sábado, 8 de novembro de 2014

Galo forte e vingador faz o impossível e chega forte pra decisão!

A equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo entrou em campo no tradicional 4-4-2, com Eduardo da Silva e Nixon na frente.

O Atlético-MG foi num 4-2-3-1 que tinha Carlos mais à esquerda, Tardelli na referência, Maicosuel mais centralizado e Luan aberto na direita, apesar de que inicialmente Maicosuel voltava mais à esquerda sem a bola, enquanto que Carlos alinhava-se com Tardelli e com a posse de bola, buscava ser a referência central no ataque, empurrando a linha defensiva do Flamengo para trás. Porém, com os homens de frente flutuando bastante e sem posicionamento muito fixo num determinado setor. Destaque para a movimentação de Diego Tardelli, que flutuava no entrelinhas, recuando para oferecer linha de passe vertical ou diagonal ao portador da bola nas costas dos volantes, trabalhar o jogo e também pegar a bola de frente para tabelas progressivas na intermediária ofensiva. 

A equipe rubro-negra se organizou em blocos baixos, setores compactos e com a proposta de contra golpear. Porém, a proposta foi incapaz de ser efetuada, devido a forte marcação imposta pela equipe do Atlético-MG. 

Defensivamente, a equipe se organizou fechando duas linhas de 4 e deixando Eduardo da Silva e Nixon marcando a saída de bola atleticana. 
Ofensivamente, a equipe saia rápida no contragolpe, em poucas oportunidades, como foi no primeiro gol e se organizava no 4-2-3-1, com Eduardo da Silva na frente sozinho. A linha de três meias era formada por Nixon no meio centralizado, Everton na esquerda e Canteros na direita.

Sem a posse de bola, o Galo também era comportado taticamente e negava espaços ao adversário, posicionando-se predominantemente em bloco baixo no 4-4-2 em linhas e caracterizando-se pela curta compactação entre as linhas de defesa e meio, porém, com problemas de balanceamento das linhas para o lado atacado. Somente 7 jogadores faziam essa basculação em função da bola, já que os wingers atleticanos fixavam-se individualmente nos laterais do Flamengo, de modo que os wingers não fechavam por dentro quando a bola caía no flanco contrário, deixando muitos espaços entre eles e os dois volantes do Atlético, como pode-se observar no flagrante abaixo:

Winger oposto fixa-se no lateral. Repare o espaço entre ele e os dois volantes no entrelinhas mineiro. Espaço este que é inteligentemente ocupado por um jogador flamenguista na situação acima. 


O Flamengo tentava sair, mas o Atlético-MG não dava chances e não cedia contra-ataque ao Mengão, mas quando cedeu, o erro foi fatal. Observe a falha de marcação do sistema defensivo atleticano no gol do time carioca, marcado por Everton:

Marcos Rocha não recompõe o flanco direito pra fechar a tempo na linha de 4 e um jogador do Flamengo fica bem aberto para dar amplitude ao ataque e tentar explorar suas costas. Everton progride por dentro e TRÊS jogadores do Atlético-MG fazem uma pressão tripla dele(portador da bola). Porém, Everton consegue a vitória pessoal. Repare o espaço deixado pela saída de Leonardo Silva da linha defensiva para pressionar Everton. Eduardo da Silva fecha em diagonal curta pra área, atraindo o lateral-esquerdo Douglas Santos, enquanto que Jemerson(o zagueiro da esquerda) fica com um grande espaço para cobrir, porém, não consegue acompanhar Everton, que entra na área e bate cruzado, no canto esquerdo do goleiro Victor. 


Os mineiros tinham dificuldade de propor jogo com bola no chão e criação de espaços na defesa dos cariocas, que marcavam muito bem compactados atrás da linha da bola e com certa agressividade para dificultar a progressão com muita tranquilidade por parte do Atlético. Por isso, o Galo apostava bastante na arma que o consagrou na América do Sul: A bola aérea. Atacava muito pelos flancos e principalmente pela direita, com Luan abrindo pra trabalhar bola com Marcos Rocha, Maicosuel aprofundando ao centro para topar com a linha defensiva carioca e junto com Tardelli igualando o 2x2 com os zagueiros, enquanto que Carlos fechava no facão em diagonal, atraindo o lateral oposto. Outra arma do Galo para a bola aérea, principalmente nos lances de bola parada e escanteios ofensivos era Leonardo Silva, que além da ótima estatura também tem muita impulsão e ótimo tempo de bola, e ficava na segunda trave ou fazia a diagonal curta pro meio da área. Na reta final da partida, passou a atuar bem enfiado na linha de ataque quando Levir Culpi soltou os laterais para atacarem simultaneamente e buscou mais velocidade e explosão com a entrada de Marion e também do jovem Dodô. Com o tempo, Dátolo passou a atuar mais avançado, projetando-se pros rebotes ofensivos e segundas bolas, e alcançando a linha dos meias, de modo que o setor ofensivo atleticano passava a ter 5 jogadores circulando num intenso sistema de rotação ofensiva, com total liberdade de movimentação. 

A segunda etapa só deu Atlético. O Fla pouco jogou. Ficou atrás, esperando, intensificando ainda mais sua proposta reativa, pressionado e sem posse de bola. De tanto ficar atrás e não conseguir sair, o Fla sofreu o segundo gol. O Fla não assustava o goleiro atleticano. O Fla perdeu o meio-campo, falhava na saída de bola e não conseguia sair de trás, ficar com a bola e retê-la em campo ofensivo.

Luxemburgo tentou, mas errou duas vezes. Tirou Nixon e colocou Elton. Tirou Everton e colocou Mattheus. Tentava movimentação, prender a bola, mas a bola não saia do campo de defesa rubro-negro. Em vão. Galo 4x1 Fla.

O que realmente fez a diferença para o Atlético-MG foi a persistência, entrega, raça, superação e muita coragem. Foi com tudo pra cima do Flamengo e sem medo de ser feliz. Em torneios como a Copa do Brasil, também é preciso correr riscos para alcançar as metas e objetivos. Agora chega fortalecido para a final mineira contra o maior rival(Cruzeiro) e com boas chances de título.



*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz) e Daniel Barud(@BarudDaniel)