domingo, 9 de agosto de 2015

A análise tática de Ponte Preta 1x0 Flamengo

A disposição tática de Ponte Preta e Flamengo. Foi frequente nessa partida a movimentação de Guerrero para a esquerda, abrindo espaços para as incursões de Emerson e Alan Patrick.
Na tarde de hoje, Doriva realizou seu jogo de estreia no comando da Ponte Preta, exibindo o desenho tático 4-2-3-1. A proposta era reativa, com transições rápidas ou bolas longas para os flancos. Os velozes Biro Biro e Felipe Azevedo foram importantes para a boa aplicação dessa proposta. Nos momentos em que o jogo precisava ser construído com mais calma, as figuras centrais eram Bady e Fernando Bob, ambos com bons atributos para a realização de passes contundentes. Outro destaque vai para os laterais Gilson e Rodinei, que não subiam com frequência, e trabalhavam mais por dentro em alguns momentos, tiveram um papel relevante na qualidade da saída e na troca de passes em geral. Defensivamente, a equipe optou por não pressionar a saída adversária, mantendo-se no próprio campo no 4-4-2 ou no 4-4-1-1, em bloco baixo e com linhas próximas.

O Flamengo de Cristóvão Borges iniciou no 4-2-3-1. Propondo o jogo, a equipe rubro-negra buscou circular a bola com calma, através de passes curtos. O trabalho de construção de jogadas era mais frequentemente realizado por Canteros e Alan Patrick. Canteros com frequência escoava a bola pela lateral direita com Pará ou Emerson, enquanto Alan Patrick recuava entre os volantes para buscar a bola, acionando principalmente Jorge e Éverton pela esquerda. Ambos os laterais atacavam os lados de forma agressiva, Pará utilizando mais os cruzamentos, e Jorge buscando tabelas e infiltrações. Defensivamente, havia pressão ocasional dos três homens mais avançados, porém normalmente a equipe posicionava-se no 4-4-1-1 em bloco médio.

O domínio da posse foi rubro-negro desde o início, assim como as primeiras oportunidades de finalização, no entanto, a dificuldade de penetrar no forte sistema defensivo da Ponte era grande. A equipe de Campinas, por sua vez, não fazia questão de reter a bola, buscando chegar rapidamente ao ataque utilizando bolas longas, ao recuperar a posse, e assim conseguiu criar algum perigo. Dos laterais Gilson e Rodinei muitas vezes partiam longos passes verticais aos wingers, a maioria sem sucesso, porém. 

A movimentação dos jogadores de frente do Flamengo era intensa, e pelo lado esquerdo surgiram as melhores chances do primeiro tempo. Pelo lado da Ponte, boas oportunidades foram criadas a partir de passes de Fernando Bob e Bady, com passes diagonais precisos aos wingers que faziam o facão.

Na segunda etapa, o cenário se manteve. Alan Patrick, que fez um bom primeiro tempo deu vaga a Luiz Antônio. Cristóvão manteve o 4-2-3-1, porém Luis Antônio fez uma função de mais chegada, encostando nos atacantes e caindo pelos espaços, enquanto Emerson passou a centralizar com mais frequência, construindo e trabalhando a bola por dentro. Na Ponte, Bady, ainda longe do ritmo ideal, saiu para a entrada de Cesinha, que foi realizar função semelhante.

Na bola parada, a equipe alvinegra abriu o placar com Pablo, e a partir daí, buscou reter mais a posse, e ao perdê-la, as linhas se tornaram ainda mais próximas, com os dez jogadores de linha na metade defensiva do campo. Do lado rubro-negro, a construção de jogo piorou, e a equipe pouco ameaçou o adversário, ao alçar bolas à área adversária de forma repetitiva e ineficaz até o fim da partida.

A Ponte Preta em duas linhas de quatro, compactas e realizando de forma razoável a basculação defensiva. Imprescindível para a manutenção da vitória de hoje (Fonte: Rede Globo).