O
Atletiba 363 foi jogado da maneira como se espera em um clássico: com
intensidade, tática e os times explorando o que têm de bom e o que tem de ruim
na equipe adversária. No primeiro derby após o fechamento da Arena da Baixada
para a reforma da Copa do Mundo, Atlético-PR e Coritiba terminaram empatados
por 2 x 2. Para o início dessa partida, ambos os times começaram no 4-2-3-1:
Atlético-PR
no 4-2-3-1 com a volta da titularidade de Felipe na meia central e Coritiba no
mesmo esquema tendo Esquerdinha como “surpresa” entre os 11 iniciais de Ney
Franco.
Assim
como qualquer início de clássico, o jogo começou nervoso e mais para o lado do
Atlético-PR. Já que esse time não demonstrou a mesma compactação curta e
intensidade em todas as fases de jogo da mesma maneira que atuara nos demais
jogos nesse Brasileirão. Com a surpresa na escalação, o Coritiba começou
realizando as primeiras finalizações da partida. Isso graças às movimentações
de Wellington Paulista e Marcos Aurélio –já que o último passou a atuar na meia
central e com a mesma função de quando atuara no Ceará: de ponta-de-lança.
Na
referência do ataque, Wellington Paulista jogou como um “9 móvel”: ele fez a
referência do ataque e, também, se movimentava para os lados. Com essa
movimentação para os lados desse atacante e as projeções de Marcos Aurélio como
ponta-de-lança, o sistema ofensivo alviverde surpreendeu inicialmente (Fonte:
Footstats).
Na
meia central e com função de ponta-de-lança, Marcos Aurélio pouco participava
da “criação” da jogada, mas realizava as suas funções com eficiência: no terço
central, ele se projetava nos espaços vazios da linha defensiva adversária –no flagrante
acima, esse jogador vai no espaço onde Eduardo não voltou para compor o lado
direito do Furacão- e realizava o “último” passe –tanto que foi do camisa 80 o último
“toque” antes do gol de Wellington Paulista.
Até
o primeiro gol sofrido, o Atlético-PR demonstrou o que faria até o fim da
partida: procurava propor o jogo através de passes curtos desde o seu goleiro,
mas pouco revertia a maior posse de bola (terminou com 59,3%) em finalizações.
Ao todo, foram seis na meta de Bruno. A primeira foi logo convertida em gol:
Walter empatou o jogo, logo após cinco minutos de o Coxa ter aberto o placar.
No
início do lance do gol de Walter, nota-se as duas linhas de quatro coxa-branca,
Marcos Aurélio à frente delas e o sistema ofensivo rubro-negro atuando
taticamente como de costume: Felipe na entrelinha adversária, Douglas Coutinho
já entrando na diagonal, amplitude criada por Eduardo (lateral-direito) e Ytalo
(winger esquerdo), Walter atraindo a marcação dupla adversária e o time sendo “armado”
pelos volantes. Cruzamento de Hernani para Ytalo, “assistência de Ytalo para
Walter e gol do camisa 18 do Furacão.
Após
o gol, a partida voltou à maneira que estava, porém com uma variação: a
marcação entre intermediárias do Coritiba se organizou e não deixava o
Atlético-PR sair com uma bola limpa. Para essa fase de jogo, o Coxa começava a
sua marcação na intermediária rubro-negra –assim deixava os zagueiros saírem
com a bola- e após o primeiro passe deles, a intensidade tomava conta dos
jogadores coxa-brancas: devido ao balanceamento defensivo da equipe, a dobra e
até a tripla marcação no adversário com a bola passava a ser possível já em
campo ofensivo alviverde. Era dificuldade de Ney Franco em cima do conceito de
jogo o qual Milton Mendes colocou no Furacão.
Através
desse vídeo, nota-se onde o Coritiba se posicionava inicialmente na transição
ataque-defesa, como o balanceamento defensivo alviverde contribuía para o
auxílio na marcação do adversário com a bola e por onde Marcos Aurélio se
projetava para receber a bola.
Para
o segundo tempo, o posicionamento do Atlético-PR não alterou, todavia a
eficiência do time diminuiu: enquanto que no primeiro tempo, o Furacão converteu
a maior posse de bola sete finalizações (três no gol e quatro para fora), na
segunda etapa, o Rubro-Negro realizou sete arremates (duas no gol e cinco para
fora). Apesar do menor acerto, o seu segundo gol saiu aos 38 –gol de Edigar
Junio.
Para
chegar até o gol, Milton Mendes teve que alterar três peças do seu quarteto
ofensivo: entraram Giovanni, Edigar Junio e Dellatorre nos lugares de Felipe,
Ytalo e Douglas Coutinho, respectivamente. Uma vez que os wingers da equipe não
estavam compreendendo o “time” para entrarem na diagonal e realizarem as suas
funções ofensivas, Edigar Junio e Dellatorre “consertaram” o sistema ofensivo
tático do Furacão – o segundo gol rubro-negro saiu novamente após o
posicionamento inteligente desse sistema do time mandante.
Para
o segundo tempo, Milton Mendes, dos titulares, só deixou Walter até o fim do
jogo. Um dos motivos para o qual Ytalo saiu está sendo demonstrado acima: com a
bola na esquerda do ataque, Ytalo entrou na diagonal –devido à ânsia de querer
fazer o gol- e, desse modo, abandonou das suas funções táticas. Sem Ytalo por
perto, Natanael acabou cruzando a bola já na intermediária ofensiva e não perto
da linha de fundo, onde as chances de gol são maiores (Errata: onde está
Felipe, lê-se Giovanni).
Já
com Edigar Junio e Dellatorre, o sistema ofensivo tático do Atlético-PR voltou
ao “normal”: os dois passaram a realizar a amplitude ofensiva e, assim, alargaram
a linha defensiva adversária. Com esse alargamento, Walter pôde explorar o
espaço entre Henrique e Leandro Silva e, desse modo, iniciar a jogada do
segundo gol rubro-negro no jogo.
No
entanto, antes do Furacão ter feito o seu segundo gol, o Coritiba já havia feito
o seu segundo tento. Da mesma maneira de como saiu o primeiro gol alvi-verde, o
Coxa iniciou o seu segundo através de uma projeção de Marcos Aurélio nas costas
de Eduardo.
Da
mesma maneira de como iniciou o primeiro gol do Coritiba, o segundo foi
realizado: Marcos Aurélio se projeta no espaço vazio deixado após o apoio de
Eduardo ao ataque rubro-negro.
Com
as expulsões de Wellington Paulista e Norberto e as entradas de Hélder, Rafhael
Lucas e Lúcio Flávio nos lugares de Cáceres, Esquerdinha e Ruy, respectivamente,
o Coritiba terminou em um 3-4-1 e o Atlético-PR em seu 4-2-3-1 com amplitude e
atacando com mais jogadores. Entretanto, o placar se manteve em 2 x 2.
Com
as substituições e alterações, as equipes terminaram desse jeito.
Por @CaioGondo