Em
um jogo em que nenhum dos dois times ainda luta por algo no Campeonato
Brasileiro, Atlético-PR e Santos empataram por 1 x 1. Apesar do placar, esta
partida serviu para que os dois técnicos fizessem ajustes táticos dos quais não
haviam conseguido até então no Brasileirão. Para este empate, o Furacão começou
no 4-2-3-1 e o Peixe no 4-3-3:
Atlético-PR
no 4-2-3-1 e Santos no 4-3-3
De
ajuste tático pelo lado do Atlético-PR, durante o primeiro tempo, Claudinei
Oliveira conseguiu fazer com que os seus dois wingers marcassem o setor em vez
do só o lateral adversário mais próximo. Isto pode não apresentar tanta mudança
significativa, porém o Santos não tinha este balanço defensivo do winger oposto
do lado da bola e, por consequência, aconteceu isto durante a primeira etapa:
O
Santos formou o seu sistema defensivo com os seus três volantes balançando
defensivamente para o lado da bola e Lucas Lima e Robinho marcando somente o
lado adversário. Como no caso do ataque do Atlético-PR acima –com a bola sendo
virada através de passes curtos até chegar em Marcelo-, quando Robinho partiu
para marcar o seu setor, que era onde Marcelo estava, já era tarde e o atacante
rubro-negro já havia finalizado dali –pois estava livre de marcação
(Reprodução: Sportv/ PFC).
Durante
todo primeiro tempo, o Furacão conseguiu finalizar três vezes fazendo o mesmo
tipo de virada de jogo: através de passes curtos, vira-se o lado do ataque e
arremata no espaço entre o winger oposto e o volante do Santos. O primeiro de
baixo para cima é o arremate de Marcelo –já demonstrado anteriormente-, já o
segundo o de Bady e o terceiro de Paulinho Dias foram entre Souza e Lucas Lima
(Fonte: whosocored).
Apesar
de que o Atlético-PR estava mais organizado taticamente em campo, foi o Santos
quem abriu o placar na primeira etapa. Gol da mudança de posicionamento do
jogador referência do Peixe. Durante a partida toda, o time paulista procurava
o lado esquerdo para, assim, acionar Robinho. Era tanta procura por ele, que o
Santos apresentou um heatmap com grande incidência pelo lado esquerdo, já o “Rei
das pedaladas” atuou por somente este setor do campo.
Pelos
heatmaps do Santos e de Robinho, veja o quanto que o Peixe jogou para e pelo
camisa 7 alvinegro. A equipe procurava o “Rei das pedaladas” constantemente
pela esquerda, porém o seu gol foi quando ele saiu deste setor e arrematou pela
faixa central do campo. Saída providencial para sair da marcação do lateral
adversário (Fonte: Footstats).
No
intervalo, Claudinei Oliveira colocou Hernani no lugar de Deivid. Com esta
substituição, o Atlético-PR ganhou em saída de bola, volume de jogo ofensivo,
passou a marcar pressão desde a saída de bola adversária, com rápida troca de
ação de jogo e passou a propor o jogo. O gol de Cleberson, aos 4 minutos, foi
consequência de toda esta mudança tática da equipe rubro-negra.
Já o
Santos foi para o segundo tempo com mudança em seu esquema. Para a segunda
etapa, Enderson Moreira fez o time jogar no 4-3-1-2/ 4-3-2-1, pois deste modo o
sistema defensivo alvinegro não precisaria mais contar com Robinho e nem Lucas
Lima. E assim, tendo nos três volantes a necessidade de balançar defensivamente
para o lado da bola.
Sem
a necessidade mais de Lucas Lima e Robinho fazerem parte do sistema defensivo,
os dois passaram a ter mais funções ofensivas e os três volantes não mais
atacaram. A subida simultânea dos laterais continuava, mas Cicinho e Caju
procuravam direto Lucas Lima e Robinho em vez de passar pelos seus volantes.
Ainda
precisando fazer gols, Claudinei Oliveira colocou Douglas Coutinho e Mario
Sérgio nos lugares de Dellatorre e do contundido Sueliton. O esquema tático não
mudou, mas o balanceamento defensivo para o lado da bola do winger oposto
deixou de existir no segundo tempo. A angústia pelo gol era enorme pelo lado do
Atlético-PR.
Já
pelo lado do Santos, a procura de manter o placar era grande. Pois o time
ficava enrolado para repor a bola e as substituições de Enderson Moreira foram
para buscar o contra-ataque fatal. Rildo e Alan Santos nos lugares de Leandro
Damião e Souza aumentaram as possibilidades ofensivas e a marcação no
meio-de-campo. Porém nem o Atlético-PR e nem o Santos conseguiu fazer o segundo
gol no jogo.
Fim
de partida: Atlético-PR no 4-2-3-1 e Santos no 4-3-3
Por
Caio Gondo (@CaioGondo)