segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Com 4-3-3 a la Sampaoli, Inter supera Furacão e vence mais uma com Argel

A inspiração é muito clara. Num 4-3-3 muito bem definido e semelhante ao que foi utilizado pelo Chile na Copa América, o Inter venceu mais uma no Brasileirão - desta vez um importante resultado diante da azeitada equipe do Atlético-PR. Valdívia e Paulão marcaram os gols Colorados e deram ao técnico Argel a sua segunda vitória no comando do clube.

1o tempo: Inter mais intenso pressiona o Furacão

Mais uma vez, o esquema utilizado pelo técnico Argel foi o 4-3-3 - nada do obsoleto 4-2-2-2 anunciado por ele em uma coletiva na semana passada. O meio do Inter, posicionado em forma de tripé invertido, tinha Rodrigo Dourado na primeira função, com Nilton projetado pelo lado direito e Sasha fechando no lado esquerdo. Na frente, Dale atuava centralizado, com Valdivia e Vitinho nos lados. Os três atacantes sempre se mantinham próximos e avançavam juntos para pressionar a saída de bola adversária na marcação em bloco alto, o que fez com que o Inter conseguisse recuperar a bola em algumas oportunidades no campo do adversário. A compactação entre as três linhas colocadas era intensa, por vezes não havia 30 metros de distância entre defesa e ataque. O frame abaixo mostra um lance de contra-ataque Colorado, no qual se pode constatar a proximidade entre os homens de frente do Inter.

Contra-ataque Colorado: Valdívia arranca na esquerda. Os atacantes Colorados já se projetam em direção a área para receber o cruzamento. Perceba que os três estão próximos e, em função da posição inicial de Dale, este se encontra mais próximo da bola do que Vitinho

Posicionamento de Eduardo Sasha: meia fez o vai-e-vem pelo lado esquerdo

Uma pequena deficiência do posicionamento ofensivo do Inter foi a falta de amplitude. Ao invés de abrir para os lados para auxiliar os laterais nas jogadas, Vitinho e Valdívia se mantinham quase todo o tempo na frente, como atacantes de referência. A compactação do time era o alicerce para que os dois pudessem permanecer no ataque sem prejudicar o equilíbrio defensivo do resto da equipe. Ao mesmo tempo, a intensa velocidade dos homens de frente Colorados proporcionava ao time uma transição defesa-ataque extremamente rápida, responsável por desnortear a defensiva do Atlético-PR em muitos momentos. Em geral, a movimentação do ataque lembrou muito a utilizada por Sampaoli no Chile campeão da América, em que Vargas e Sanchez funcionavam como referências se projetando a partir dos lados do campo, mas sem assumir o posto de wingers, enquanto Valdívia, mesmo centralizado, colaborava com a armação do jogo Chileno.

4-3-3 do Inter: inspiração em Sampaoli


Os primeiros 30 minutos de jogo, nos quais o Inter fez um gol e poderia ter ampliado o placar, foram de total domínio da equipe da casa, muito em função da intensidade Colorada. O Atlético-PR, defendendo num 4-4-1-1 que se tornava 4-2-3-1 quando o time atacava, mostrou compactação e boa organização, mas não conseguiu sair para o jogo em muitos momentos em função da marcação adiantada imposta pelo adversário. Os flagrantes do colega Caio Gondo mostram a compactação em nível absoluto do time de Milton Mendes, que mesmo assim foi dominado na partida.

4-4-1-1 do Furacão: duas linhas próximas para evitar penetração do Inter

Atlético defendendo com 9 jogadores em 20 metros de campo: compactação extrema para roubar a bola do adversário

O Atlético passou a tentar alguma coisa a mais no final do 1o tempo, muito mais em função do cansaço físico do Inter do que por mérito. Apesar de bem postada, a equipe de Milton Mendes não apresentou qualidades individuais suficientes para fazer o jogo coletivo funcionar. No segundo tempo, a entrada de Marcos Guilherme na lateral direita e Walter na meia foram uma tentativa de tornar a equipe mais eficiente, o que não surtiu efeito.

Mesmo trocando peças, Argel não modificou o seu sistema em nenhum momento da partida. No final das contas, prevaleceu a qualidade individual Colorada. A se destacar a apresentação de Rodrigo Dourado, que realizou 5 desarmes limpos na partida. Uma atuação de gala do garoto que já tem 66 bolas roubadas no campeonato.