-2-3-1 em campo. Mas com o camisa 11 rubro-negro, a entrada na diagonal da esquerda para o centro se tornou mais incisiva e a troca de posição durante a ação ofensiva entre Bady e Marcelo passaram a ser possíveis e utilizadas (Reprodução: Sportv/ PFC).

Agora com Bady e Marcelo trocando de posição durante o ataque rubro-negro, o sistema defensivo alvinegro não conseguiu mais neutralizar o Atlético-PR. Como o Furacão paranaense atacava com tanta velocidade e, agora, de melhor maneira, o sistema defensivo catarinense passou a ceder os espaços nas entrelinhas. Principalmente entre a linha defensiva e a do meio-de-campo. Neste espaço entre a linha defensiva e a do meio-de-campo, o Atlético-PR realizou os seus três gols na partida.

Pelo flagrante acima, nota-se os wingers do Figueirense só marcando os laterais do Atlético-PR, o distanciamento que o veloz sistema ofensivo rubro-negro começou a criar –já que o sistema defensivo alvinegro não conseguiu se posicionar nem no 4-4-2 e nem no 4-2-3-1- e, por fim, a troca de posição durante a ação ofensiva entre Marcelo e Bady (Reprodução: Sportv/ PFC).

Já neste flagrante, nota-se o espaço, novamente, o sistema defensivo do Figueirense desestruturado e segundo antes do primeiro gol do Atlético-PR. Por esta imagem, o espaço entre a linha defensiva e a do meio-de-campo foi utilizado por Dellatorre que partiu da esquerda para o centro. Com esta movimentação, Jefferson – o lateral-direito do time catarinense- e França – o volante mais próximo- não sabiam quem marcava a movimentação de Dellatorre e ele acabou fazendo o primeiro gol rubro-negro (Reprodução: Sportv/ PFC).

Com o gol sofrido, Argel Fucks começou a retirar as peças da equipe que não estavam rendendo ofensivamente. Como foram os casos de Marco Antônio e Mazola. Estes dois meias abertos do Figueirense pouco atuaram ofensivamente, e nos seus lugares entraram Vitor Júnior e Léo Lisboa. Porém, entre as duas substituições, Bady fez o segundo gol do Atlético-PR. Segundo gol entrelinhas no sistema defensivo alvinegro.

Pelo heatmap de Marco Antônio, percebe-se como este jogador pouco atuou ofensivamente. Já que a sua área de atuação restringiu pela direita do terço central do campo. Como o Figueirense precisava reagir, a entrada de Vitor Júnior em seu lugar foi providencial (Fonte: Footstats).

     Agora com o Figueirense partindo para o ataque, o Atlético-PR conseguiu realizar o terceiro gol da maneira que mais gosta e no local que deu certo contra o Figueirense: através de contra-ataque e entre a linha defensiva e a do meio-de-campo do time catarinense.

Fim de partida: Atlético-PR, no 4-2-3-1, 3 x 0 Figueirense, no 4-2-3-1.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)