segunda-feira, 22 de junho de 2015

Empate no primeiro Atletiba após a reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo

O Atletiba 363 foi jogado da maneira como se espera em um clássico: com intensidade, tática e os times explorando o que têm de bom e o que tem de ruim na equipe adversária. No primeiro derby após o fechamento da Arena da Baixada para a reforma da Copa do Mundo, Atlético-PR e Coritiba terminaram empatados por 2 x 2. Para o início dessa partida, ambos os times começaram no 4-2-3-1:

Atlético-PR no 4-2-3-1 com a volta da titularidade de Felipe na meia central e Coritiba no mesmo esquema tendo Esquerdinha como “surpresa” entre os 11 iniciais de Ney Franco.

Assim como qualquer início de clássico, o jogo começou nervoso e mais para o lado do Atlético-PR. Já que esse time não demonstrou a mesma compactação curta e intensidade em todas as fases de jogo da mesma maneira que atuara nos demais jogos nesse Brasileirão. Com a surpresa na escalação, o Coritiba começou realizando as primeiras finalizações da partida. Isso graças às movimentações de Wellington Paulista e Marcos Aurélio –já que o último passou a atuar na meia central e com a mesma função de quando atuara no Ceará: de ponta-de-lança.

Na referência do ataque, Wellington Paulista jogou como um “9 móvel”: ele fez a referência do ataque e, também, se movimentava para os lados. Com essa movimentação para os lados desse atacante e as projeções de Marcos Aurélio como ponta-de-lança, o sistema ofensivo alviverde surpreendeu inicialmente (Fonte: Footstats).

Na meia central e com função de ponta-de-lança, Marcos Aurélio pouco participava da “criação” da jogada, mas realizava as suas funções com eficiência: no terço central, ele se projetava nos espaços vazios da linha defensiva adversária –no flagrante acima, esse jogador vai no espaço onde Eduardo não voltou para compor o lado direito do Furacão- e realizava o “último” passe –tanto que foi do camisa 80 o último “toque” antes do gol de Wellington Paulista. 

Até o primeiro gol sofrido, o Atlético-PR demonstrou o que faria até o fim da partida: procurava propor o jogo através de passes curtos desde o seu goleiro, mas pouco revertia a maior posse de bola (terminou com 59,3%) em finalizações. Ao todo, foram seis na meta de Bruno. A primeira foi logo convertida em gol: Walter empatou o jogo, logo após cinco minutos de o Coxa ter aberto o placar.

No início do lance do gol de Walter, nota-se as duas linhas de quatro coxa-branca, Marcos Aurélio à frente delas e o sistema ofensivo rubro-negro atuando taticamente como de costume: Felipe na entrelinha adversária, Douglas Coutinho já entrando na diagonal, amplitude criada por Eduardo (lateral-direito) e Ytalo (winger esquerdo), Walter atraindo a marcação dupla adversária e o time sendo “armado” pelos volantes. Cruzamento de Hernani para Ytalo, “assistência de Ytalo para Walter e gol do camisa 18 do Furacão.

Após o gol, a partida voltou à maneira que estava, porém com uma variação: a marcação entre intermediárias do Coritiba se organizou e não deixava o Atlético-PR sair com uma bola limpa. Para essa fase de jogo, o Coxa começava a sua marcação na intermediária rubro-negra –assim deixava os zagueiros saírem com a bola- e após o primeiro passe deles, a intensidade tomava conta dos jogadores coxa-brancas: devido ao balanceamento defensivo da equipe, a dobra e até a tripla marcação no adversário com a bola passava a ser possível já em campo ofensivo alviverde. Era dificuldade de Ney Franco em cima do conceito de jogo o qual Milton Mendes colocou no Furacão.

Através desse vídeo, nota-se onde o Coritiba se posicionava inicialmente na transição ataque-defesa, como o balanceamento defensivo alviverde contribuía para o auxílio na marcação do adversário com a bola e por onde Marcos Aurélio se projetava para receber a bola. 

Para o segundo tempo, o posicionamento do Atlético-PR não alterou, todavia a eficiência do time diminuiu: enquanto que no primeiro tempo, o Furacão converteu a maior posse de bola sete finalizações (três no gol e quatro para fora), na segunda etapa, o Rubro-Negro realizou sete arremates (duas no gol e cinco para fora). Apesar do menor acerto, o seu segundo gol saiu aos 38 –gol de Edigar Junio.

Para chegar até o gol, Milton Mendes teve que alterar três peças do seu quarteto ofensivo: entraram Giovanni, Edigar Junio e Dellatorre nos lugares de Felipe, Ytalo e Douglas Coutinho, respectivamente. Uma vez que os wingers da equipe não estavam compreendendo o “time” para entrarem na diagonal e realizarem as suas funções ofensivas, Edigar Junio e Dellatorre “consertaram” o sistema ofensivo tático do Furacão – o segundo gol rubro-negro saiu novamente após o posicionamento inteligente desse sistema do time mandante.

Para o segundo tempo, Milton Mendes, dos titulares, só deixou Walter até o fim do jogo. Um dos motivos para o qual Ytalo saiu está sendo demonstrado acima: com a bola na esquerda do ataque, Ytalo entrou na diagonal –devido à ânsia de querer fazer o gol- e, desse modo, abandonou das suas funções táticas. Sem Ytalo por perto, Natanael acabou cruzando a bola já na intermediária ofensiva e não perto da linha de fundo, onde as chances de gol são maiores (Errata: onde está Felipe, lê-se Giovanni).

Já com Edigar Junio e Dellatorre, o sistema ofensivo tático do Atlético-PR voltou ao “normal”: os dois passaram a realizar a amplitude ofensiva e, assim, alargaram a linha defensiva adversária. Com esse alargamento, Walter pôde explorar o espaço entre Henrique e Leandro Silva e, desse modo, iniciar a jogada do segundo gol rubro-negro no jogo. 

No entanto, antes do Furacão ter feito o seu segundo gol, o Coritiba já havia feito o seu segundo tento. Da mesma maneira de como saiu o primeiro gol alvi-verde, o Coxa iniciou o seu segundo através de uma projeção de Marcos Aurélio nas costas de Eduardo.

Da mesma maneira de como iniciou o primeiro gol do Coritiba, o segundo foi realizado: Marcos Aurélio se projeta no espaço vazio deixado após o apoio de Eduardo ao ataque rubro-negro.

Com as expulsões de Wellington Paulista e Norberto e as entradas de Hélder, Rafhael Lucas e Lúcio Flávio nos lugares de Cáceres, Esquerdinha e Ruy, respectivamente, o Coritiba terminou em um 3-4-1 e o Atlético-PR em seu 4-2-3-1 com amplitude e atacando com mais jogadores. Entretanto, o placar se manteve em 2 x 2.

Com as substituições e alterações, as equipes terminaram desse jeito.

Por @CaioGondo