O time do técnico Diego Aguirre - que começou oscilando, mas parece ter conquistado a confiança do alto escalão Colorado - se sagrou campeão Gaúcho pela 5a vez consecutiva com 8 dos seus 11 titulares revelados na base do clube. William, Gefferson e Rodrigo Dourado, os debutantes na temporada, conquistaram a titularidade rapidamente e não saíram mais do time. Valdívia e Sasha cresceram e se tornaram fundamentais. Somam-se a eles Alisson, Alan Costa e Nilmar - que apesar de ser o veterano desta turma (30 anos), está na sua terceira passagem e voltou a jogar grande futebol no time que o revelou.
TIME-BASE:
Alisson; William, Alan Costa, Juan e Gefferson; Rodrigo Dourado, Aranguiz, Valdívia, D'Alessandro e Sasha; Nilmar. Este não é o time que começa a competição, já que o Inter usará reservas contra o Atlético-PR, mas é o time que têm sido escalado por Aguirre quando o treinador tem todos os jogadores em plenas condições. Neste sistema, o time sai muito mais pelo lado direito do que pelo esquerdo, já que William é a válvula de escape da equipe. Sasha e Valdívia voltam à todo o tempo pelos lados para fazer a recomposição defensiva e raramente deixam William e Gefferson no 2x1 contra os adversários. Por vezes, o 4-2-3-1 dá lugar ao 4-4-1-1, e Dale fica mais preso ao ataque, sem a necessidade de realizar tantas tarefas defensivas.
4-2-3-1 Colorado: Volantes alinhados, wingers fazem o vai-e-vem para recompor defensivamente
Além de raramente repetir a escalação, Aguirre mexe muito também no jeito de defender da equipe. Na final do Gauchão, o Inter marcou em bloco baixo, com o combate ao adversário sendo executado só a partir da linha de meio do campo, e sendo efetuado pela segunda linha de meio - Nilmar e D'Alessandro apenas observavam os adversários. Já na última partida do time, o empate em 2 a 2 com o Galo pela Libertadores, o que se viu foi um time postado em bloco alto, fazendo a marcação-pressão sobre os adversários - fato que inclusive culminou no gol de Lizandro Lopez, num lance onde o próprio centroavante aproveitou-se de um erro do adversário. O estilo de marcação do time deve se definir de maneira mais concreta ao longo do campeonato.
PONTO FORTE:
O grande diferencial da versão Inter 2015 na comparação com ele mesmo é a alta velocidade. Com muitos jovens no elenco, o Colorado se modernizou e agora consegue fazer as transições defesa-ataque e ataque-defesa de maneira rápida. No estadual, as triangulações rápidas de Nilmar, Sasha e Valdívia desnortearam as retrancas adversárias. D'Alessandro ou Alex são os maestros do trio, que por vezes tem a figura de Jorge Henrique substituindo um dos dois garotos.
PONTO FRACO:
A lateral-esquerda. Desde a saída de Fabrício, dispensado após insultar torcedores Colorados e ser expulso em um jogo do Gauchão, o Inter ainda busca uma solução para o lado esquerdo. Gefferson entrou e rapidamente se firmou no time, mas o jovem, embora tenha qualidade no aspecto defensivo, apresentou certa limitação na hora de apoiar o ataque. Com a lesão dele, Aguirre têm utilizado o zagueiro Ernando improvisado no lado. A direção não descarta reforçar o setor
Fabrício, em seu momento de fúria:
saída deixou uma lacuna no lado esquerdo
(Foto: GE.com)
O CARA:
Valdívia, o "Pokopika", como gosta de ser chamado. O jovem de apenas 20 anos se firmou, passou a jogar um futebol de alta intensidade e tem aliado às boas atuações a gols - ele é o artilheiro Colorado na temporada. Queridinho da torcida, Valdívia já apresenta melhor futebol que o seu "xará" Palmeirense, e deve ter em 2015 o grande ano da sua carreira.
CANDIDATO A REVELAÇÃO:
Rodrigo Dourado. Aos 20 anos, o jovem natural de Pelotas entrou no time para não sair mais. Nico Freitas e Nilton, contratados para fazer a primeira função do meio, tem sido preteridos para que o garoto seja escalado. Aliando bom passe a muita pegada na marcação, Dourado se firmou rapidamente no time e deve ser candidato ao posto de revelação do Campeonato.
Dourado: mistura de pegada e técnica em prol do Colorado
(Foto: assessoria S.C. Internacional)
