sábado, 13 de junho de 2015

PERU, COLÔMBIA E VENEZUELA: COMO JOGAM OS RIVAIS DO BRASIL NO GRUPO C DA COPA AMÉRICA

O começo exitoso do segundo ciclo de Dunga, terá enfim, a real medida de evolução nessa Copa América. No Grupo C, a Colômbia se candidata como adversário pela primeira vaga. A seleção de Pekerman possuí um jogo vistoso, de toque, talento individual e seu lírico tridente criativo -  Cuadrado, James Rodriguez e Radamel Falcao. O Peru dirigido por Ricardo Gareca, deixou uma boa impressão nos últimos amistosos sob  batuta de Carlos Lobatón, somado ao entrosamento da dupla de ataque formada por Jefferson Farfán e Paolo Guerrero. A Venezuela corre por fora, apesar de seu jogo tradicionalmente sólido e a individualidade de Cesar "Maestrico" Gonzalez, Juan Arango e Salomón Rondón.
 
PERU
 
 
Ricardo Gareca conduziu a seleção peruana em dois amistosos: derrota para a Venezuela por 1 a 0  e empate contra o México em 1 a 1 na última sexta. O treinador argentino sabe que a meta é devolver o Peru a um Mundial, fato que não ocorre desde 1982. Missão dura, com um país marcado pela falta de renovação e uma liga enfraquecida. El Tigre vem apostando no 4-2-3-1, o mesmo sistema utilizado em sua fugaz e infeliz passagem pelo Palmeiras. O goleiro Pedro Gallese do Juan Aurich, venceu a disputa contra os experientes Salomón Libman e Diego Penny, devendo iniciar a Copa América como titular. Luiz Advíncula do Vitória de Setúbal segue como titular na lateral direita desde o ciclo de Sergio Markarian. Na esquerda, o veterano Joel Céspedes do Juan Aurich venceu a disputa com Yoshimar Yotun, graças a seu maior poder de marcação - o experiente Juan Manuel "El Loco" Vargas pode ser uma opçãp.  A dupla de zaga conta com  Carlos Zambrano, que atua no Eintracht Frankfurt,  ao lado do jovem Carlos Ascues do Melgar de Arequipa. Carlos Lobatón e Josepmir Ballón trazem o entrosamento do Sporting Cristal, onde se sagraram campeões nacionais em 2014. O veterano Lobatón é a fonte pensante do Peru, dando pausa e qualidade no primeiro passe. Ballón é o grande cão de guarda da defesa. Gareca parece ter acertado na escolha da rápida linha de armadores composta por Joel Sanchez da Universidad San Martin de Porres na direita, Christian Cueva do Alianza Lima pela esquerda e Jefferson "La Foquita" Farfán do Schalke O4 - ora como meia centralizado, ora como segundo atacante. Farfán e Guerrero fazem um boa dupla de ataque. Os dois destaques individuais de La Franja foram revelados no mesmo ano pelo Alianza Lima, trazendo entrosamento ímpar, gols e intensa movimentação na área rival. Claudio Pizarro deve ficar como opção, já que Gareca não simpatiza com a ideia de jogar com dois jogadores fixos na área. André Carrillo do Sporting Lisboa e Juan Manuel "El Loco" Vargas da Fiorentina são outras duas boas opções para Gareca no meio de campo da seleção albiroja.
 
COLÔMBIA
 

 
José Pekerman teve pouca chance de testar a excelente seleção colombiana em 2015. Bahrein e Kuwait foram amistosos sem nenhum critério técnico de escolha, seguindo a logica mercadológica de boa parte das federações do continente. Contra a Costa Rica, no último sábado em Buenos Aires, Pekerman colocou o que tem de melhor contra o duro time que chegou as quartas de final do último mundial. O time foi ao campo do Argentinos Juniors no 4-3-1-2, esquema fetiche de Pekerman - desde os tempos da sub 20 da Argentina -  com James Rodriguez como enganche e a dupla Jackson Martinez e Radamel Falcao na frente. O time varia constantemente para o 4-4-2 em linha com Juan Guillermo Cuadrado fechando o lado direito do meio campo e James fazendo o mesmo pelo flanco esquerdo. No ataque as opções são excelentes. Carlos Bacca teve uma temporada goleadora com a camiseta do Sevilha, inclusive, decidindo a final da Liga Europa contra o Dnipro. Jackson Martinez do Porto e Teófilo Gutierrez do River também brigam pela segunda vaga no ataque para jogar ao lado de Radamel Falcao Garcia. Juan Guillermo Cuadrado é o grande diferencial do time pelo lado direito, impondo velocidade e drible contra os laterais rivais. James Rodriguez, posicionado ora como enganche, ora como extremo esquerdo, dita o ritmo do meio com sua qualidade ímpar e passes entre linhas. Carlos Sanchez do Aston Villa segue como o cão de guarda do meio de campo. Edwin Valencia do Santos parece ser a primeira opção para fazer o "doble cinco" ao lado de Sanchez, ao passo que o ótimo Alexander Mejia do Monterrey, fica como segunda opção na posição de volante por esquerda. A linha defensiva teve duas mudanças em relação ao último mundial com a entrada de Jeison Murillo na zaga(posição que era do veterano Mario Yepes) ao lado de Cristian Zapata do Milan, além de Darwin Andrade na lateral esquerda, que ganhou a vaga de Pablo Armero. No gol, apesar da pouca presença no Arsenal, David Ospina segue intocável como titular, deixando Camilo Vargas do Atlético Nacional de Medellín como opção.
 
VENEZUELA
 


 La Vinotinto segue em busca daquele "passo a mais" para entrar definitivamente na briga pela quarta ou quinta vaga nas Eliminatórias para o Mundial de 2018. A Copa América é elemento transcendental em tal processo. Noel "Chita" Sanvicente foi o escolhido para substituir Cesar Farias, após conduzir o Zamora a dois títulos nacionais. Assim como no ciclo vitorioso com a equipe de Barinas, Sanvicente posicionou a Venezuela no último amistoso contra o Peru( vitória por 1 x0 em Março) no 4-2-3-1. O goleiro é Alain Baroja, vice-campeão do Clausura deste ano defendendo o arco do Caracas F.C. A linha defensiva é praticamente a mesma do ciclo de Cesar Farias com Roberto Rosales do Malaga, Oswaldo Vizcarrondo do Nantes, Fernando Amorebieta ex- Bilbao e Gabriel Cichero do Mineros de Guayana.  Cichero é o único que pode perder a posição de titular para Andrés Tuñez, que foi testado na lateral esquerda no amistoso contra o Peru. O meio de campo da Venezuela é repleto de jogadores técnicos. Tomas Rincón do Genoa e Luis Seijas do Independiente Santa Fé fazem uma dupla de volantes leve e de bom passe. O veterano Cesar Maestrico González, grande condutor do Deportivo Táchira - flamante campeão venezuelano - é junto de Tomás Rincón, quem dita o ritmo da Vinotinto. O histórico Juan Arango chega para seu último ciclo na seleção, disputando a posição de extremo com Alejandro Guerra do Atlético Nacional de Medellín. Do lado esquerdo, o jovem Josef Martínez do Torino, é a grande válvula de escape, impondo um jogo físico e de velocidade; foi dele o gol da vitória contra o Peru no último amistoso. No comando de ataque, Salomón Rondón tenta seguir com a ótima temporada realizada no Zenit, onde foi campeão russo anotando 13 gols.