sexta-feira, 8 de maio de 2015

Guia tático do Brasileirão 2015: Vasco

O título estadual do Vasco é o símbolo da afirmação de um clube que busca retomar o caminho das conquistas nacionais. Um ótimo início de ano, porém o Campeonato Brasileiro reserva desafios bem maiores, e pode mostrar ao torcedor uma realidade que talvez não empolgue.


Após uma série de testes no início da trajetória cruzmaltina no Carioca, o treinador Doriva definiu o 4-2-3-1 como a formação principal de sua equipe. Gerenciando bem o elenco limitado que possuía nas mãos conseguiu ser competitivo, baseando-se na organização e na solidez defensiva, virtudes que costumam ser relevantes no Campeonato Brasileiro. Em termos ofensivos, o Vasco busca realizar transições ofensivas rápidas, geralmente saindo pelos lados, aproveitando-se da velocidade de Julio dos Santos e Rafael Silva. Pela direita, Madson apoia bastante, utilizando o corredor gerado quando Julio dos Santos põe-se a articular pelo centro. No meio, Dagoberto constantemente encosta em Gilberto, aumentando a presença ofensiva, ou inverte posições com Rafa Silva, sendo este último decisivo quando aproxima-se da meta adversária. As bolas paradas são exaustivamente treinadas por Doriva e se configuram como importante arma ofensiva para o Vasco. Defensivamente, a meta de Martín Silva é protegida por duas linhas de quatro, com Dagoberto à frente e Gilberto mais livre. A pressão à saída de bola adversária é esporádica, e normalmente na fase defensiva a equipe prefere posicionar-se no próprio campo em bloco baixo.

Os jogos decisivos do Vasco no Estadual foram imprescindíveis para a afirmação de alguns atletas na equipe titular, assim como para a perda de espaço de outros. Marcinho, que teve um bom início de campeonato, há tempos já não vinha tendo boas atuações, e foi sacado no último jogo. Já Rafael Silva, decisivo nos últimos jogos, parece ter assegurado sua vaga no lado esquerdo. 

Martín Silva, assim como a dupla Luan e Rodrigo transmitem segurança. Pela direita Madson é veloz e incisivo no apoio, e seguro na fase defensiva. Com a chegada de Julio César, ex-Botafogo, à lateral-esquerda, a equipe deverá se tornar mais sólida, pois o atual lateral Christiano destoa dos seus companheiros de setor. 

Na volância, Guiñazu e Serginho são efetivos defensivamente, porém no âmbito ofensivo contribuem pouco. O recém-chegado Diguinho, ex-Botafogo e Fluminense, deve brigar por uma vaga neste setor. À frente, Julio dos Santos é absoluto, pois supre em parte a falta de um bom passador no meio, e além disso forma com Madson uma boa dupla pela direita. Na esquerda Rafa Silva se tornou incontestável, sendo bastante acionado pelos companheiros. Suas arrancadas em velocidade, e sua diagonal incisiva buscando o gol o tornam figura fundamental no atual Vasco. No centro, Dagoberto é a opção de vez, porém sua irregularidade faz com que seus concorrentes Bernardo e Marcinho tenham chances de tomar seu espaço. A experiência, a qualidade na finalização, e o bom entendimento com Rafa Silva pesam a favor de 'Dagol'.

No ataque, Gilberto faz bem o papel de pivô, finaliza com precisão, tem mobilidade e impõe-se fisicamente sobre os defensores adversários. Poucas equipes no futebol brasileiro tem atualmente um atacante desse nível.

As longas 38 rodadas do Campeonato Brasileiro exigem de seus competidores mais do que um bom time, mas também um bom elenco. Neste sentido, o Vasco larga atrás de muitas outras equipes. A falta de criatividade para situações de gol também é algo preocupante para este início de caminhada. Por outro lado, o Brasileirão costuma premiar boas defesas, o que é positivo ao Gigante da Colina, que vai depender principalmente desse aspecto para realizar uma boa campanha em 2015.