quinta-feira, 30 de julho de 2015

Galo e São Paulo protagonizaram jogaço no Mineirão. São Paulo foi ofensivo e criou, mas Galo foi eficiente

Mineirão lotado, com a massa atleticana apoiando os noventa minutos, o que se esperava era que o Galo começasse o jogo com a sua habitual intensidade no 4-3-1, povoando o campo de ataque com bastante volume de jogo, mas o São Paulo conseguiu neutralizar nos primeiros momentos Rafael Carioca, impedindo que a criação atleticana fluísse, e com isso o Tricolor Paulista avançou a marcação no ofensivo 3-4-1-2 que parece mais um 3-4-3 já que Ganso e nem os dois atacantes ajudam defensivamente.

O São Paulo contava com Rafael Tolói como "lateral-zagueiro" pela direita para bater de frente com Thiago Ribeiro, imprimindo intensidade ora com bola no chão e troca de passes ou retomada de bola em velocidade, com Michel Bastos de segundo volante qualificando o passe e a saída na meia cancha. 

No frame tático acima, o 3-4-3 do São Paulo, e o "2-3-1" do sistema tático do Galo, (Reprodução: TV Bandeirantes)

Mas o Galo conseguiu se ajustar e abriu o placar pegando o São Paulo no contragolpe, usando Marcos Rocha, a válvula de escape do time mandante quando não consegue propor o jogo. Rodrigo Caio errou na cobertura e gerou um buraco, e com isso o lateral direito encontrou Lucas Pratto que infiltrou livre para marcar o primeiro de seus três gols na partida.

O Atlético Mineiro então pôs a bola no chão, e com Rafael Carioca mais a vontade para jogar, começou a imprimir o seu habitual estilo de jogo, avançou as suas linhas, compactou-se, e com a linha de defesa avançada, fazendo também a linha de impedimento e o São Paulo manteve-se ofensivo, mas faltou frieza para Alexandre Pato que teve duas chances imperdíveis. Em meio a isso o Galo ampliou, graças a outra cobertura mal realizada, onde Rafael Tolói deixou outro buraco para Lucas Pratto infiltrar a frente de Lucão e ampliar.

 Bem postado, Galo bloqueou a saída de bola do São Paulo fechando linhas de passe. Giovanni Augusto interceptou passe de Hudson e serviu Lucas Pratto que novamente infiltrou com inteligência nos espaços deixados pelo trio de defesa do São Paulo, e marcou o seu terceiro gol na partida.



Na volta do intervalo o São Paulo não mudou muito, avançou a marcação, enquanto que o Galo se compactava e guardava o resultado com Carlos na vaga de Cardenas, mas não deixava de jogar, alternando posse de bola e momentos de jogo reativo, jogando com inteligência. A entrada de Centurion no lugar de Hudson fez o São Paulo mudar para o 4-2-3-1 com Lucão de volante. O argentino se tornou a referência quando Boschilia entrou aberto pela direita, e Auro entrou no lugar de Reinaldo, obrigando Levir Culpi por Danilo Pires para vigiar os avanços do lateral direito improvisado na esquerda, mas o jogador atleticano pouco contribuiu para o jogo. Pato diminuiu, mas o São Paulo não demonstrou mais força para conseguir buscar o resultado.

Pensando a longo prazo, a filosofia de jogo de Osório aos poucos vai sendo percebida, mas também precisa ajustada. O treinador quer que a equipe controle o jogo para vencer, mas é preciso também que as coberturas sejam coordenadas, que a tomada de decisão dos jogadores seja mais inteligente, e que o lado emocional do São Paulo que quando toma gol não consegue (ou demora) para reagir, seja trabalhado. O Galo é candidato ao título. Time bem treinado, eficiente, inteligente e intenso, dentro ou fora de casa, que sabe se comportar as mais diversas situações de jogo.

De fato foi um jogaço no Mineirão, com as nuances do futebol atual: intensidade e compactação sem deixar de ser ofensivo. Venceu aquele que foi mais eficiente.

Por Diogo R. Martins (@diogorm013)